Depois de enviar muitos sinais trocados ao agronegócio, o presidente Lula teve uma preocupação antes de viajar para Roma: escalou o ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) para levar uma bandeira branca ao setor.
Lula se reuniu com Teixeira e com os ministros Carlos Favaro (Agricultura) e Fernando Haddad (Fazenda) antes de embarcar. Ressaltou a importância de o governo anunciar um Plano Safra “robusto”, no próximo dia 27. O governo diz que já decidiu os valores, mas ainda não revela.
E assim, sem dizer quanto, porém prometendo mais, Teixeira participou de almoço nesta terça, 20, com a Frente Parlamentar da Agropecuária, que reúne mais de 300 deputados e senadores. Foi ele mesmo que havia pedido para ir ao encontro. O ministro fez um discurso que agradou os presentes. Disse que o agro tem que ter compatibilidade dos setores familiar e de grandes produtores.
O presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), disse à Coluna que acredita na intenção do presidente Lula de se aproximar do agronegócio. “Ele parou de sinalizar ao MST e não nos chamou mais de fascistas. São gestos. Porque não adianta só palavra, é preciso ter atitude”, ressaltou.
Para Lupion, o que fez Lula mudar a postura foi a constatação de que o agro é fundamental para o impulsionamento do crescimento no país. Os números divulgados pelo IBGE no início de junho mostraram que a economia brasileira cresceu 1,9% no primeiro trimestre, puxada pela agropecuária - que subiu 21,6%.
Mas o presidente da Frente admitiu que em algumas pautas não há como avançar no momento. “Pautas ideologizadas continuam nos distanciando, como as invasões”, pontuou.