O novo presidente do PSDB, Marconi Perillo, admitiu indiretamente que seu partido chegou ao fundo do poço, mas ressaltou que há como emergir novamente. “Na política, o‘fundo do poço tem mola”, disse o ex-governador de Goiás, em publicação no X, antigo Twitter, feita nesta segunda-feira, 11.
Perillo assumiu a presidência da sigla no dia 30 de novembro, em mais um esforço dos tucanos para tentarem suturar o esfacelamento da legenda, desde as prévias de 2021.
E numa tentativa de retomar protagonismo político, uma das estratégias é sair do muro e passar a se posicionar em temas nacionais, já que o PSDB passou anos omisso.
Na mesma postagem, por exemplo, Perillo ressalta a localização dos tucanos no tabuleiro político como um partido de” centro, moderado e democrático”. Porém, começou a elevar o tom.
A sigla, ainda nesta segunda-feira, cobrou sobre a postura do governo Lula em relação à Venezuela. “Já passou da hora de o governo brasileiro condenar a ameaça da Venezuela contra o território da Guiana, na nossa fronteira norte. A Guiana é uma nação soberana e seu território está consolidado”, diz Perillo, em nota.
Convenção do PSDB foi marcada por disputa pelo comando de instituto que recebe milhões do fundo partidário
O entrave na reta final da convenção nacional do PSDB esbarrou numa disputa que foi além da presidência do partido. A briga girou em torno do comando do Instituto Teotônio Vilela (ITV), que recebe mais de 20% dos recursos do Fundo Partidário da sigla e funciona como braço acadêmico-político dos tucanos. Em 2022, foram R$ 13,4 milhões (23,6% do fundão). Neste ano, a organização recebeu R$ 2,5 milhões (22%), segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No final, o deputado Aécio Neves (MG) venceu a disputa e assumiu a presidência do Instituto, contratando uma briga interna com a bancada federal da legenda, que chegou a ameaçar debandada.