Alvo de fogo amigo e do apetite do Centrão, Luciana Santos (PCdoB) prepara sua linha de defesa para tentar permanecer no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Reforça a aliados que a troca de uma ministra “fiel” e compromissada para acomodar PP e Republicanos — que estavam na base de Jair Bolsonaro — seria vista negativamente, tanto pelos eleitores quanto pela área acadêmica.
Interlocutores ouvidos pela Coluna, por outro lado, afirmam que Luciana Santos tem compreensão de que a frente ampla exige sacrifício. Ela aguarda contato do presidente Lula para ter garantia sobre seu destino.
A aliados próximos, a ministra diz compreender que Lula precisa dos acordos partidários para garantir governabilidade. Ela sabe que está sendo aventada a possibilidade de ser transferida para o Ministério das Mulheres. Segundo interlocutores, não lhe agrada desacomodar Cida Gonçalves — outra mulher — na Esplanada, para continuar com um cargo, porém, Luciana não rejeitaria a missão.
Luciana Santos vai destacar transformação na Pasta para convencer Lula a mantê-la no cargo
Enquanto não recebe o direcionamento de Lula, Luciana tem ressaltado que a pasta vive um novo momento após ter sido profundamente negligenciada pelo governo Bolsonaro. Na gestão anterior, o Ministério foi chefiado pelo astronauta Marcos Pontes, hoje senador pelo PL-SP.
Dentre as ações da Pasta que Luciana levará à mesa para defender sua gestão, estão o reajuste das bolsas de mestrado, doutorado, pós-doutorado, iniciação científica e iniciação científica júnior; a recomposição de R$ 10 bi para o FNDCT; além dos investimentos de R$ 360 milhões com a Embraer; e as chamadas chamadas públicas no valor de R$ 590 milhões já lançadas com o CNPq.
PCdoB se manifesta
O PCdoB procurou a Coluna e disse não reconhecer as declarações atribuídas à ministra. Também informou que não foi procurado pelo presidente Lula para tratar de eventual reforma ministerial.
“Nem a ministra e nem o PCdoB foram procurados pelo presidente Lula para tratar de questões que envolvem uma possível alteração na Esplanada dos Ministérios. Compete ao presidente da República montar o governo e coordenar os esforços de governabilidade. Seguimos trabalhando ativamente em prol da reconstrução do Brasil, a partir do MCTI, produzindo políticas públicas e dando sequência às linhas prioritárias de ação da pasta”, diz a nota.