Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

Ministra dos Povos Indígenas procura Zanin antes de STF votar marco temporal


Supremo retoma votação do projeto nesta quarta-feira; governo Lula teme posição do ministro após série de votos conservadores

Por Eduardo Gayer

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, foi nesta terça-feira ao gabinete do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), na véspera da votação do marco temporal na Corte. Depois dos votos conservadores proferidos por Zanin, o governo Lula teme que o magistrado - indicado pelo presidente por ter sido seu advogado pessoal - se posicione ao lado do agronegócio e a favor da “trava” para a demarcação de terras indígenas.

Na prática, um revés aos povos indígenas pelas mãos de Zanin cairia no colo do presidente Lula, que o indicou à vaga apesar da demanda da esquerda por alguém no Supremo comprometido com as causas progressistas. O placar na Corte está em 2 a 1 para derrubar a tese do marco temporal, com votos favoráveis de Edson Fachin e Alexandre de Moraes e contrário de Kassio Nunes Marques.

Indigenous Peoples Minister Sonia Guajajara attends the Amazon Summit at the Hangar Convention Center in Belem, Brazil, Wednesday, Aug. 9, 2023. Belem is hosting the Amazon Cooperation Treaty Organization that is meeting to chart a common course for protection of the bioregion and to address organized crime. (AP Photo/Eraldo Peres) Foto: Eraldo Peres/AP
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No cargo há menos de um mês, Zanin já votou contra o reconhecimento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) sobre violência policial contra os povos guarani e kaiowá no Mato Grosso do Sul. Ele também deu voto contrário à descriminalização do porte de drogas para consumo próprio e à equiparação de homofobia ao crime de injúria racial. Como mostrou a Coluna, a postura conservadora do ministro fez crescer a pressão sobre o presidente Lula a mudar sua preferência para a próxima vaga a ser aberta no STF.

A tese do marco temporal autoriza a demarcação de terras apenas nas áreas ocupadas por indígenas até a promulgação da Constituição em 1988. O julgamento desse critério será será retomado amanhã no STF e é acompanhado de perto pela ministra Sônia Guajajara, que pretende derrubar a tese, em um movimento caro ao governo.

O tema opõe Guajajara e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Na campanha eleitoral, Lula garantiu que os povos indígenas teriam atenção especial em seu governo, o que resultou inclusive na criação do Ministério.

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Agenda de Zanin é disputada em Brasília e tem PGR na pauta

A agenda de Zanin tem sido disputada em Brasília após sua chegada à Corte no último dia 3. Além de Guajajara, o ministro recebe nesta terça-feira em seu gabinete Antonio Carlos Alpino Bigonha, sub-procurador-Geral da República que disputa a sucessão de Augusto Aras no comando do Ministério Público.

Bigonha é cotado para ser indicado à PGR, e disputa nos bastidores a indicação com Paulo Gonet, vice procurador-geral eleitoral que tem apoios de peso na empreitada, como os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, foi nesta terça-feira ao gabinete do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), na véspera da votação do marco temporal na Corte. Depois dos votos conservadores proferidos por Zanin, o governo Lula teme que o magistrado - indicado pelo presidente por ter sido seu advogado pessoal - se posicione ao lado do agronegócio e a favor da “trava” para a demarcação de terras indígenas.

Na prática, um revés aos povos indígenas pelas mãos de Zanin cairia no colo do presidente Lula, que o indicou à vaga apesar da demanda da esquerda por alguém no Supremo comprometido com as causas progressistas. O placar na Corte está em 2 a 1 para derrubar a tese do marco temporal, com votos favoráveis de Edson Fachin e Alexandre de Moraes e contrário de Kassio Nunes Marques.

Indigenous Peoples Minister Sonia Guajajara attends the Amazon Summit at the Hangar Convention Center in Belem, Brazil, Wednesday, Aug. 9, 2023. Belem is hosting the Amazon Cooperation Treaty Organization that is meeting to chart a common course for protection of the bioregion and to address organized crime. (AP Photo/Eraldo Peres) Foto: Eraldo Peres/AP

No cargo há menos de um mês, Zanin já votou contra o reconhecimento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) sobre violência policial contra os povos guarani e kaiowá no Mato Grosso do Sul. Ele também deu voto contrário à descriminalização do porte de drogas para consumo próprio e à equiparação de homofobia ao crime de injúria racial. Como mostrou a Coluna, a postura conservadora do ministro fez crescer a pressão sobre o presidente Lula a mudar sua preferência para a próxima vaga a ser aberta no STF.

A tese do marco temporal autoriza a demarcação de terras apenas nas áreas ocupadas por indígenas até a promulgação da Constituição em 1988. O julgamento desse critério será será retomado amanhã no STF e é acompanhado de perto pela ministra Sônia Guajajara, que pretende derrubar a tese, em um movimento caro ao governo.

O tema opõe Guajajara e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Na campanha eleitoral, Lula garantiu que os povos indígenas teriam atenção especial em seu governo, o que resultou inclusive na criação do Ministério.

Agenda de Zanin é disputada em Brasília e tem PGR na pauta

A agenda de Zanin tem sido disputada em Brasília após sua chegada à Corte no último dia 3. Além de Guajajara, o ministro recebe nesta terça-feira em seu gabinete Antonio Carlos Alpino Bigonha, sub-procurador-Geral da República que disputa a sucessão de Augusto Aras no comando do Ministério Público.

Bigonha é cotado para ser indicado à PGR, e disputa nos bastidores a indicação com Paulo Gonet, vice procurador-geral eleitoral que tem apoios de peso na empreitada, como os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, foi nesta terça-feira ao gabinete do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), na véspera da votação do marco temporal na Corte. Depois dos votos conservadores proferidos por Zanin, o governo Lula teme que o magistrado - indicado pelo presidente por ter sido seu advogado pessoal - se posicione ao lado do agronegócio e a favor da “trava” para a demarcação de terras indígenas.

Na prática, um revés aos povos indígenas pelas mãos de Zanin cairia no colo do presidente Lula, que o indicou à vaga apesar da demanda da esquerda por alguém no Supremo comprometido com as causas progressistas. O placar na Corte está em 2 a 1 para derrubar a tese do marco temporal, com votos favoráveis de Edson Fachin e Alexandre de Moraes e contrário de Kassio Nunes Marques.

Indigenous Peoples Minister Sonia Guajajara attends the Amazon Summit at the Hangar Convention Center in Belem, Brazil, Wednesday, Aug. 9, 2023. Belem is hosting the Amazon Cooperation Treaty Organization that is meeting to chart a common course for protection of the bioregion and to address organized crime. (AP Photo/Eraldo Peres) Foto: Eraldo Peres/AP

No cargo há menos de um mês, Zanin já votou contra o reconhecimento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) sobre violência policial contra os povos guarani e kaiowá no Mato Grosso do Sul. Ele também deu voto contrário à descriminalização do porte de drogas para consumo próprio e à equiparação de homofobia ao crime de injúria racial. Como mostrou a Coluna, a postura conservadora do ministro fez crescer a pressão sobre o presidente Lula a mudar sua preferência para a próxima vaga a ser aberta no STF.

A tese do marco temporal autoriza a demarcação de terras apenas nas áreas ocupadas por indígenas até a promulgação da Constituição em 1988. O julgamento desse critério será será retomado amanhã no STF e é acompanhado de perto pela ministra Sônia Guajajara, que pretende derrubar a tese, em um movimento caro ao governo.

O tema opõe Guajajara e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Na campanha eleitoral, Lula garantiu que os povos indígenas teriam atenção especial em seu governo, o que resultou inclusive na criação do Ministério.

Agenda de Zanin é disputada em Brasília e tem PGR na pauta

A agenda de Zanin tem sido disputada em Brasília após sua chegada à Corte no último dia 3. Além de Guajajara, o ministro recebe nesta terça-feira em seu gabinete Antonio Carlos Alpino Bigonha, sub-procurador-Geral da República que disputa a sucessão de Augusto Aras no comando do Ministério Público.

Bigonha é cotado para ser indicado à PGR, e disputa nos bastidores a indicação com Paulo Gonet, vice procurador-geral eleitoral que tem apoios de peso na empreitada, como os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.

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