BRASÍLIA - O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, alinhou o seu discurso ao tom adotado pelo presidente Lula (PT) ao classificar os ataques em Israel como “atos terroristas”.
Formalmente, o Itamaraty não tem usado o termo e explicou que faz a classificação de acordo com o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). No entanto, o chanceler, em reuniões internas, tem se referido ao conflito na região como ato terrorista. Vieira, porém, mantém a cautela de não fazer referência direta ao Hamas.
A reunião desta sexta-feira, 13, do Conselho de Segurança da ONU terminou sem resolução sobre o conflito. A diplomacia brasileira negocia um texto e busca consenso acerca dos termos a serem utilizados.
Bastidores
O chefe do Itamaraty tem conversado diretamente com o presidente Lula sobre o passo a passo das medidas adotadas.
Interlocutores do Ministério das Relações Exteriores tiveram a certeza de que o Lula está acompanhando essa cobertura em tempo real. Logo que acabou a reunião desta sexta-feira, o telefone de Mauro Vieira tocou. Era o presidente querendo saber os detalhes.
Reuniões
A agenda do chanceler prevê, no início da próxima semana, encontros com representantes da comunidade judaica no Brasil, reuniões de coordenação sobre a repatriação dos brasileiros e uma audiência pública na Comissão das Relações Exteriores do Senado para explicar as medidas adotadas pelo governo brasileiro sobre a guerra.
Na quarta-feira, 18, Vieira retorna aos Estados Unidos, onde tem uma série de compromissos já agendados porque o Brasil está na presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU.