O general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), queria usar a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) “com mais frequência” em 2022 para desacreditar o sistema eleitoral e criar o clima para um golpe de Estado. Essa é uma das conclusões apontadas no relatório do inquérito da Polícia Federal (PF) tornado público nesta terça-feira, 26, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A EBC é uma empresa pública.
A investigação encontrou na casa de Heleno uma agenda com anotações que sugerem “buscar relacionar os órgãos de imprensa que podem ser usados como meio de divulgação de ações do governo” e “utilizar com mais frequência a EBC”. No mesmo caderno, o general anotou que era preciso “estabelecer um discurso sobre urnas eletrônicas e votações” e que seria “válido continuar a criticar a urna eletrônica”.
A PF afirma, no relatório, que essas expressões evidenciam o objetivo do que chama de “organização criminosa” de disseminar ataques ao sistema de urnas eletrônicas. A agenda de Heleno tinha a logomarca da Caixa Econômica Federal. Com a conclusão do inquérito, a PF indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas por tentativa de golpe de Estado.