O Palácio do Planalto deixou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), à própria sorte ao negociar a recomposição dos ministérios com o Congresso. A prioridade da articulação política é empenhar todos os esforços para salvar o núcleo duro do governo e as pastas chefiadas pelo PT, como Casa Civil e Desenvolvimento Agrário.
Na visão de um aliado do governo no Legislativo, é “melhor um bom acordo do que uma boa briga”. Por isso, a orientação dos líderes do governo na Câmara e no Senado é aceitar o texto proposto pelo relator da reestruturação dos ministérios, Isnaldo Bulhões (MDB-AL). O parecer, entre outras coisas, minguou a pasta de Marina.
As alterações foram avalizadas pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que participou de uma reunião com Isnaldo na véspera da deliberação na comissão mista, nesta quarta-feira (24).
Como revelou a Coluna do Estadão, PSD, União Brasil e MDB, que fazem parte da base governista, se uniram para enfraquecer as pastas comandadas pelo PT e reforçar os ministérios chefiados por integrantes de seus respectivos partidos. Uma dessas manobras envolvia tirar o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Casa Civil.
O grupo de partidos também fez um acordo para apresentar o texto perto da data de vencimento, que ocorre em 1º de junho, e assim evitar que o governo tivesse tempo suficiente para reagir.
Em resposta, governistas buscaram a salvar o que consideram prioritário para a gestão Lula. Além de preservar a Casa Civil, outro ponto considerado essencial era garantir que ao menos parte da Conab ficasse sob o guarda-chuva de Paulo Teixeira no Ministério do Desenvolvimento Agrário. Sem isso, a avaliação é que a pasta perderia a razão de existir.
Ainda assim, há risco de alterações sobre a Conab e outros pontos da medida provisória em plenário.
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