A eleição municipal deste ano registrou índices recordes de abstenção. Na capital paulista, por exemplo, o porcentual foi o maior desde a redemocratização (31,5%). Analistas políticos, candidatos e marqueteiros temem o aumento dessa tendência e levantam a indagação: seria possível o Brasil adotar voto online, como a Estônia e o Canadá?
O presidente da Comissão Eleitoral da OAB-SP, Marcio Kayatt, avalia que a Ordem servirá de modelo neste ano para ajudar na resposta. No próximo dia 21, pela primeira vez em sua história, a seccional terá eleições 100% online, com 380 mil advogados.
“Vamos fazer escola”, aposta Kayatt. Ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo, o advogado admite, porém, haver problemas estruturais e culturais para que o exemplo seja reproduzido nas disputas em todo o País.
Na avaliação de Kayatt, o Brasil não avançou para eleições online porque, por ter dimensões continentais, ainda possui áreas sem cobertura de internet. Além disso, no quesito cultural, o risco de voto sob ameaça aumentaria bastante.