Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Iander Porcella

Aliados de Ibaneis Rocha blindam governador após operação contra cúpula da PM do DF


Parlamentares destacam que principal alvo da operação foi nome indicado pelo interventor Ricardo Cappelli

Por Augusto Tenório e Roseann Kennedy
Atualização:

A operação da Polícia Federal com foco na cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal gerou temor de que as denúncias de omissão nos atos golpistas respinguem novamente contra o governador Ibaneis Rocha (MDB). Aliados do emedebista se movimentaram imediatamente nesta sexta para blindá-lo, com o principal argumento de que o comandante-geral, Klepter Rosa Gonçalves, foi indicado pelo então interventor Ricardo Cappelli, que é o secretário-executivo do ministro da Justiça, Flávio Dino.

Um dia depois dos atos de 8 de janeiro, Ibaneis foi afastado do cargo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com o entendimento de que o gestor poderia ter se omitido durante os ataques. Ibaneis ficou fora do cargo por cerca de dois meses, entre 9 de janeiro e 15 de março. O emedebista retornou ao cargo após o ministro julgar que ele não representava risco de comprometer a investigação ou cometer as infrações investigadas.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) FOTO: WILTON JUNIOR / ESTADÃO Foto: WILTON JUNIOR
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“O comandante-geral estava interinamente no cargo e depois foi nomeado pelo interventor Ricardo Cappelli. Se ele deu a ordem para que os PMs ficassem em casa, isso deverá ser apurado, mas parece que ele caiu no agrado do interventor”, comentou à Coluna a deputada federal Bia Kicis (PL-DF). Klepter Rosa Gonçalves assumiu o cargo no dia 15 de fevereiro, nomeado por Cappelli, que foi interventor na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.

A operação deflagrada na manhã prendeu preventivamente, além de Klepter, outros quatro coronéis da Polícia Militar do Distrito Federal. As diligências foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre omissão de autoridades no 8 de janeiro, após a Procuradoria-Geral da República denunciar os oficiais ao STF.

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Kicis tenta restringir a crise na PM à atuação de Klepter: “Não acredito que isso atinja o governador, até agora, tudo mostrou que Ibaneis não teve nenhum envolvimento direto. Existem outros oficiais que estão sendo arrastados, como o coronel Naime. (...) Uma atitude de um policial que age de maneira ilegal não pode arrastar outros inocentes”, completa. Ela faz referência ao coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, que era comandante do Departamento de Operações e foi preso na operação Lesa Pátria, por suposta omissão durante os atos golpistas.

À Coluna, a equipe de Cappelli afirma que o então interventor nomeou Klepter interinamente no dia 10 de janeiro, após exonerar o comandante-geral e mais três subcomandantes. “Klepter era o subcomandante-geral, o número 2 na hierarquia, o substituto natural, e desde a noite do dia 8 de janeiro passou a acompanhar o interventor, cumprindo prontamente todas as orientações recebidas”, justifica.

“O coronel Klepter Rosa foi efetivado no cargo de comandante-geral da PM/DF no dia 14 de fevereiro pela então governadora em exercício Celina Leão. (...) Enquanto Cappelli esteve à frente da SSP/DF todas as informações solicitadas foram atendidas prontamente”, completa.

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O deputado Alberto Fraga (PL-DF), que é ex-policial militar e lidera a Frente Parlamentar da Segurança Pública, afirma à Coluna que a operação causa um desgaste desnecessário na PM e deixa a corporação “num estado de inquietação”. “Acredito que essa operação é para desgastar a Polícia Militar, não tem nada a ver com o governador”, reforçou.

Paulo Fernando (Republicanos-DF), outro aliado de Ibaneis, também afirma que o governador não será envolvido na crise. “Já foi mostrado nas mensagens de WhatsApp que o governador determinou a tomada de providências. Ele, como autoridade máxima da Polícia Militar, deu as ordens. Isso não vai atingir o governador”, disse à Coluna.

Ação

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Mais cedo, o governador Ibaneis Rocha se disse surpreso com a ação contra a Polícia Militar, mas garantiu que respeita a decisão de Alexandre de Moraes.

“O coronel Klepter vinha prestando um belíssimo serviço à Polícia Militar do DF. (...) Mas, infelizmente, nós temos que dar uma resposta também ao que aconteceu no oito de janeiro, e se essa é a resposta que o ministro Alexandre de Moraes entende que necessário para o momento, a gente tem que compreender a decisão judicial e vamos acatá-la”, comentou.

Com a prisão de Klepter Rosa Gonçalves, Ibaneis afirmou que nomeará o coronel Adão Macedo como comandante-geral da PM-DF.

A operação da Polícia Federal com foco na cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal gerou temor de que as denúncias de omissão nos atos golpistas respinguem novamente contra o governador Ibaneis Rocha (MDB). Aliados do emedebista se movimentaram imediatamente nesta sexta para blindá-lo, com o principal argumento de que o comandante-geral, Klepter Rosa Gonçalves, foi indicado pelo então interventor Ricardo Cappelli, que é o secretário-executivo do ministro da Justiça, Flávio Dino.

Um dia depois dos atos de 8 de janeiro, Ibaneis foi afastado do cargo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com o entendimento de que o gestor poderia ter se omitido durante os ataques. Ibaneis ficou fora do cargo por cerca de dois meses, entre 9 de janeiro e 15 de março. O emedebista retornou ao cargo após o ministro julgar que ele não representava risco de comprometer a investigação ou cometer as infrações investigadas.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) FOTO: WILTON JUNIOR / ESTADÃO Foto: WILTON JUNIOR

“O comandante-geral estava interinamente no cargo e depois foi nomeado pelo interventor Ricardo Cappelli. Se ele deu a ordem para que os PMs ficassem em casa, isso deverá ser apurado, mas parece que ele caiu no agrado do interventor”, comentou à Coluna a deputada federal Bia Kicis (PL-DF). Klepter Rosa Gonçalves assumiu o cargo no dia 15 de fevereiro, nomeado por Cappelli, que foi interventor na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.

A operação deflagrada na manhã prendeu preventivamente, além de Klepter, outros quatro coronéis da Polícia Militar do Distrito Federal. As diligências foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre omissão de autoridades no 8 de janeiro, após a Procuradoria-Geral da República denunciar os oficiais ao STF.

Kicis tenta restringir a crise na PM à atuação de Klepter: “Não acredito que isso atinja o governador, até agora, tudo mostrou que Ibaneis não teve nenhum envolvimento direto. Existem outros oficiais que estão sendo arrastados, como o coronel Naime. (...) Uma atitude de um policial que age de maneira ilegal não pode arrastar outros inocentes”, completa. Ela faz referência ao coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, que era comandante do Departamento de Operações e foi preso na operação Lesa Pátria, por suposta omissão durante os atos golpistas.

À Coluna, a equipe de Cappelli afirma que o então interventor nomeou Klepter interinamente no dia 10 de janeiro, após exonerar o comandante-geral e mais três subcomandantes. “Klepter era o subcomandante-geral, o número 2 na hierarquia, o substituto natural, e desde a noite do dia 8 de janeiro passou a acompanhar o interventor, cumprindo prontamente todas as orientações recebidas”, justifica.

“O coronel Klepter Rosa foi efetivado no cargo de comandante-geral da PM/DF no dia 14 de fevereiro pela então governadora em exercício Celina Leão. (...) Enquanto Cappelli esteve à frente da SSP/DF todas as informações solicitadas foram atendidas prontamente”, completa.

O deputado Alberto Fraga (PL-DF), que é ex-policial militar e lidera a Frente Parlamentar da Segurança Pública, afirma à Coluna que a operação causa um desgaste desnecessário na PM e deixa a corporação “num estado de inquietação”. “Acredito que essa operação é para desgastar a Polícia Militar, não tem nada a ver com o governador”, reforçou.

Paulo Fernando (Republicanos-DF), outro aliado de Ibaneis, também afirma que o governador não será envolvido na crise. “Já foi mostrado nas mensagens de WhatsApp que o governador determinou a tomada de providências. Ele, como autoridade máxima da Polícia Militar, deu as ordens. Isso não vai atingir o governador”, disse à Coluna.

Ação

Mais cedo, o governador Ibaneis Rocha se disse surpreso com a ação contra a Polícia Militar, mas garantiu que respeita a decisão de Alexandre de Moraes.

“O coronel Klepter vinha prestando um belíssimo serviço à Polícia Militar do DF. (...) Mas, infelizmente, nós temos que dar uma resposta também ao que aconteceu no oito de janeiro, e se essa é a resposta que o ministro Alexandre de Moraes entende que necessário para o momento, a gente tem que compreender a decisão judicial e vamos acatá-la”, comentou.

Com a prisão de Klepter Rosa Gonçalves, Ibaneis afirmou que nomeará o coronel Adão Macedo como comandante-geral da PM-DF.

A operação da Polícia Federal com foco na cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal gerou temor de que as denúncias de omissão nos atos golpistas respinguem novamente contra o governador Ibaneis Rocha (MDB). Aliados do emedebista se movimentaram imediatamente nesta sexta para blindá-lo, com o principal argumento de que o comandante-geral, Klepter Rosa Gonçalves, foi indicado pelo então interventor Ricardo Cappelli, que é o secretário-executivo do ministro da Justiça, Flávio Dino.

Um dia depois dos atos de 8 de janeiro, Ibaneis foi afastado do cargo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com o entendimento de que o gestor poderia ter se omitido durante os ataques. Ibaneis ficou fora do cargo por cerca de dois meses, entre 9 de janeiro e 15 de março. O emedebista retornou ao cargo após o ministro julgar que ele não representava risco de comprometer a investigação ou cometer as infrações investigadas.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) FOTO: WILTON JUNIOR / ESTADÃO Foto: WILTON JUNIOR

“O comandante-geral estava interinamente no cargo e depois foi nomeado pelo interventor Ricardo Cappelli. Se ele deu a ordem para que os PMs ficassem em casa, isso deverá ser apurado, mas parece que ele caiu no agrado do interventor”, comentou à Coluna a deputada federal Bia Kicis (PL-DF). Klepter Rosa Gonçalves assumiu o cargo no dia 15 de fevereiro, nomeado por Cappelli, que foi interventor na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.

A operação deflagrada na manhã prendeu preventivamente, além de Klepter, outros quatro coronéis da Polícia Militar do Distrito Federal. As diligências foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre omissão de autoridades no 8 de janeiro, após a Procuradoria-Geral da República denunciar os oficiais ao STF.

Kicis tenta restringir a crise na PM à atuação de Klepter: “Não acredito que isso atinja o governador, até agora, tudo mostrou que Ibaneis não teve nenhum envolvimento direto. Existem outros oficiais que estão sendo arrastados, como o coronel Naime. (...) Uma atitude de um policial que age de maneira ilegal não pode arrastar outros inocentes”, completa. Ela faz referência ao coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, que era comandante do Departamento de Operações e foi preso na operação Lesa Pátria, por suposta omissão durante os atos golpistas.

À Coluna, a equipe de Cappelli afirma que o então interventor nomeou Klepter interinamente no dia 10 de janeiro, após exonerar o comandante-geral e mais três subcomandantes. “Klepter era o subcomandante-geral, o número 2 na hierarquia, o substituto natural, e desde a noite do dia 8 de janeiro passou a acompanhar o interventor, cumprindo prontamente todas as orientações recebidas”, justifica.

“O coronel Klepter Rosa foi efetivado no cargo de comandante-geral da PM/DF no dia 14 de fevereiro pela então governadora em exercício Celina Leão. (...) Enquanto Cappelli esteve à frente da SSP/DF todas as informações solicitadas foram atendidas prontamente”, completa.

O deputado Alberto Fraga (PL-DF), que é ex-policial militar e lidera a Frente Parlamentar da Segurança Pública, afirma à Coluna que a operação causa um desgaste desnecessário na PM e deixa a corporação “num estado de inquietação”. “Acredito que essa operação é para desgastar a Polícia Militar, não tem nada a ver com o governador”, reforçou.

Paulo Fernando (Republicanos-DF), outro aliado de Ibaneis, também afirma que o governador não será envolvido na crise. “Já foi mostrado nas mensagens de WhatsApp que o governador determinou a tomada de providências. Ele, como autoridade máxima da Polícia Militar, deu as ordens. Isso não vai atingir o governador”, disse à Coluna.

Ação

Mais cedo, o governador Ibaneis Rocha se disse surpreso com a ação contra a Polícia Militar, mas garantiu que respeita a decisão de Alexandre de Moraes.

“O coronel Klepter vinha prestando um belíssimo serviço à Polícia Militar do DF. (...) Mas, infelizmente, nós temos que dar uma resposta também ao que aconteceu no oito de janeiro, e se essa é a resposta que o ministro Alexandre de Moraes entende que necessário para o momento, a gente tem que compreender a decisão judicial e vamos acatá-la”, comentou.

Com a prisão de Klepter Rosa Gonçalves, Ibaneis afirmou que nomeará o coronel Adão Macedo como comandante-geral da PM-DF.

A operação da Polícia Federal com foco na cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal gerou temor de que as denúncias de omissão nos atos golpistas respinguem novamente contra o governador Ibaneis Rocha (MDB). Aliados do emedebista se movimentaram imediatamente nesta sexta para blindá-lo, com o principal argumento de que o comandante-geral, Klepter Rosa Gonçalves, foi indicado pelo então interventor Ricardo Cappelli, que é o secretário-executivo do ministro da Justiça, Flávio Dino.

Um dia depois dos atos de 8 de janeiro, Ibaneis foi afastado do cargo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com o entendimento de que o gestor poderia ter se omitido durante os ataques. Ibaneis ficou fora do cargo por cerca de dois meses, entre 9 de janeiro e 15 de março. O emedebista retornou ao cargo após o ministro julgar que ele não representava risco de comprometer a investigação ou cometer as infrações investigadas.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) FOTO: WILTON JUNIOR / ESTADÃO Foto: WILTON JUNIOR

“O comandante-geral estava interinamente no cargo e depois foi nomeado pelo interventor Ricardo Cappelli. Se ele deu a ordem para que os PMs ficassem em casa, isso deverá ser apurado, mas parece que ele caiu no agrado do interventor”, comentou à Coluna a deputada federal Bia Kicis (PL-DF). Klepter Rosa Gonçalves assumiu o cargo no dia 15 de fevereiro, nomeado por Cappelli, que foi interventor na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.

A operação deflagrada na manhã prendeu preventivamente, além de Klepter, outros quatro coronéis da Polícia Militar do Distrito Federal. As diligências foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre omissão de autoridades no 8 de janeiro, após a Procuradoria-Geral da República denunciar os oficiais ao STF.

Kicis tenta restringir a crise na PM à atuação de Klepter: “Não acredito que isso atinja o governador, até agora, tudo mostrou que Ibaneis não teve nenhum envolvimento direto. Existem outros oficiais que estão sendo arrastados, como o coronel Naime. (...) Uma atitude de um policial que age de maneira ilegal não pode arrastar outros inocentes”, completa. Ela faz referência ao coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, que era comandante do Departamento de Operações e foi preso na operação Lesa Pátria, por suposta omissão durante os atos golpistas.

À Coluna, a equipe de Cappelli afirma que o então interventor nomeou Klepter interinamente no dia 10 de janeiro, após exonerar o comandante-geral e mais três subcomandantes. “Klepter era o subcomandante-geral, o número 2 na hierarquia, o substituto natural, e desde a noite do dia 8 de janeiro passou a acompanhar o interventor, cumprindo prontamente todas as orientações recebidas”, justifica.

“O coronel Klepter Rosa foi efetivado no cargo de comandante-geral da PM/DF no dia 14 de fevereiro pela então governadora em exercício Celina Leão. (...) Enquanto Cappelli esteve à frente da SSP/DF todas as informações solicitadas foram atendidas prontamente”, completa.

O deputado Alberto Fraga (PL-DF), que é ex-policial militar e lidera a Frente Parlamentar da Segurança Pública, afirma à Coluna que a operação causa um desgaste desnecessário na PM e deixa a corporação “num estado de inquietação”. “Acredito que essa operação é para desgastar a Polícia Militar, não tem nada a ver com o governador”, reforçou.

Paulo Fernando (Republicanos-DF), outro aliado de Ibaneis, também afirma que o governador não será envolvido na crise. “Já foi mostrado nas mensagens de WhatsApp que o governador determinou a tomada de providências. Ele, como autoridade máxima da Polícia Militar, deu as ordens. Isso não vai atingir o governador”, disse à Coluna.

Ação

Mais cedo, o governador Ibaneis Rocha se disse surpreso com a ação contra a Polícia Militar, mas garantiu que respeita a decisão de Alexandre de Moraes.

“O coronel Klepter vinha prestando um belíssimo serviço à Polícia Militar do DF. (...) Mas, infelizmente, nós temos que dar uma resposta também ao que aconteceu no oito de janeiro, e se essa é a resposta que o ministro Alexandre de Moraes entende que necessário para o momento, a gente tem que compreender a decisão judicial e vamos acatá-la”, comentou.

Com a prisão de Klepter Rosa Gonçalves, Ibaneis afirmou que nomeará o coronel Adão Macedo como comandante-geral da PM-DF.

A operação da Polícia Federal com foco na cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal gerou temor de que as denúncias de omissão nos atos golpistas respinguem novamente contra o governador Ibaneis Rocha (MDB). Aliados do emedebista se movimentaram imediatamente nesta sexta para blindá-lo, com o principal argumento de que o comandante-geral, Klepter Rosa Gonçalves, foi indicado pelo então interventor Ricardo Cappelli, que é o secretário-executivo do ministro da Justiça, Flávio Dino.

Um dia depois dos atos de 8 de janeiro, Ibaneis foi afastado do cargo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com o entendimento de que o gestor poderia ter se omitido durante os ataques. Ibaneis ficou fora do cargo por cerca de dois meses, entre 9 de janeiro e 15 de março. O emedebista retornou ao cargo após o ministro julgar que ele não representava risco de comprometer a investigação ou cometer as infrações investigadas.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) FOTO: WILTON JUNIOR / ESTADÃO Foto: WILTON JUNIOR

“O comandante-geral estava interinamente no cargo e depois foi nomeado pelo interventor Ricardo Cappelli. Se ele deu a ordem para que os PMs ficassem em casa, isso deverá ser apurado, mas parece que ele caiu no agrado do interventor”, comentou à Coluna a deputada federal Bia Kicis (PL-DF). Klepter Rosa Gonçalves assumiu o cargo no dia 15 de fevereiro, nomeado por Cappelli, que foi interventor na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.

A operação deflagrada na manhã prendeu preventivamente, além de Klepter, outros quatro coronéis da Polícia Militar do Distrito Federal. As diligências foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre omissão de autoridades no 8 de janeiro, após a Procuradoria-Geral da República denunciar os oficiais ao STF.

Kicis tenta restringir a crise na PM à atuação de Klepter: “Não acredito que isso atinja o governador, até agora, tudo mostrou que Ibaneis não teve nenhum envolvimento direto. Existem outros oficiais que estão sendo arrastados, como o coronel Naime. (...) Uma atitude de um policial que age de maneira ilegal não pode arrastar outros inocentes”, completa. Ela faz referência ao coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, que era comandante do Departamento de Operações e foi preso na operação Lesa Pátria, por suposta omissão durante os atos golpistas.

À Coluna, a equipe de Cappelli afirma que o então interventor nomeou Klepter interinamente no dia 10 de janeiro, após exonerar o comandante-geral e mais três subcomandantes. “Klepter era o subcomandante-geral, o número 2 na hierarquia, o substituto natural, e desde a noite do dia 8 de janeiro passou a acompanhar o interventor, cumprindo prontamente todas as orientações recebidas”, justifica.

“O coronel Klepter Rosa foi efetivado no cargo de comandante-geral da PM/DF no dia 14 de fevereiro pela então governadora em exercício Celina Leão. (...) Enquanto Cappelli esteve à frente da SSP/DF todas as informações solicitadas foram atendidas prontamente”, completa.

O deputado Alberto Fraga (PL-DF), que é ex-policial militar e lidera a Frente Parlamentar da Segurança Pública, afirma à Coluna que a operação causa um desgaste desnecessário na PM e deixa a corporação “num estado de inquietação”. “Acredito que essa operação é para desgastar a Polícia Militar, não tem nada a ver com o governador”, reforçou.

Paulo Fernando (Republicanos-DF), outro aliado de Ibaneis, também afirma que o governador não será envolvido na crise. “Já foi mostrado nas mensagens de WhatsApp que o governador determinou a tomada de providências. Ele, como autoridade máxima da Polícia Militar, deu as ordens. Isso não vai atingir o governador”, disse à Coluna.

Ação

Mais cedo, o governador Ibaneis Rocha se disse surpreso com a ação contra a Polícia Militar, mas garantiu que respeita a decisão de Alexandre de Moraes.

“O coronel Klepter vinha prestando um belíssimo serviço à Polícia Militar do DF. (...) Mas, infelizmente, nós temos que dar uma resposta também ao que aconteceu no oito de janeiro, e se essa é a resposta que o ministro Alexandre de Moraes entende que necessário para o momento, a gente tem que compreender a decisão judicial e vamos acatá-la”, comentou.

Com a prisão de Klepter Rosa Gonçalves, Ibaneis afirmou que nomeará o coronel Adão Macedo como comandante-geral da PM-DF.

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