Candidato nos bastidores a suceder Augusto Aras na Procuradoria-Geral da República, o subprocurador-geral Carlos Frederico Santos aproveitou os holofotes da sessão de sexta-feira do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que selou a inelegibilidade o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para “vender seu peixe”.
Em um balanço do semestre, o subprocurador apresentou seus resultados como coordenador do Grupo de Combate aos Atos Antidemocráticos da PGR. Na função, Santos entregou 1.399 denúncias contra presos por articular e participar dos ataques golpistas em Brasília no dia 8 de janeiro. Com a equipe de Lula acompanhando cada minuto do julgamento de Bolsonaro, a fala de Santos foi uma espécie de “carta de apresentação” para o cargo que almeja.
“Deparamo-nos com o 8 de janeiro e as atitudes disruptivas dirigidas a sufocar o curso de um governo legitimamente eleito. (...) A PGR por meio do grupo de combate aos atos antidemocráticos vem cumprindo seu papel visando a punição daqueles que se aliaram nesse ideal sombrio”, afirmou o candidato à PGR, ao final da sessão.
O balanço, praxe em fim de semestre, foi puxado pelo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, com números da atuação da corte na primeira metade do ano.
Santos trabalha para assumir a PGR sem ter disputado a votação interna da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). A entidade elegeu uma lista tríplice para apresentar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, no entanto, não tem obrigação constitucional de atender às sugestões para a sucessão de Aras. Os nomes definidos pela ANPR são os subprocuradores Luiza Frischeisen, Mario Bonsaglia e José Adonis.
Lula respeitou essa tradicional indicação da categoria na escolha do Procurador-Geral em seus dois mandatos anteriores, mas já deu sinais de que pretende ignorá-la desta vez. A escolha fora da lista tríplice foi retomada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na nomeação de Aras, cujo mandato se encerra em 25 de setembro.