A presença de advogados nas dependências do Supremo Tribunal Federal (STF) faz parte do funcionamento regular da instância máxima do Poder Judiciário no País. Porém, há defensores que chamam atenção ao andar pelos corredores da Corte, pelos clientes que representam. Nessa terça-feira, 15, por exemplo, os advogados Paulo Cunho Bueno e Daniel Tesser, que atuam em casos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), estiveram no STF e não passaram despercebidos. Mas o que estavam monitorando, especificamente?
Os dois foram acompanhar audiências dos investigados pela invasão aos prédios dos Três Poderes no dia 8 de Janeiro, segundo apurou a Coluna com fontes no tribunal. Indagado sobre o motivo da visita à Suprema Corte, Bueno disse que estava ali para falar com “clientes” e que não teria nenhuma audiência com ministro.
De fato as audiências sobre o dia 8 de janeiro não são conduzidas por ministros. São seus juízes auxiliares que acompanham o caso. No inquérito sobre os atos golpistas, o responsável pela oitiva dos investigados é o auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, que está prestes a decidir se autorizará o pedido da Polícia Federal para quebrar o sigilo bancário do ex-presidente, assim como o da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Temas indigestos e pausa para o almoço
Apesar da somatória de assuntos indigestos para a dupla de advogados no STF, Bueno e Tesser saborearam a comida servida no bandejão do tribunal, que no menu dessa terça serviu saladas frescas, arroz, feijão, peito de frango e fraldinha assada. Para sobremesa, ainda era possível escolher entre torta de maracujá ou pudim. Sabores esses muito distantes do cardápio amargo que Moraes tem servido a Bolsonaro nos últimos meses e que ainda pode piorar.