A nova rodada de ataques do deputado Ricardo Salles (PL-SP) ao presidente do seu partido, Valdemar Costa Neto, deve enterrar de vez as chances de ele concorrer pelo partido à prefeitura de São Paulo em 2024 ou ao Senado em 2026. Mesmo com o mal-estar, Valdemar não está disposto a liberar Salles a eventualmente deixar a legenda, a menos que ele entregue o mandato.
Nas redes sociais, neste sábado, Salles destacou a aliança do PL com o MDB em São Paulo e afirmou que “para o Centrão é tudo business”. “Não são conservadores, nem liberais e nem direita. Muito menos oposição. Jamais serão. Serão sempre governo. Não foi para isso que passamos 4 anos lutando contra a esquerda. Vergonha”, escreveu.
Salles já foi repreendido mais de uma vez pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suas críticas públicas a Valdemar. Desta vez, ele atacou o presidente da legenda após um novo encontro entre Bolsonaro e Ricardo Nunes (MDB), que busca apoio para disputar a reeleição.
Pessoas próximas a Valdemar consideram Salles um nome de extrema-direita e dizem que ele não tem mais qualquer chance de ser o candidato da sigla. Para eles, o deputado “passou dos limites” e agora faz apenas “esperneio de derrotado”. A avaliação serve tanto para a prefeitura, em 2024, quanto para a intenção do deputado de tentar o Senado em 2026, outra pretensão do parlamentar.
Valdemar considera que, no Senado, uma das próximas vagas deve ser do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), um dos filhos do ex-presidente.
O presidente do PL está ainda mais irritado com Salles porque considera que deu espaço a ele na Câmara ao permitir que ele ficasse com a CPI do MST. Valdemar não pretende responder Salles publicamente.
Como mostrou a Coluna, desde março uma ala mais moderada do PL tenta atrair Nunes ao partido para rifar a candidatura de Salles.