O diretor de gestão corporativa da Apex-Brasil, Floriano Pesaro, afirmou em suas redes sociais apoiar o direito de Israel de “se defender”. É o mesmo argumento usado pelos Estados Unidos para vetar no Conselho de Segurança da ONU a proposta brasileira de cessar-fogo da guerra Israel-Hamas. Pesaro também compartilhou comentário do apresentador Luciano Huck com críticas ao Itamaraty: “Esse blá, blá, blá diplomático não basta.”
O posicionamento do diretor causou desconforto entre integrantes do governo Lula. Além da declaração em tom que diverge do Ministério de Relações Exteriores, a Apex-Brasil é responsável pela promoção do comércio brasileiro no exterior e não costuma tomar posições políticas ou geopolíticas para não prejudicar negócios com os países envolvidos. Neste caso, a preocupação manifestada entre servidores, por exemplo, é no comércio com países árabes. A agência é ligada ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Pesaro é judeu e tem adotado uma posição clara na guerra. O diretor tem classificado o Hamas como “grupo terrorista”, termo que não é usado pelo Itamaraty em documentos e manifestações formais, sob argumento de que o governo brasileiro segue a classificação do Conselho de Segurança da ONU.
Entre as manifestações compartilhadas, Pesaro também apontou 17 motivos históricos pelos quais “nunca houve uma Palestina dentro do território de Israel”.
Apex-Brasil diz que segue diretrizes do Itamaraty e respeita liberdade de manifestação de seus funcionários
Em nota, a agência esclareceu que trabalha sob os princípios e diretrizes estabelecidos pelo Itamaraty. “Entre eles, a determinação do presidente Lula de que o país se junte aos esforços para cessar de imediato o conflito e continue trabalhando pela promoção da paz e em defesa dos direitos humanos no mundo.”
Por fim, a Apex-Brasil destacou respeitar a “liberdade de manifestação dos seus funcionários, considerando o compromisso absoluto com a paz e a não-agressão.”