Antes mesmo de ser eleito, Davi Alcolumbre (União-AP) já age como presidente de fato do Senado e assumiu as negociações do pacote fiscal do governo Lula. Foi ele quem se dirigiu ao gabinete do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nesta quinta-feira, 19, para articular as votações. Depois de os deputados aprovarem todas as propostas, os textos passarão pelo crivo dos senadores - por isso é necessário alinhar a tramitação. Enquanto isso, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estava em sua residência oficial.
Alcolumbre foi presidente do Senado entre 2019 e 2021 e é o favorito para voltar à cadeira na sucessão de Pacheco, seu afilhado político. Nos últimos anos, o parlamentar manteve intacta sua influência ao presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), colegiado mais importante da Casa, por onde se inicia a tramitação de praticamente todos os projetos importantes. Ele também deteve o controle do repasse de emendas, o que garante influência política.
Na Câmara, quem deve vencer a eleição é Hugo Motta (Republicanos-PB), que foi o escolhido de Lira para sucedê-lo no cargo. O deputado alagoano esteve presidente na reunião entre Alcolumbre e o atual presidente da Câmara.
A expectativa é que o governo finalmente consiga aprovar o plano de corte de gastos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, depois de enfrentar uma série de dificuldades no Congresso nas últimas semanas. A atuação do governo para facilitar a liberação de emendas, após o impasse com o Supremo Tribunal Federal (STF), ajuda a acalmar os ânimos no Parlamento.