A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o líder do partido na Câmara, Odair Cunha (MG), são mencionados como possíveis nomes para uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU), apurou o Broadcast/Coluna do Estadão com deputados federais e um ministro do governo. O partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer fechar um acordo na sucessão da presidência da Câmara para garantir que o posto fique com a sigla.
Parlamentares contrários à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) na Casa têm dito que Odair está empenhado em fazer com que o PT declare apoio ao líder do Republicanos na disputa por conta de um possível acordo para que um integrante do partido seja indicado ao TCU.
Procurada, Gleisi confirmou que o partido negocia uma vaga no Tribunal, mas negou que haja discussão sobre seu nome. Odair também negou que seja cotado. “Estamos em processo de negociação, quem será o nome o Partido a seu tempo vai indicar. Não é possível adiantar nada, muito menos nomes”, disse o líder na Câmara.
Um ministro do governo Lula que está a par das negociações disse ao Broadcast/Coluna do Estadão que tanto Gleisi quanto Odair ambicionam a vaga. No entanto, o deputado mineiro teria mais votos no plenário para ser aprovado do que a presidente do partido, na avaliação desse integrante da Esplanada.
A Câmara poderá indicar dois nomes para o TCU nos próximos anos. O ministro Aroldo Cedraz se aposenta em 2026, e o posto dele é um dos que devem ser negociados na sucessão da presidência da Casa. Já o mandato do ministro Augusto Nardes na Corte de Contas termina em 2027, mas há expectativa de que ele adiante a saída do órgão para concorrer em 2026 a um cargo eletivo no Rio Grande do Sul.
Gleisi deixará a presidência do PT no ano que vem, quando termina seu mandato no comando do partido. Uma das possibilidades para o futuro político da petista é ela ser indicada para um ministério no governo. O TCU, contudo, surgiu como uma opção.
O TCU é composto por nove ministros. Três são indicados pela Câmara e três pelo Senado. Outros três são escolhidos pelo presidente da República. Quando Lira se elegeu pela primeira vez na Câmara, negociou com o Republicanos a indicação do hoje ministro Jhonatan de Jesus.