O dia a dia na sede nacional do PL em Brasília não é de um partido que perdeu a eleição presidencial. Com mais de R$200 milhões em caixa, a sede do PL, onde despacham o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira dama Michelle, vive um entra e sai de políticos em busca de aval para suas candidaturas a prefeito no ano que vem.
Diante da fila de pretensos candidatos, uma decisão já foi tomada: a palavra final será de Bolsonaro. O critério adotado são locais onde ele teve votação expressiva em 2022. No Rio de Janeiro, São Paulo, Roraima, Mato Grosso e nos estados do Sul do país a decisão será negociada diretamente com o ex-presidente. A estimativa hoje é que o PL tenha três candidatos por vaga.
Há locais em que Bolsonaro já bateu o martelo. Em João Pessoa, ele avisou ao deputado federal Cabo Gilberto, presidente do diretório municipal, que a vaga é do ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga. O presidente afirma que seu ex-ministro tem mais visibilidade.
Queiroga foi ministro da saúde durante a pandemia de covid-19, quando o governo Bolsonaro se posicionou contra a vacina. A postura do governo na pandemia é apontada no PL como responsável pela derrota para Lula nas urnas.
Bolsonaro teve poucos votos na Paraíba nas eleições de 2022 e terminou o segundo turno com 33,38% dos votos. No entanto, na capital, conseguiu um desempenho melhor, com 49,9%. Cientes de que Lula tem vantagem no Nordeste, o PL vai tentar construir um cinturão da direita para tentar tirar votos do petista.