A bancada conservadora fez nesta segunda-feira (9) uma sessão solene na Câmara, em homenagem ao “Dia Nacional do Nascituro”, que é celebrado em 8 de outubro. Mas o que era para ser uma demonstração de força contra o Supremo Tribunal Federal (STF), que julga a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, se tornou num ato esvaziado.
A Coluna contou as presenças em plenário e não havia nem dez parlamentares na sessão. Alguns entraram, passaram alguns minutos e saíram. Entre os presentes, Chris Tonietto (PL-RJ) e Nikolas Ferreira (PL-MG), que sentaram à mesa da Casa. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), assim como o correligionário Paulo Fernando (DF), deputado suplente, também compareceram.
Nos discursos, muita reclamação contra o STF, inclusive de oradores da sociedade civil, como o Padre João Batista, assessor eclesiástico de vida e família da Arquidiocese de Brasília.
Nikolas Ferreira chegou a cobrar ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que paute o requerimento de urgência do Estatuto do Nascituro, projeto de lei que proíbe o aborto.
A reclamação com o STF acontece porque a Corte começou o julgamento da descriminalização do aborto para gestantes com até 12 semanas de gravidez. Por causa desse e de outros julgamentos, como o do marco temporal e da descriminalização do porte de maconha, a oposição e o centrão entraram em obstrução no Congresso.
Enquanto isso, como mostrou a Coluna, o governo Lula quer sua base distante desse embate entre o Congresso e a Suprema Corte.