Os ataques do grupo terrorista Hamas a Israel, neste sábado, 7, fizeram ressuscitar nas redes sociais o tiroteio entre bolsonaristas e aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mostrando que a divisão no País, passado quase um ano das eleições de 2022, está longe de acabar.
Ao repudiar os massacres, o ex-presidente Jair Bolsonaro não perdeu a oportunidade para encaixar Lula em sua mensagem no X (antigo Twitter). Em post de cinco parágrafos que termina com “Shalom”, Bolsonaro afirmou que o Hamas “parabenizou Luís (sic) Inácio Lula da Silva quando o TSE o anunciou vencedor das eleições de 2022″.
Lula, por sua vez, disse ter ficado “chocado” com os ataques terroristas contra civis em Israel, expressou condolências às famílias das vítimas e, sem citar o Hamas, destacou que “o Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU”.
Logo depois das postagens, começou a ofensiva e a troca de acusações de ambos os lados. “Qual é o nome do grupo terrorista, presidente?”, provocou o ex-deputado Paulo Eduardo Martins. “O Brasil e o seu partido cortarão relações com grupos terroristas, como o Hamas, e países que financiam o terrorismo, como o Irã?”, insistiu Leandro Ruschel, voz conservadora nas redes sociais.
Na outra ponta, Bolsonaro também foi alvo de muitas críticas. “É difícil pedir PAZ, kerido? Acho que na sua Bíblia vc só lê as partes de guerra, estuda JESUS CRISTO”, escreveu uma usuária que se apresentou como Senhora Rivotril. “Então vamos falar de grupos controversos que já parabenizaram você também”, disse o ator Marco Luca.
Emergência
O Brasil assumiu no último dia 1.º a presidência do Conselho de Segurança da ONU e o governo convocou para este domingo, 8, uma reunião de emergência para tratar da crise provocada pelos ataques do Hamas contra Israel.
Em nota, a cúpula do PT destacou que o Brasil poderá cumprir papel de mediador do conflito, à frente do Conselho de Segurança da ONU.
“Só há um caminho para a paz na região, que é a garantia de dois Estados, um palestino e um israelense, o cumprimento dos acordos de Oslo, que completam 30 anos em 2023, e o cumprimento das Resoluções da ONU”, argumentaram a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o secretário de Relações Internacionais do partido, Romenio Pereira.