O pré-candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, entrou na briga pela pauta da segurança pública. O tema será um dos principais da campanha deste ano e mobiliza todos os seus adversários, mas não é associado como bandeira do psolista entre os eleitores.
Nesta quarta-feira, 31, Boulos foi à Rua Santa Ifigênia, no centro da capital, para conversar diretamente com os comerciantes que estão abalados com a onda de crimes na área e reclamam do avanço de moradores da Cracolândia, pauta sensível na campanha do PSOL. Ele disse ter sido convidado pelos lojistas que queriam apresentar suas demandas e que apresentará um plano de revitalização do Centro.
No sábado, uma loja de câmeras foi assaltada na Santa Ifigênia. A região, que é referência em produtos eletrônicos até fora do País, enfrenta uma crise marcada pela perda de clientes e fechamento de lojas.
“São Paulo é um dos maiores centros de turismo de compras do mundo. Naquele eixo da Santa Ifigênia, 25 de março e Brás vem pessoas do Brasil inteiro fazer compras no atacado. Ouvi dos comerciantes e vi isso andando por lá que o movimento está irreconhecível. As pessoas não estão se sentindo seguras pra ir ao centro e usufruir do que o centro oferece”, afirmou Boulos à Coluna do Estadão.
No dia anterior, o secretário executivo municipal de Projetos e Estratégias, Edsom Ortega, também tinha ido ao local conversar com os representantes da associação dos lojistas, para apresentar as medidas que a Prefeitura de São Paulo discute com o governo do Estado para levar segurança à região.
Em recente entrevista à Coluna do Estadão, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Jorge Lima, afirmou que o governo Tarcísio de Freitas e a Prefeitura de Ricardo Nunes trabalham num plano conjuntamente para recuperação do Centro da capital.
A campanha à reeleição de Ricardo Nunes (MDB) vai aproveitar o debate sobre o aumento da criminalidade para questionar, por exemplo, os votos de Guilherme Boulos e da pré-candidata do PSB, deputada Tabata Amaral (PSB), contra o projeto de lei que acaba com as saídas temporárias de presos.
Além disso, Nunes cogita um nome da área de segurança pública para ser seu vice na chapa. Já Tabata Amaral conta com apoio do apresentador Luiz Datena, que comanda na televisão um programa que mostra crimes e prisões.