O PT esperava uma participação mais engajada da primeira-dama Janja da Silva nas eleições municipais, sobretudo em candidaturas femininas às prefeituras de capitais. Embora reconheçam os conflitos de agenda, petistas tentam entender por que ela descumpriu a promessa de comparecer aos comícios e se limitou a gravar vídeos genéricos de apoio. Nos bastidores, uma ala do partido aposta que Janja optou por manter distância segura do pleito frente à situação eleitoral desafiadora das candidatas mulheres do PT.
Na prática, a primeira-dama quis evitar o “selo Mick Jagger” — ou seja, ganhar fama de pé frio — no ano que poderia marcar sua estreia como puxadora de votos no PT. Procurada, a assessoria de imprensa de Janja não retornou.
O partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou candidatas mulheres em Goiânia, com Adriana Accorsi; em Porto Alegre, com Maria do Rosário; em Campo Grande, com Camila Jara; Natal, com Natália Bonavides; Aracaju, com Candisse Carvalho.
Quem sentiu a ausência de Janja, porém, diz que não fará esforço para uma mudança de postura no segundo turno. Para esses interlocutores, o apoio explícito dela não tem força para mudar o jogo eleitoral.
Do outro lado da polarização, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro virou trunfo do PL e viajou o País em campanha. Em Rio Branco (AC), o candidato Tião Bocalom fez propaganda exaustiva após a presença da presidente do PL em um comício. “Ela veio representando a direita, os valores cristãos”, disse o prefeito que tenta um novo mandato.