Aliados da ministra do Esporte, Ana Moser, acompanham com preocupação a nova investida do Centrão para desalojá-la do cargo. A ideia ventilada no Planalto para entregar à ex-jogadora o comando da Autoridade Olímpica é vista com desdém. “Para fazer o quê? A função só teria peso se as Olimpíadas ano que vem fossem no Brasil, mas não serão”, indaga um dos interlocutores mais próximos da ministra.
Esse mesmo interlocutor ressalta que é o Comitê Olímpico Brasileiro o responsável pelos esportes de alto rendimento. E até mesmo o abandonado legado das Olimpíadas realizadas em 2016 no país ficou a cargo do Rio de Janeiro.
Funcionários do Ministério do Esporte ressaltam que ‘apesar da resiliência’ que Ana Moser tem demonstrado, desde que passou a ter a cadeira cobiçada, creem que ela não aceitaria a transferência.
“Só se for mesmo por muito amor ao Esporte, porque é um desrespeito. Ela nunca ficou pleiteando cargos para agora ser exposta dessa maneira”, reclama um dos políticos petistas contrários a entrega da vaga ao Republicanos. A própria ministra evita falar do tema.
Quando a demissão de Moser foi cogitada pela primeira vez para acomodar o Republicanos, que tem o deputado Silvio Costa Filho (PE) na cota de ministeriáveis, servidores da Pasta, representantes da Comissão de Atletas do Comitê Olímpico do Brasil (Cacob) e da organização Atletas pelo Brasil reagiram.
O barulho foi tamanho e a repercussão tão negativa para o governo que o presidente Lula recuou. Mas depois, com a edição da Medida Provisória das Apostas Esportivas, a possibilidade de ter mais recursos em caixa, a pressão pela pasta foi retomada.
O Centrão quer capilaridade política e o Ministério do Esporte, mesmo sem ter muitos recursos, têm projetos nas cidades. Com as emendas impositivas, é o ambiente propício para promover a imagem de políticos nos municípios.