O rumo das investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro já dá espaço para a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, avalia Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça no governo Dilma Rousseff (PT).
“A gravidade das acusações de Delgatti denota evidente risco à ordem pública e possibilidade, até, de risco à instrução criminal. Cabe prisão preventiva para investigar”, afirmou Aragão à Coluna. “A prisão preventiva de Bolsonaro é uma perspectiva real”, acrescentou.
Em depoimento à CPMI, o hacker Walter Delgatti Neto afirmou que Bolsonaro teria prometido indulto para ele manipular uma urna eletrônica com um código-fonte fake. De acordo com o hacker, o ex-presidente também teria pedido que Delgatti assumisse um suposto grampo feito por autoridades estrangeiras do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Diante das afirmações do hacker, diz Aragão, a situação de Bolsonaro pode ser enquadrada no artigo 312 do Código de Processo Penal. “A prisão preventiva cabe se ‘sim’ para duas perguntas: Bolsonaro livre representa risco à ordem pública? Bolsonaro interferiu ou mostrou que pode interferir na coleta de provas? Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça, diz ‘sim’ e ‘sim’”.