Da quinta fileira do Salão Negro do Senado, onde ocorreu nesta segunda-feira o ato “Democracia Inabalada”, os comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica mantiveram a postura institucional e aplaudiram em pé o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como fizeram todos os presentes.
Sem expressar entusiasmo nem consternação, a cúpula militar prestigiou a solenidade que marcou um ano dos ataques golpistas de 8 de Janeiro. Mas com um pacto de silêncio: só se manifestaria sobre a efeméride, eventualmente, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, que se sentou ao lado dos calados comandantes durante a cerimônia.
Como revelou a Coluna, Múcio pediu aos chefes do Exército, Marinha e Aeronáutica que marcassem presença no ato desta segunda-feira, como sinal de compromisso com a legalidade — apesar da desconfiança de setores do governo com a convicção democrática dos militares. Ainda assim, a tese no Palácio do Planalto é a de que só não houve golpe há um ano porque a conspiração tomou apenas parte, e não a totalidade do Alto Comando.
O vice-presidente Geraldo Alckmin comemorou a presença dos militares no ato desta segunda-feira, promovido por Lula. “Foi muito importante. As Forças Armadas são forças de Estado. Quero destacar essa data histórica de reafirmação da democracia brasileira”, afirmou Alckmin à Coluna.
Na mesma fileira dos comandantes general Tomás Paiva (Exército), almirante Marcos Sampaio Olsen (Marinha) e brigadeiro Marcelo Damasceno (Aeronáutica) estava o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, uma das figuras mais próximas do presidente Lula neste seu terceiro governo.