O alerta no Planalto acendeu após pesquisa Datafolha apontar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se equipara ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em avaliação negativa de sua gestão. O sinal amarelo coloca ainda mais pressão na estratégia governista para a segunda metade do mandato e serão adotadas duas frentes de reação. Primeiro, correr para fazer as mudanças necessárias na comunicação do governo. Em segundo lugar, aumentar a combatividade das bancadas no Congresso Nacional, principalmente no plenário da Câmara.
O levantamento mostrou que o governo Lula é aprovado por 35% dos brasileiros e reprovado por 34%. No final de seu segundo ano no comando do País, Bolsonaro tinha 37% e 32%, respectivamente. Ou seja, o resultado é um empate na margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.
“Bolsonaro, enfrentando a maior pandemia do século, tinha mais aprovação e menos rejeição que Lula”, escreveu nas redes sociais o advogado Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social na gestão anterior.
No PT, segundo deputados ouvidos pela Coluna do Estadão, o foco será em multiplicar os discursos inflamados em defesa do governo, ainda mais depois do impopular corte de gastos, e alimentar a polarização com o bolsonarismo, para ressaltar o contraste entre os dois governos.
No Planalto, o ministro Paulo Pimenta deve deixar a Secretaria de Comunicação Social (Secom) em breve e o candidato mais forte para sucedê-lo é o marqueteiro Sidônio Palmeira. Apesar de traçarem estratégias desde agora, os atores políticos avaliam que, por enquanto, nada muda para a eleição de 2026. Tudo dependerá de dois fatores: se Lula concorrerá ou não à reeleição e qual será o candidato da direita.
A pesquisa Datafolha, divulgada nesta terça-feira, 17, foi realizada com entrevistas presenciais nos dias 12 e 13 de dezembro com 2.002 eleitores a partir dos 16 anos ou mais em 113 cidades.