O PSB já prepara uma festa para o retorno do senador Cid Gomes ao partido. O ato político de filiação de Cid e cerca de 40 prefeitos do seu grupo está marcado para 4 de fevereiro, em Fortaleza (CE). De saída do PDT, após uma ruidosa briga com seu irmão Ciro Gomes – que foi candidato do partido à Presidência, em 2022 –, Cid também levará para o PSB, em uma segunda etapa, quatro deputados federais e dez estaduais.
O racha e a debandada nas fileiras do PDT de Ciro jogaram um balde de água fria nas negociações para tirar do papel a proposta de união mais duradoura entre os dois partidos, com o surgimento de uma federação com o PSB, sigla do vice-presidente Geraldo Alckmin. Além disso, há problemas entre as legendas para a formação das alianças municipais.
Uma ala do PDT quer que o PSB entre na campanha do prefeito de Fortaleza, José Sarto, pré-candidato à reeleição. Outra corrente do partido de Ciro, no entanto, avalia a conveniência de pôr novamente na disputa o ex-prefeito da capital cearense Roberto Cláudio, que é presidente do PDT de Fortaleza.
Na outra ponta, o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva exige o respaldo do PSB ao nome que for lançar em Fortaleza – ainda não definido – para dar, como contrapartida, apoio ao prefeito de Recife, João Campos, que vai concorrer a novo mandato.
O confronto entre Cid e Ciro teve como uma das causas o próprio PT. O candidato derrotado ao Palácio do Planalto defende oposição ferrenha ao partido de Lula. Cid é contra e, com isso, acabou emparedado pelo irmão no PDT.
O pedido de desfiliação de deputados ligados a Cid ainda pode parar na Justiça para que eles não percam o mandato, caso a cúpula do partido não aceite a saída.
O senador já havia sido filiado ao PSB, de 2005 a 2013. Seu principal aliado na legenda é Eudoro Santana, presidente do PSB do Ceará e pai de Camilo Santana (PT), ministro da Educação. Cid também foi ministro da Educação por quase três meses, no governo Dilma Rousseff, e teve de deixar o cargo após dizer que a Câmara tinha um grupo formado por “uns 400, 300″ deputados “achacadores”.