É praticamente praxe na cidade de São Paulo o vice-prefeito assumir a cabeça de chapa nas eleições seguintes. Tem sido assim por décadas levando à cadeira titular nomes como Ricardo Nunes (MDB), Bruno Covas (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD). Mas, por enquanto, esse ainda não é o caminho natural do próximo vice da capital, coronel Mello Araújo (PL), de acordo integrantes de cúpulas partidárias da atual coligação.
Ser preparado como sucessor do atual prefeito Ricardo Nunes dependerá “exclusivamente dele”, afirmaram aliados à Coluna do Estadão. O desempenho do ex-comandante da Rota, que ocupa pela primeira vez um cargo eletivo, será determinante para definir o cenário de 2028. Primeiramente, observam, ele vai ter que “vestir e gostar da roupa de político”.
Desde o resultado do segundo turno, Mello tem ensaiado seus passos, comparecendo quase diariamente à Prefeitura, enquanto se prepara para entrar em cena oficialmente em 2025. Na última terça, 12, o vice-prefeito eleito viajou a Nova York já pela Prefeitura para participar de um evento internacional sobre segurança pública realizado na Universidade de Columbia.
O vice-prefeito eleito de São Paulo está aproveitando as semanas pós-eleição para “conhecer as coisas” da cidade antes de assumir o cargo em 1º de janeiro. Em um vídeo publicado em seus redes sociais na semana passada, o coronel afirmou estar “conversando com o prefeito” durante este período.
No início do mês, ele participou de uma reunião sobre as áreas de mananciais da capital paulista, entre outros temas. Mello também planeja um encontro com os sete vereadores eleitos pelo PL em São Paulo até o final de novembro.
Um interlocutor do partido informou à Coluna que o encontro terá um “alinhamento político” como um dos temas, enquanto outro aliado vê a reunião como uma oportunidade para o coronel conhecer melhor seus correligionários no Legislativo paulistano. O encontro já foi adiado ao menos uma vez.