A CPI do MST aprovou nesta terça-feira, 01, a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Como mostrou a coluna, a base do governo Lula fez de tudo, inclusive acordos para convocações de outros nomes de interesse para a oposição, para evitar que o ministro fosse questionado sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no colegiado.
Nos bastidores, a oposição articulou a entrada de requerimentos no extra pauta da comissão e tratam a convocação “surpresa” de Rui Costa como uma resposta à invasão feita pelo MST numa fazenda da Embrapa em Petrolina (PE). Eles enxergam conivência do governo Lula com as invasões e destacam que, durante o funcionamento da CPI no primeiro semestre, não aconteceram invasões. O fato de a ocupação ter acontecido justamente durante o recesso foi vista como oportunismo.
A convocação de Rui Costa, como adiantou a Coluna, é temida pela base do governo Lula porque o ministro não tem boa relação com o MST. Ele é ex-governador da Bahia, estado que foi palco de diversas invasões do movimento. Dessa forma, ele não esconde, nem de correligionários do PT ou de aliados do Planalto, sua falta de simpatia pelos militantes.
Invasão inflama CPI do MST
Como mostrou a Coluna, a invasão da fazenda deu combustível à CPI do MST. O presidente do colegiado, o deputado Luciano Zucco (Republicanos-RS), quer prorrogar o funcionamento da comissão em mais 90 dias. “A invasão é um prelúdio que, terminando a CPI, vira bagunça novamente”, disse um parlamentar da oposição, sob reserva.