Menos de uma semana depois de a Avibras Indústria Aeroespacial conseguir aprovar seu plano de recuperação judicial, quatro representantes da Barzan Holdings, empresa do Catar, estiveram com o ministro da Defesa, José Múcio, e manifestaram o interesse em investir na companhia brasileira.
A reunião ocorreu no ministério, nesta terça-feira, 11, na presença também do presidente da Avibras, João Brasil Carvalho Leite, e do diretor da G5 Partners, Daniel Lombardi.
O governo brasileiro acompanha com lupa as negociações envolvendo a Avibras. A maior empresa privada de sistemas de Defesa do país tem dívidas que superam R$ 640 milhões.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que Múcio e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o vice-presidente Geraldo Alckmin, ajudem na busca de uma solução para a companhia.
A Avibras tem negociado com investidores estrangeiros. Já o sindicato dos metalúrgicos pressiona para o governo estatizar a companhia.
Empresa do Catar de olho na Avibras quer ser líder global em defesa e segurança
A Barzan Holdings tem uma meta ambiciosa para avançar na indústria de defesa no mundo. Em seu site informa que quer se tornar “um grupo líder global de investimento em defesa e segurança por meio de investimentos diretos e, por meio de parcerias com organizações internacionais, para construir uma excelente capacidade tecnológica e know-how humano no Catar e no mercado internacional”.
Avibras afirma quem há muitos interessados mas nenhuma transação foi fechada
A Avibras informou à Coluna que está buscando ampliar seu capital através de investimentos diretos de empresas estratégicas. Em nota, afirmou que o governo brasileiro acompanha de perto a evolução deste processo, “que é complexo e sigiloso”. Mas, informa que afirma há vários investidores interessados, “porém nenhuma transação ocorreu até o momento”.
Por fim, a Avibras ressalta que sua prioridade e do governo brasileiro é manter as operações da empresa no Brasil.
Confira a íntegra da nota
A Avibras está buscando ampliar seu capital através de investimentos diretos de empresas estratégicas e o governo brasileiro acompanha de perto a evolução deste processo, que é complexo e sigiloso. Há vários investidores interessados, porém nenhuma transação ocorreu até o momento. Na busca de novos investidores, a prioridade da Avibras e do governo brasileiro é manter as operações da empresa no Brasil juntamente com seu capital humano, físico e intelectual, preservando assim a sua história de conquistas construída ao longo de mais de seis décadas.
Representantes de empresas privadas que participaram da reunião
- AVIBRAS - João Brasil Carvalho Leite e Nasser Abdallah
- BARZAN -Ahmed Al-Moosafari, Yasmeen Agal, Abdulaziz Al Khalifa, e Ibrahim Eisa Al Maslamani
- G5 Partners - Daniel Lombardi
Investimento externo na Avibras enfrenta resistência entre militares
A maioria dos generais integrantes do Alto Comando do Exército tem restrições à ideia de ter um parceiro estrangeiro na ‘missile house’ do País, fabricante do principal meio de dissuasão da Força (o sistema Astros 2020) e dos mísseis de longo alcance da Marinha.
Eles ressaltam que são tecnologias próprias, de custo adequado à economia brasileira. Os produtos vendem bem no Oriente Médio e Ásia. Arábia Saudita é o principal cliente externo.