Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia

De onde vem a expressão ‘cidadão de bem’, usada por Bolsonaro?; saiba mais


Segunda edição de um dicionário “que você não sabia que existia” traz seis novos verbetes usados em debates políticos

Por Vera Rosa

O ex-presidente Jair Bolsonaro tinha mania de usar a expressão “cidadão de bem” em seus discursos. Mas de onde vem esse termo? A segunda edição de um dicionário de novos verbetes da política brasileira resgata a história.

“O termo ‘cidadão de bem’ se popularizou num contexto de programas policiais, servindo desde sempre como um demarcador de condutas entre supostos bandidos e a população”, disse Isabela Kalil, coordenadora de pós-graduação em Antropologia da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

Isabela Kalil, coordenadora de pós-graduação em Antropologia da Fundação Escola de Sociologia e Política, é uma das autoras de “Termos ambíguos do debate político atual: pequeno dicionário que você não sabia que existia”. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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Kalil é uma das autoras de “Termos ambíguos do debate político atual: pequeno dicionário que você não sabia que existia”. Nesta edição, que atualiza a do ano passado, foram incluídos seis novos verbetes: além de “cidadão de bem”, aparecem ali “linguagem neutra”, “identitarismo”, “família”, “globalismo” e “liberdade”.

Pesquisadores de linguística da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) analisaram cada uma das expressões contidas no livro. A publicação faz parte de um convênio entre a UFRJ e o Observatório de Sexualidade e Política (SPW).

Ao abordar as raízes históricas do “cidadão de bem”, o dicionário descreve que o conceito passou a frequentar as rodas de conversa durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985) para distinguir apoiadores e contestadores do regime. Servia, ainda, para diferenciar integrantes da classe média de pessoas mais pobres.

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“Antes de 2013, a categoria ‘cidadão de bem’ estava associada a uma pessoa de vida ‘regrada’, ‘trabalhadora’, com ‘família’ e, no mais das vezes, ‘cristã'. Depois de 2013, esses valores seriam transportados para a esfera política. Figuras políticas da ultradireita e do campo ultraconservador religioso passam a usar o apelo aos ‘cidadãos de bem’ como uma ‘isca’ para atrair apoiadores e votos”, destaca o texto.

Em discurso feito em maio do ano passado, por exemplo, Bolsonaro novamente recorreu ao bordão, bastante comum em suas manifestações durante todo o mandato. “Esse governo não teme, muito pelo contrário, fica muito feliz quando cidadãos de bem e responsáveis buscam comprar uma arma de fogo”, afirmou o então presidente na 23.ª Feira Nacional da Soja, em Santa Rosa (RS).

A publicação contextualiza momentos políticos e assinala que, na campanha de 2022, a figura do “cidadão de bem” possibilitou a convergência de distintos segmentos do eleitorado em torno de Bolsonaro. “Isso permitiu (...) que perfis de mães conservadoras se unissem a homens jovens armamentistas, aglutinando pautas e eleitoras e eleitores com distintos anseios e valores em apoio à candidatura de Bolsonaro”, diz um dos trechos.

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Na avaliação dos pesquisadores, a ideia de “cidadão do bem” também evoca valores morais tidos como superiores em relação ao restante da população. “Serve até como justificativa para ações e pautas antidemocráticas, incitando posturas antissistema de ataque às instituições”, observam eles.

O ex-presidente Jair Bolsonaro tinha mania de usar a expressão “cidadão de bem” em seus discursos. Mas de onde vem esse termo? A segunda edição de um dicionário de novos verbetes da política brasileira resgata a história.

“O termo ‘cidadão de bem’ se popularizou num contexto de programas policiais, servindo desde sempre como um demarcador de condutas entre supostos bandidos e a população”, disse Isabela Kalil, coordenadora de pós-graduação em Antropologia da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

Isabela Kalil, coordenadora de pós-graduação em Antropologia da Fundação Escola de Sociologia e Política, é uma das autoras de “Termos ambíguos do debate político atual: pequeno dicionário que você não sabia que existia”. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Kalil é uma das autoras de “Termos ambíguos do debate político atual: pequeno dicionário que você não sabia que existia”. Nesta edição, que atualiza a do ano passado, foram incluídos seis novos verbetes: além de “cidadão de bem”, aparecem ali “linguagem neutra”, “identitarismo”, “família”, “globalismo” e “liberdade”.

Pesquisadores de linguística da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) analisaram cada uma das expressões contidas no livro. A publicação faz parte de um convênio entre a UFRJ e o Observatório de Sexualidade e Política (SPW).

Ao abordar as raízes históricas do “cidadão de bem”, o dicionário descreve que o conceito passou a frequentar as rodas de conversa durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985) para distinguir apoiadores e contestadores do regime. Servia, ainda, para diferenciar integrantes da classe média de pessoas mais pobres.

“Antes de 2013, a categoria ‘cidadão de bem’ estava associada a uma pessoa de vida ‘regrada’, ‘trabalhadora’, com ‘família’ e, no mais das vezes, ‘cristã'. Depois de 2013, esses valores seriam transportados para a esfera política. Figuras políticas da ultradireita e do campo ultraconservador religioso passam a usar o apelo aos ‘cidadãos de bem’ como uma ‘isca’ para atrair apoiadores e votos”, destaca o texto.

Em discurso feito em maio do ano passado, por exemplo, Bolsonaro novamente recorreu ao bordão, bastante comum em suas manifestações durante todo o mandato. “Esse governo não teme, muito pelo contrário, fica muito feliz quando cidadãos de bem e responsáveis buscam comprar uma arma de fogo”, afirmou o então presidente na 23.ª Feira Nacional da Soja, em Santa Rosa (RS).

A publicação contextualiza momentos políticos e assinala que, na campanha de 2022, a figura do “cidadão de bem” possibilitou a convergência de distintos segmentos do eleitorado em torno de Bolsonaro. “Isso permitiu (...) que perfis de mães conservadoras se unissem a homens jovens armamentistas, aglutinando pautas e eleitoras e eleitores com distintos anseios e valores em apoio à candidatura de Bolsonaro”, diz um dos trechos.

Na avaliação dos pesquisadores, a ideia de “cidadão do bem” também evoca valores morais tidos como superiores em relação ao restante da população. “Serve até como justificativa para ações e pautas antidemocráticas, incitando posturas antissistema de ataque às instituições”, observam eles.

O ex-presidente Jair Bolsonaro tinha mania de usar a expressão “cidadão de bem” em seus discursos. Mas de onde vem esse termo? A segunda edição de um dicionário de novos verbetes da política brasileira resgata a história.

“O termo ‘cidadão de bem’ se popularizou num contexto de programas policiais, servindo desde sempre como um demarcador de condutas entre supostos bandidos e a população”, disse Isabela Kalil, coordenadora de pós-graduação em Antropologia da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

Isabela Kalil, coordenadora de pós-graduação em Antropologia da Fundação Escola de Sociologia e Política, é uma das autoras de “Termos ambíguos do debate político atual: pequeno dicionário que você não sabia que existia”. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Kalil é uma das autoras de “Termos ambíguos do debate político atual: pequeno dicionário que você não sabia que existia”. Nesta edição, que atualiza a do ano passado, foram incluídos seis novos verbetes: além de “cidadão de bem”, aparecem ali “linguagem neutra”, “identitarismo”, “família”, “globalismo” e “liberdade”.

Pesquisadores de linguística da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) analisaram cada uma das expressões contidas no livro. A publicação faz parte de um convênio entre a UFRJ e o Observatório de Sexualidade e Política (SPW).

Ao abordar as raízes históricas do “cidadão de bem”, o dicionário descreve que o conceito passou a frequentar as rodas de conversa durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985) para distinguir apoiadores e contestadores do regime. Servia, ainda, para diferenciar integrantes da classe média de pessoas mais pobres.

“Antes de 2013, a categoria ‘cidadão de bem’ estava associada a uma pessoa de vida ‘regrada’, ‘trabalhadora’, com ‘família’ e, no mais das vezes, ‘cristã'. Depois de 2013, esses valores seriam transportados para a esfera política. Figuras políticas da ultradireita e do campo ultraconservador religioso passam a usar o apelo aos ‘cidadãos de bem’ como uma ‘isca’ para atrair apoiadores e votos”, destaca o texto.

Em discurso feito em maio do ano passado, por exemplo, Bolsonaro novamente recorreu ao bordão, bastante comum em suas manifestações durante todo o mandato. “Esse governo não teme, muito pelo contrário, fica muito feliz quando cidadãos de bem e responsáveis buscam comprar uma arma de fogo”, afirmou o então presidente na 23.ª Feira Nacional da Soja, em Santa Rosa (RS).

A publicação contextualiza momentos políticos e assinala que, na campanha de 2022, a figura do “cidadão de bem” possibilitou a convergência de distintos segmentos do eleitorado em torno de Bolsonaro. “Isso permitiu (...) que perfis de mães conservadoras se unissem a homens jovens armamentistas, aglutinando pautas e eleitoras e eleitores com distintos anseios e valores em apoio à candidatura de Bolsonaro”, diz um dos trechos.

Na avaliação dos pesquisadores, a ideia de “cidadão do bem” também evoca valores morais tidos como superiores em relação ao restante da população. “Serve até como justificativa para ações e pautas antidemocráticas, incitando posturas antissistema de ataque às instituições”, observam eles.

O ex-presidente Jair Bolsonaro tinha mania de usar a expressão “cidadão de bem” em seus discursos. Mas de onde vem esse termo? A segunda edição de um dicionário de novos verbetes da política brasileira resgata a história.

“O termo ‘cidadão de bem’ se popularizou num contexto de programas policiais, servindo desde sempre como um demarcador de condutas entre supostos bandidos e a população”, disse Isabela Kalil, coordenadora de pós-graduação em Antropologia da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

Isabela Kalil, coordenadora de pós-graduação em Antropologia da Fundação Escola de Sociologia e Política, é uma das autoras de “Termos ambíguos do debate político atual: pequeno dicionário que você não sabia que existia”. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Kalil é uma das autoras de “Termos ambíguos do debate político atual: pequeno dicionário que você não sabia que existia”. Nesta edição, que atualiza a do ano passado, foram incluídos seis novos verbetes: além de “cidadão de bem”, aparecem ali “linguagem neutra”, “identitarismo”, “família”, “globalismo” e “liberdade”.

Pesquisadores de linguística da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) analisaram cada uma das expressões contidas no livro. A publicação faz parte de um convênio entre a UFRJ e o Observatório de Sexualidade e Política (SPW).

Ao abordar as raízes históricas do “cidadão de bem”, o dicionário descreve que o conceito passou a frequentar as rodas de conversa durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985) para distinguir apoiadores e contestadores do regime. Servia, ainda, para diferenciar integrantes da classe média de pessoas mais pobres.

“Antes de 2013, a categoria ‘cidadão de bem’ estava associada a uma pessoa de vida ‘regrada’, ‘trabalhadora’, com ‘família’ e, no mais das vezes, ‘cristã'. Depois de 2013, esses valores seriam transportados para a esfera política. Figuras políticas da ultradireita e do campo ultraconservador religioso passam a usar o apelo aos ‘cidadãos de bem’ como uma ‘isca’ para atrair apoiadores e votos”, destaca o texto.

Em discurso feito em maio do ano passado, por exemplo, Bolsonaro novamente recorreu ao bordão, bastante comum em suas manifestações durante todo o mandato. “Esse governo não teme, muito pelo contrário, fica muito feliz quando cidadãos de bem e responsáveis buscam comprar uma arma de fogo”, afirmou o então presidente na 23.ª Feira Nacional da Soja, em Santa Rosa (RS).

A publicação contextualiza momentos políticos e assinala que, na campanha de 2022, a figura do “cidadão de bem” possibilitou a convergência de distintos segmentos do eleitorado em torno de Bolsonaro. “Isso permitiu (...) que perfis de mães conservadoras se unissem a homens jovens armamentistas, aglutinando pautas e eleitoras e eleitores com distintos anseios e valores em apoio à candidatura de Bolsonaro”, diz um dos trechos.

Na avaliação dos pesquisadores, a ideia de “cidadão do bem” também evoca valores morais tidos como superiores em relação ao restante da população. “Serve até como justificativa para ações e pautas antidemocráticas, incitando posturas antissistema de ataque às instituições”, observam eles.

O ex-presidente Jair Bolsonaro tinha mania de usar a expressão “cidadão de bem” em seus discursos. Mas de onde vem esse termo? A segunda edição de um dicionário de novos verbetes da política brasileira resgata a história.

“O termo ‘cidadão de bem’ se popularizou num contexto de programas policiais, servindo desde sempre como um demarcador de condutas entre supostos bandidos e a população”, disse Isabela Kalil, coordenadora de pós-graduação em Antropologia da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

Isabela Kalil, coordenadora de pós-graduação em Antropologia da Fundação Escola de Sociologia e Política, é uma das autoras de “Termos ambíguos do debate político atual: pequeno dicionário que você não sabia que existia”. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Kalil é uma das autoras de “Termos ambíguos do debate político atual: pequeno dicionário que você não sabia que existia”. Nesta edição, que atualiza a do ano passado, foram incluídos seis novos verbetes: além de “cidadão de bem”, aparecem ali “linguagem neutra”, “identitarismo”, “família”, “globalismo” e “liberdade”.

Pesquisadores de linguística da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) analisaram cada uma das expressões contidas no livro. A publicação faz parte de um convênio entre a UFRJ e o Observatório de Sexualidade e Política (SPW).

Ao abordar as raízes históricas do “cidadão de bem”, o dicionário descreve que o conceito passou a frequentar as rodas de conversa durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985) para distinguir apoiadores e contestadores do regime. Servia, ainda, para diferenciar integrantes da classe média de pessoas mais pobres.

“Antes de 2013, a categoria ‘cidadão de bem’ estava associada a uma pessoa de vida ‘regrada’, ‘trabalhadora’, com ‘família’ e, no mais das vezes, ‘cristã'. Depois de 2013, esses valores seriam transportados para a esfera política. Figuras políticas da ultradireita e do campo ultraconservador religioso passam a usar o apelo aos ‘cidadãos de bem’ como uma ‘isca’ para atrair apoiadores e votos”, destaca o texto.

Em discurso feito em maio do ano passado, por exemplo, Bolsonaro novamente recorreu ao bordão, bastante comum em suas manifestações durante todo o mandato. “Esse governo não teme, muito pelo contrário, fica muito feliz quando cidadãos de bem e responsáveis buscam comprar uma arma de fogo”, afirmou o então presidente na 23.ª Feira Nacional da Soja, em Santa Rosa (RS).

A publicação contextualiza momentos políticos e assinala que, na campanha de 2022, a figura do “cidadão de bem” possibilitou a convergência de distintos segmentos do eleitorado em torno de Bolsonaro. “Isso permitiu (...) que perfis de mães conservadoras se unissem a homens jovens armamentistas, aglutinando pautas e eleitoras e eleitores com distintos anseios e valores em apoio à candidatura de Bolsonaro”, diz um dos trechos.

Na avaliação dos pesquisadores, a ideia de “cidadão do bem” também evoca valores morais tidos como superiores em relação ao restante da população. “Serve até como justificativa para ações e pautas antidemocráticas, incitando posturas antissistema de ataque às instituições”, observam eles.

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