O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se reuniram nesta sexta-feira, 9, e fizeram promessa mútua de melhorar a relação. A interlocutores, o deputado disse que o resultado da conversa no Palácio do Alvorada vai além de um armistício e que garantiu ao petista: “o jogo está zerado”.
Segundo apurou a Coluna do Estadão, os dois combinaram de intensificar os contatos, telefônicos o presenciais, após Lira romper com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Durante o café da manhã, o diálogo teve dois focos. Lula quis saber por que o presidente da Câmara elevou tanto o tom no discurso de abertura do ano Legislativo. Do parlamentar, ouviu um rosário de queixas.
Sem o tom inflamado adotado no discurso, Lira repetiu as reclamações de que, durante o ano de 2023, todas as matérias acordadas com a articulação política do governo tiveram vetos presidenciais. Ou seja, descumprimento de acordo. Ele citou exemplos além do veto de R$ 5,6 bilhões nas emendas de comissões. Apontou a pauta econômica: arcabouço fiscal, bets, Carf, Desenrola, por exemplo.
Segundo relatos, Lula afirmou que não tinha conhecimento da história de todos os vetos.
Lira disse a Lula que elevou o tom porque queria conversar, para mostrar que entregou o que o presidente pediu: declaração de apoio, PEC da transição, presença em Brasília no dia dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, aprovação da intervenção na segurança do Distrito Federal e, depois, a pauta prioritária da economia. Mas, para ele, o governo não cumpriu as promessas.
Na conversa a sós, Lula disse que conversaria mais. Orientou Lira a manter as tratativas com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, interlocutor destacado para a ponte com o alagoano, como antecipou a Coluna do Estadão. As relações do deputado com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, portanto, continuam rompidas.
Após deixar o Alvorada, Lira embarcou para Alagoas. Já o presidente Lula deu continuidade à “D.R.” da relação do Planalto com a Câmara e chamou seus ministros palacianos e o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), para alinhar a relação com Lira, a Câmara e o Centrão.