O empresário argentino Fernando Cerimedo não compareceu à conferência global da direita, realizada em Balneário Camboriú (SC), por medo de ser alvo da Polícia Federal.
“Acho que, se for ao Brasil, vou ter problemas com a PF porque o Alexandre de Moraes [ministro do Supremo Tribunal Federal] faz muita perseguição. Não queria ter problemas”, disse à Coluna.
Cerimedo está na mira da PF desde que articulou uma transmissão pela internet, em 2022, com informações falsas sobre as urnas eletrônicas brasileiras. O argentino é apoiador do presidente vizinho Javier Milei e figura próxima do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
As investigações relacionam Cerimedo a uma tentativa de golpe de Estado e a uma tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito em favor de Bolsonaro. Para as lives, o argentino foi abastecido, segundo a PF, por um major do Exército e por um empresário de Uberlândia (MG).
Apesar do desfalque, outro argentino próximo do clã Bolsonaro e ligado a Fernando Cerimedo participou da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC Brasil), um dos principais eventos globais da direita e da extrema-direita do mundo.
Trata-se de Giovanni Larosa, funcionário de Cerimedo no site La Derecha Diario, conhecido por divulgação de informações falsas. Larosa atuou na campanha de Javier Milei.
Fernando Cerimedo se tornou conhecido dos brasileiros em novembro de 2022 por causa da transmissão ao vivo em que anunciou a existência de um dossiê apócrifo com supostas fraudes nas urnas eletrônicas. O material tinha alegações falsas que foram explicadas e desmentidas pela imprensa e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).