O vice–presidente Geraldo Alckmin (PSB) foi cobrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser mais ágil. Mas não foi por essa habilidade que o petista compôs chapa com o antigo rival. Ao contrário disso. É justamente na mansidão do também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços que o presidente se escora para tentar avançar em terrenos pedregosos.
É o que vai ocorrer, por exemplo, neste domingo. Alckmin confirmou, nesta sexta-feira, 26, que irá à Agrishow — maior feira agropecuária do Brasil — ao lado do ministro Carlos Fávaro (Agricultura). Com eles o setor dialoga. Não há expectativa da presença de Lula.
Mesmo assim, foram adotadas algumas cautelas. O evento está blindado a protestos pois, pela primeira vez, será fechado. A feira abrirá ao público na segunda-feira, 29, mas neste dia o convidado será o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A antecipação da solenidade apenas com a presença de expositores, autoridades e imprensa ocorre um ano após o constrangimento de o ministro da Agricultura ter sido desconvidado para a Agrishow.
A organização da feira ressalta que convidou todas as autoridades em mandato e que, “todas as figuras públicas que tiverem interesse em contribuir com o agronegócio brasileiro serão bem-vindas”. No ano passado, Fávaro reclamou de “ter sido desconvidado”, para não esbarrar com Bolsonaro.
A Agrishow é sediada em Ribeirão Preto (SP). Neste ano tem recorde de empresas inscritas, expectativa de repetir R$13,2 bilhões em negócios e de receber 195 mil visitantes.