O ex-deputado federal General Peternelli (União-SP) criticou neste sábado, 14, a prisão do general Walter Braga Netto pela Polícia Federal (PF) no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado no País. Para a PF, Braga Netto teve atuação central no plano golpista, o que o ex-ministro nega.
“Acho a prisão desnecessária. Você prende se a pessoa vai intervir, fugir. Nada disso se caracteriza no caso do Braga Netto”, afirmou à Coluna do Estadão o general Peternelli, um dos deputados federais eleitos na esteira do bolsonarismo na eleição de 2018, quando coordenou as candidaturas de militares.
Peternelli era deputado pelo PSL, sigla do então presidente Jair Bolsonaro, e se encontrava regularmente com os generais do alto escalão do governo. O general se formou na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) em 1976, mesma turma do general Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa no início da gestão Bolsonaro. Braga Netto se formou em 1978.
Ex-vice na chapa de Bolsonaro em 2022, ex-ministro e ex-integrante da cúpula do Exército, o general Braga Netto foi preso pela PF na manhã deste sábado, 14, no Rio de Janeiro. A PF também cumpre mandados, autorizados pelo Supremo Tribunal Federal, em Brasília, contra outras pessoas suspeitas de dificultarem a produção de provas durante o processo.
A Polícia Federal indiciou Braga Netto, Bolsonaro e outros 38 no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado. O indiciamento foi baseado na Operação Contragolpe, cujo relatório da PF cita Braga Netto 98 vezes. A defesa de Braga Netto nega irregularidades.