O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que não pretende ser o herdeiro da “franquia” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e descarta concorrer à Presidência da República em 2026. O filho “zero um” do ex-mandatário participou do programa Roda Viva, que contou com a Coluna do Estadão na bancada de entrevistadores.
“Eu me encontrei no Senado, faço o que eu gosto e sei fazer, que é política no Legislativo. Acho que posso contribuir demais com um governo de direita que, não tenho dúvida, voltará ao Brasil a partir de 2027″, afirmou Flávio Bolsonaro na entrevista.
Neste momento, a direita estuda a candidatura de alguns nomes para a presidência da República: os governadores Ronaldo Caiado (União-GO) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) são vistos como opções. Nenhum dos cotados, porém, faz parte do clã Bolsonaro. Enquanto o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) são avaliados para disputar o Senado, Flávio seria o nome natural para concorrer ao Planalto.
“Bolsonaro nunca me propôs isso, eu não tenho essa pretensão. Ele é o dono da franquia, faço sempre o que ele mandar eu fazer. Acredito muito na sensibilidade, na visão de política (que Bolsonaro tem). Os nomes que se colocam são pessoas experimentadas. Se acontecer de o presidente Bolsonaro não conseguir reverter a inelegibilidade, o nome que ele apontar lá na frente será o meu também”, disse.
Flávio ainda acredita que o pai, inelegível até 2030, conseguirá reverter a sua situação eleitoral e participar da próxima eleição presidencial. “Enquanto houver recurso no Judiciário, acredito que a situação do ex-presidente Bolsonaro possa se reverter. Se reverteu a do Lula, que estava preso e foi tirado da cadeia para concorrer e disputar uma eleição”, comparou Flávio Bolsonaro.
Ou seja: mesmo sem citá-lo nominalmente, o senador acredita numa eventual suspeição do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que declarou a inelibilidade de Bolsonaro por causa dos ataques às urnas eletrônicas numa reunião com embaixadores, em 2022.
“Por muito menos o Moro foi declarado suspeito para julgar os casos de Lula. Ele (Moraes) investiga, ele é a vítima, ele é o autor. É tudo numa pessoa só. Se o (ex-juiz da Lava Jato) Sergio Moro, por muito menos, foi declarado suspeito, quem garante que esses processos, em algum momento, não serão anulados também?”, questionou.