O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a interlocutores que está preocupado com a “lavação de roupa suja” no PT e o futuro do partido. O receio é de que esse estica e puxa tenha impacto na construção de uma nova fisionomia da sigla, mais ao centro, para a campanha de 2026.
A ordem, agora, é antecipar ao máximo a temporada de discussões que põem o PT no divã. A partir desta terça-feira, 5, por exemplo, a Fundação Perseu Abramo e a cúpula petista vão promover uma série de debates preparatórios para um seminário intitulado “A Realidade Brasileira e os Desafios do Partido dos Trabalhadores”, que será realizado nos dias 5 e 6 de dezembro, em Brasília.
Lula cobra um freio de arrumação no discurso do PT, que precisa conquistar os chamados empreendedores – atraídos pela retórica bolsonarista – após o mau resultado nas eleições municipais. Não é de hoje que ele também tem criticado a falta de aproximação com a nova classe média, os evangélicos e a juventude, embora seu governo também não tenha conseguido aumentar a popularidade nesses segmentos.
Os painéis dos debates abordarão temas como realidade brasileira e contexto internacional, além de novo mundo do trabalho, comunicação e novas formas de sociabilidade. Todos esses assuntos voltarão à berlinda no mês que vem, durante seminário que contará com a presença de Lula no encerramento, seguido por uma reunião do Diretório Nacional petista.
A outra etapa do confronto no PT ocorrerá em junho de 2025, quando haverá a eleição do novo comando do partido, se o cronograma não for antecipado. Hoje, o maior racha está na corrente de Lula, a Construindo um Novo Brasil (CNB).
Até agora, há dois pré-candidatos desse grupo à cadeira da presidente do PT, Gleisi Hoffmann: o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE). Lula apoia Edinho, mas há quem diga que, até 2025, um terceiro nome pode aparecer nessa disputa.