Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

Promoções na Polícia Militar de SP abrem novo capítulo da crise na tropa


Polícia Militar priorizou policiais que não atuam nas ruas; ex-ouvidor e ex-secretário criticam medida

Por Roseann Kennedy e Eduardo Barretto

A promoção de novos capitães pela Polícia Militar (PM) de São Paulo, que priorizou policiais que não atuam nas ruas, abriu um novo capítulo da crise na corporação. Dos 16 novos promovidos por merecimento na semana passada, apenas três trabalham no policiamento territorial, responsável pelo patrulhamento ostensivo e prevenção de crimes.

Os outros 13 estão em áreas como Corpo de Bombeiros, Polícia Ambiental, Diretoria de Cultura, Comunicação Social e Escola de Educação Física. Em reserva, interlocutores da polícia demonstraram insatisfação com a decisão. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que usou critérios técnicos nas escolhas.

Ouvidor das Polícias de São Paulo até a última terça-feira (17/12), Cláudio Aparecido afirmou que a decisão da PM agrava a crise enfrentada pela corporação, criticada por episódios de abuso da força policial no último mês.

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“É mais uma razão para gerar desconforto e constrangimento dentro da PM. Contribui com o descontrole da tropa e deixa a crise mais aguda. A decisão baseou-se em uma lógica de desprestígio do trabalho operacional”, disse Aparecido à Coluna do Estadão. Primeiro na lista tríplice para um novo mandato como ouvidor, Aparecido foi preterido pelo governador Tarcísio de Freitas pelo terceiro colocado, Mauro Caseri.

O ex-secretário nacional de Segurança Pública José Vicente da Silva Filho, coronel da reserva da PM, afirmou: “É uma sinalização claríssima de que o patrulhamento, função arriscada e que envolve o principal contingente da PM para prevenção de crimes, não tem incentivo do governo. A tropa fica desmotivada e sabe que não vai ser promovida, ao contrário dos policiais em postos burocráticos ou unidades especiais. Quanto mais longe da linha de frente, mais chance de promoção”.

Silva Filho disse ainda que o cargo de capitão na PM é estratégico para o bom funcionamento do policiamento nas ruas. “É o nível de gerência mais próximo do policial, que fica na linha de frente e atua no dia a dia”, completou.

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Enterro do menino Ryan Andrade Santos, de 4 anos, que morreu baleado após uma ação da PM no Morro São Bento, em Santos (SP)  Foto: Fernanda Luz/Estadao

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou:

“Desde o início da atual gestão, diversas promoções por mérito e movimentações de rotina, em todos os níveis das carreiras, foram efetivadas junto às polícias Civil, Militar e Técnico-Científica do Estado. Tais medidas são planejadas e executadas a partir de critérios estritamente técnicos, com o objetivo de aprimorar constantemente a atuação policial e reforçar a segurança de toda a população”.

A promoção de novos capitães pela Polícia Militar (PM) de São Paulo, que priorizou policiais que não atuam nas ruas, abriu um novo capítulo da crise na corporação. Dos 16 novos promovidos por merecimento na semana passada, apenas três trabalham no policiamento territorial, responsável pelo patrulhamento ostensivo e prevenção de crimes.

Os outros 13 estão em áreas como Corpo de Bombeiros, Polícia Ambiental, Diretoria de Cultura, Comunicação Social e Escola de Educação Física. Em reserva, interlocutores da polícia demonstraram insatisfação com a decisão. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que usou critérios técnicos nas escolhas.

Ouvidor das Polícias de São Paulo até a última terça-feira (17/12), Cláudio Aparecido afirmou que a decisão da PM agrava a crise enfrentada pela corporação, criticada por episódios de abuso da força policial no último mês.

“É mais uma razão para gerar desconforto e constrangimento dentro da PM. Contribui com o descontrole da tropa e deixa a crise mais aguda. A decisão baseou-se em uma lógica de desprestígio do trabalho operacional”, disse Aparecido à Coluna do Estadão. Primeiro na lista tríplice para um novo mandato como ouvidor, Aparecido foi preterido pelo governador Tarcísio de Freitas pelo terceiro colocado, Mauro Caseri.

O ex-secretário nacional de Segurança Pública José Vicente da Silva Filho, coronel da reserva da PM, afirmou: “É uma sinalização claríssima de que o patrulhamento, função arriscada e que envolve o principal contingente da PM para prevenção de crimes, não tem incentivo do governo. A tropa fica desmotivada e sabe que não vai ser promovida, ao contrário dos policiais em postos burocráticos ou unidades especiais. Quanto mais longe da linha de frente, mais chance de promoção”.

Silva Filho disse ainda que o cargo de capitão na PM é estratégico para o bom funcionamento do policiamento nas ruas. “É o nível de gerência mais próximo do policial, que fica na linha de frente e atua no dia a dia”, completou.

Enterro do menino Ryan Andrade Santos, de 4 anos, que morreu baleado após uma ação da PM no Morro São Bento, em Santos (SP)  Foto: Fernanda Luz/Estadao

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou:

“Desde o início da atual gestão, diversas promoções por mérito e movimentações de rotina, em todos os níveis das carreiras, foram efetivadas junto às polícias Civil, Militar e Técnico-Científica do Estado. Tais medidas são planejadas e executadas a partir de critérios estritamente técnicos, com o objetivo de aprimorar constantemente a atuação policial e reforçar a segurança de toda a população”.

A promoção de novos capitães pela Polícia Militar (PM) de São Paulo, que priorizou policiais que não atuam nas ruas, abriu um novo capítulo da crise na corporação. Dos 16 novos promovidos por merecimento na semana passada, apenas três trabalham no policiamento territorial, responsável pelo patrulhamento ostensivo e prevenção de crimes.

Os outros 13 estão em áreas como Corpo de Bombeiros, Polícia Ambiental, Diretoria de Cultura, Comunicação Social e Escola de Educação Física. Em reserva, interlocutores da polícia demonstraram insatisfação com a decisão. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que usou critérios técnicos nas escolhas.

Ouvidor das Polícias de São Paulo até a última terça-feira (17/12), Cláudio Aparecido afirmou que a decisão da PM agrava a crise enfrentada pela corporação, criticada por episódios de abuso da força policial no último mês.

“É mais uma razão para gerar desconforto e constrangimento dentro da PM. Contribui com o descontrole da tropa e deixa a crise mais aguda. A decisão baseou-se em uma lógica de desprestígio do trabalho operacional”, disse Aparecido à Coluna do Estadão. Primeiro na lista tríplice para um novo mandato como ouvidor, Aparecido foi preterido pelo governador Tarcísio de Freitas pelo terceiro colocado, Mauro Caseri.

O ex-secretário nacional de Segurança Pública José Vicente da Silva Filho, coronel da reserva da PM, afirmou: “É uma sinalização claríssima de que o patrulhamento, função arriscada e que envolve o principal contingente da PM para prevenção de crimes, não tem incentivo do governo. A tropa fica desmotivada e sabe que não vai ser promovida, ao contrário dos policiais em postos burocráticos ou unidades especiais. Quanto mais longe da linha de frente, mais chance de promoção”.

Silva Filho disse ainda que o cargo de capitão na PM é estratégico para o bom funcionamento do policiamento nas ruas. “É o nível de gerência mais próximo do policial, que fica na linha de frente e atua no dia a dia”, completou.

Enterro do menino Ryan Andrade Santos, de 4 anos, que morreu baleado após uma ação da PM no Morro São Bento, em Santos (SP)  Foto: Fernanda Luz/Estadao

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou:

“Desde o início da atual gestão, diversas promoções por mérito e movimentações de rotina, em todos os níveis das carreiras, foram efetivadas junto às polícias Civil, Militar e Técnico-Científica do Estado. Tais medidas são planejadas e executadas a partir de critérios estritamente técnicos, com o objetivo de aprimorar constantemente a atuação policial e reforçar a segurança de toda a população”.

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