Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Iander Porcella

PSDB de São Paulo amplia ‘lavação de roupa suja’ em troca de cartas


Presidente da Comissão Provisória Estadual, Paulo Serra, responde Marconi Perrillo; rejeita antecipar convenção para início de fevereiro e expõe a “lamentável” situação da sigla: contas bancárias bloqueadas, aluguel atrasado e encolhimento a menos de 30 prefeitos no Estado

Por Roseann Kennedy

Sem conseguir superar as desavenças internas que impedem reestruturar o partido em sua principal base, o Estado de São Paulo, o PSDB avança numa lavação de roupa suja por meio de cartas. Em resposta ao presidente nacional da sigla, Marconi Perillo, o presidente da Comissão Provisória Estadual, prefeito de Santo André, Paulo Serra, rejeitou antecipar para o início de fevereiro a convenção tucana e expôs a “lamentável” situação da sigla.

No texto, ao qual a Coluna do Estadão teve acesso, Serra revela as entranhas partidárias no Estado. Ressalta que o PSDB já perdeu quase todos os prefeitos em São Paulo e que, além da crise política, também enfrenta problemas administrativos.

“De 189 prefeitos filiados ao PSDB passamos para menos de 30... Não há mais nenhum funcionário registrado no partido, as contas bancárias estão bloqueadas por dívidas de campanhas eleitorais passadas, as prestações de contas partidárias foram sistematicamente desaprovadas pela justiça eleitoral e o contrato de aluguel da modesta sede partidária está vencido”, aponta.

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Presidente da Comissão Provisória Estadual do PSDB de São Paulo, prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB). Foto: Helber Aggio / Prefeitura de Santo André

O presidente da Comissão Provisória Estadual diz que haveria prazo legal para realizar a convenção no início de fevereiro, mas que não há estrutura nem representatividade garantidas, porque dos 645 municípios aptos a realizar suas convenções municipais no ano passado somente 22% estão regularizados e que isso entregaria o comando do partido a decisão de uma minoria.

“Já sabemos onde uma suposta democracia interna meramente formal e cartorial nos levou. Não há mais espaço para repetirmos velhos erros”, alerta.

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Ele observa que cidades como São Paulo, Guarulhos, Suzano, Bauru, Santana do Parnaíba e Diadema, estariam alijadas ou subrepresentadas na escolha do próximo diretório estadual. “Não é possível estabelecer representação estadual sem antes definir o que será feito politicamente na capital”, analisa.

A proposta de Paulo Serra é realizar as convenções municipais na primeira quinzena de fevereiro e a estadual na primeira quinzena de março.

“Não nos honra estarmos em uma comissão provisória. Melhor seria que o partido ainda estivesse em pleno vigor político, disputando a hegemonia no Estado de SP e no Brasil. Mas assumimos a tarefa de administrar o partido em sua fase mais difícil da história e, entregá-lo menor do que se encontra, não nos passa na cabeça”, enfatiza.

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Mas ele também diz que se Marconi Perillo determinar a realização antecipada fará todos os esforços para cumprir ”em nome da lealdade e fidelidade partidária”.

Perillo vai marcar reunião para encontrar meio termo

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, está tentando um acordo entre os dois grupos e programa uma reunião para a próxima semana, segundo interlocutores.

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A intriga no PSDB de São Paulo envolve as feridas deixadas desde as prévias para a escolha do presidenciável em 2022. Foi tanta confusão que o partido nem sequer teve candidato e o ex-governador João Doria deixou a sigla e a política.

O grupo ligado a ele na legenda reclama de retaliação e não aceita o comando provisório de Paulo Serra, alçado ao posto como um dos últimos atos do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, quando estava na presidência nacional do partido. Paulo Serra assumiu provisoriamente o comando da executiva estadual paulista, no final de outubro, e poderia ficar no cargo até 15 de abril.

Mas, a disputa atual também envolve decisões sobre lançar mais candidaturas ou se agarrar aos acordos de composições de palanques e manutenção de cargos nas gestões atuais. O grupo de Serra defende lançar candidatos, inclusive na capital onde o outro lado apoia a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

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Perillo cobra bom senso e quer convenção do PSDB de São Paulo em fevereiro

Como revelou a Coluna do Estadão, na semana passada, Perillo enviou carta a Paulo Serra. No texto ele pediu bom senso à comissão provisória do partido em São Paulo, disse que a sigla precisa se reorganizar sem retaliações ou perseguições. Também cobrou que a convenção estadual tucana fosse marcada para a primeira semana de fevereiro.

O presidente nacional do PSDB apelou pela superação das divergências internas iniciadas nas prévias para a eleição presidencial de 2022. “Uma vez que os princípios ideológicos estejam alinhados, divergências sobre os caminhos a seguir para a efetivação dos objetivos partidários devem ser debatidas dentro do espírito democrático que rege o nosso partido, sem perseguições, sem retaliações, com respeito à ética”, afirmou na carta.

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Sem conseguir superar as desavenças internas que impedem reestruturar o partido em sua principal base, o Estado de São Paulo, o PSDB avança numa lavação de roupa suja por meio de cartas. Em resposta ao presidente nacional da sigla, Marconi Perillo, o presidente da Comissão Provisória Estadual, prefeito de Santo André, Paulo Serra, rejeitou antecipar para o início de fevereiro a convenção tucana e expôs a “lamentável” situação da sigla.

No texto, ao qual a Coluna do Estadão teve acesso, Serra revela as entranhas partidárias no Estado. Ressalta que o PSDB já perdeu quase todos os prefeitos em São Paulo e que, além da crise política, também enfrenta problemas administrativos.

“De 189 prefeitos filiados ao PSDB passamos para menos de 30... Não há mais nenhum funcionário registrado no partido, as contas bancárias estão bloqueadas por dívidas de campanhas eleitorais passadas, as prestações de contas partidárias foram sistematicamente desaprovadas pela justiça eleitoral e o contrato de aluguel da modesta sede partidária está vencido”, aponta.

Presidente da Comissão Provisória Estadual do PSDB de São Paulo, prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB). Foto: Helber Aggio / Prefeitura de Santo André

O presidente da Comissão Provisória Estadual diz que haveria prazo legal para realizar a convenção no início de fevereiro, mas que não há estrutura nem representatividade garantidas, porque dos 645 municípios aptos a realizar suas convenções municipais no ano passado somente 22% estão regularizados e que isso entregaria o comando do partido a decisão de uma minoria.

“Já sabemos onde uma suposta democracia interna meramente formal e cartorial nos levou. Não há mais espaço para repetirmos velhos erros”, alerta.

Ele observa que cidades como São Paulo, Guarulhos, Suzano, Bauru, Santana do Parnaíba e Diadema, estariam alijadas ou subrepresentadas na escolha do próximo diretório estadual. “Não é possível estabelecer representação estadual sem antes definir o que será feito politicamente na capital”, analisa.

A proposta de Paulo Serra é realizar as convenções municipais na primeira quinzena de fevereiro e a estadual na primeira quinzena de março.

“Não nos honra estarmos em uma comissão provisória. Melhor seria que o partido ainda estivesse em pleno vigor político, disputando a hegemonia no Estado de SP e no Brasil. Mas assumimos a tarefa de administrar o partido em sua fase mais difícil da história e, entregá-lo menor do que se encontra, não nos passa na cabeça”, enfatiza.

Mas ele também diz que se Marconi Perillo determinar a realização antecipada fará todos os esforços para cumprir ”em nome da lealdade e fidelidade partidária”.

Perillo vai marcar reunião para encontrar meio termo

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, está tentando um acordo entre os dois grupos e programa uma reunião para a próxima semana, segundo interlocutores.

A intriga no PSDB de São Paulo envolve as feridas deixadas desde as prévias para a escolha do presidenciável em 2022. Foi tanta confusão que o partido nem sequer teve candidato e o ex-governador João Doria deixou a sigla e a política.

O grupo ligado a ele na legenda reclama de retaliação e não aceita o comando provisório de Paulo Serra, alçado ao posto como um dos últimos atos do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, quando estava na presidência nacional do partido. Paulo Serra assumiu provisoriamente o comando da executiva estadual paulista, no final de outubro, e poderia ficar no cargo até 15 de abril.

Mas, a disputa atual também envolve decisões sobre lançar mais candidaturas ou se agarrar aos acordos de composições de palanques e manutenção de cargos nas gestões atuais. O grupo de Serra defende lançar candidatos, inclusive na capital onde o outro lado apoia a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Perillo cobra bom senso e quer convenção do PSDB de São Paulo em fevereiro

Como revelou a Coluna do Estadão, na semana passada, Perillo enviou carta a Paulo Serra. No texto ele pediu bom senso à comissão provisória do partido em São Paulo, disse que a sigla precisa se reorganizar sem retaliações ou perseguições. Também cobrou que a convenção estadual tucana fosse marcada para a primeira semana de fevereiro.

O presidente nacional do PSDB apelou pela superação das divergências internas iniciadas nas prévias para a eleição presidencial de 2022. “Uma vez que os princípios ideológicos estejam alinhados, divergências sobre os caminhos a seguir para a efetivação dos objetivos partidários devem ser debatidas dentro do espírito democrático que rege o nosso partido, sem perseguições, sem retaliações, com respeito à ética”, afirmou na carta.

Sem conseguir superar as desavenças internas que impedem reestruturar o partido em sua principal base, o Estado de São Paulo, o PSDB avança numa lavação de roupa suja por meio de cartas. Em resposta ao presidente nacional da sigla, Marconi Perillo, o presidente da Comissão Provisória Estadual, prefeito de Santo André, Paulo Serra, rejeitou antecipar para o início de fevereiro a convenção tucana e expôs a “lamentável” situação da sigla.

No texto, ao qual a Coluna do Estadão teve acesso, Serra revela as entranhas partidárias no Estado. Ressalta que o PSDB já perdeu quase todos os prefeitos em São Paulo e que, além da crise política, também enfrenta problemas administrativos.

“De 189 prefeitos filiados ao PSDB passamos para menos de 30... Não há mais nenhum funcionário registrado no partido, as contas bancárias estão bloqueadas por dívidas de campanhas eleitorais passadas, as prestações de contas partidárias foram sistematicamente desaprovadas pela justiça eleitoral e o contrato de aluguel da modesta sede partidária está vencido”, aponta.

Presidente da Comissão Provisória Estadual do PSDB de São Paulo, prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB). Foto: Helber Aggio / Prefeitura de Santo André

O presidente da Comissão Provisória Estadual diz que haveria prazo legal para realizar a convenção no início de fevereiro, mas que não há estrutura nem representatividade garantidas, porque dos 645 municípios aptos a realizar suas convenções municipais no ano passado somente 22% estão regularizados e que isso entregaria o comando do partido a decisão de uma minoria.

“Já sabemos onde uma suposta democracia interna meramente formal e cartorial nos levou. Não há mais espaço para repetirmos velhos erros”, alerta.

Ele observa que cidades como São Paulo, Guarulhos, Suzano, Bauru, Santana do Parnaíba e Diadema, estariam alijadas ou subrepresentadas na escolha do próximo diretório estadual. “Não é possível estabelecer representação estadual sem antes definir o que será feito politicamente na capital”, analisa.

A proposta de Paulo Serra é realizar as convenções municipais na primeira quinzena de fevereiro e a estadual na primeira quinzena de março.

“Não nos honra estarmos em uma comissão provisória. Melhor seria que o partido ainda estivesse em pleno vigor político, disputando a hegemonia no Estado de SP e no Brasil. Mas assumimos a tarefa de administrar o partido em sua fase mais difícil da história e, entregá-lo menor do que se encontra, não nos passa na cabeça”, enfatiza.

Mas ele também diz que se Marconi Perillo determinar a realização antecipada fará todos os esforços para cumprir ”em nome da lealdade e fidelidade partidária”.

Perillo vai marcar reunião para encontrar meio termo

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, está tentando um acordo entre os dois grupos e programa uma reunião para a próxima semana, segundo interlocutores.

A intriga no PSDB de São Paulo envolve as feridas deixadas desde as prévias para a escolha do presidenciável em 2022. Foi tanta confusão que o partido nem sequer teve candidato e o ex-governador João Doria deixou a sigla e a política.

O grupo ligado a ele na legenda reclama de retaliação e não aceita o comando provisório de Paulo Serra, alçado ao posto como um dos últimos atos do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, quando estava na presidência nacional do partido. Paulo Serra assumiu provisoriamente o comando da executiva estadual paulista, no final de outubro, e poderia ficar no cargo até 15 de abril.

Mas, a disputa atual também envolve decisões sobre lançar mais candidaturas ou se agarrar aos acordos de composições de palanques e manutenção de cargos nas gestões atuais. O grupo de Serra defende lançar candidatos, inclusive na capital onde o outro lado apoia a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Perillo cobra bom senso e quer convenção do PSDB de São Paulo em fevereiro

Como revelou a Coluna do Estadão, na semana passada, Perillo enviou carta a Paulo Serra. No texto ele pediu bom senso à comissão provisória do partido em São Paulo, disse que a sigla precisa se reorganizar sem retaliações ou perseguições. Também cobrou que a convenção estadual tucana fosse marcada para a primeira semana de fevereiro.

O presidente nacional do PSDB apelou pela superação das divergências internas iniciadas nas prévias para a eleição presidencial de 2022. “Uma vez que os princípios ideológicos estejam alinhados, divergências sobre os caminhos a seguir para a efetivação dos objetivos partidários devem ser debatidas dentro do espírito democrático que rege o nosso partido, sem perseguições, sem retaliações, com respeito à ética”, afirmou na carta.

Sem conseguir superar as desavenças internas que impedem reestruturar o partido em sua principal base, o Estado de São Paulo, o PSDB avança numa lavação de roupa suja por meio de cartas. Em resposta ao presidente nacional da sigla, Marconi Perillo, o presidente da Comissão Provisória Estadual, prefeito de Santo André, Paulo Serra, rejeitou antecipar para o início de fevereiro a convenção tucana e expôs a “lamentável” situação da sigla.

No texto, ao qual a Coluna do Estadão teve acesso, Serra revela as entranhas partidárias no Estado. Ressalta que o PSDB já perdeu quase todos os prefeitos em São Paulo e que, além da crise política, também enfrenta problemas administrativos.

“De 189 prefeitos filiados ao PSDB passamos para menos de 30... Não há mais nenhum funcionário registrado no partido, as contas bancárias estão bloqueadas por dívidas de campanhas eleitorais passadas, as prestações de contas partidárias foram sistematicamente desaprovadas pela justiça eleitoral e o contrato de aluguel da modesta sede partidária está vencido”, aponta.

Presidente da Comissão Provisória Estadual do PSDB de São Paulo, prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB). Foto: Helber Aggio / Prefeitura de Santo André

O presidente da Comissão Provisória Estadual diz que haveria prazo legal para realizar a convenção no início de fevereiro, mas que não há estrutura nem representatividade garantidas, porque dos 645 municípios aptos a realizar suas convenções municipais no ano passado somente 22% estão regularizados e que isso entregaria o comando do partido a decisão de uma minoria.

“Já sabemos onde uma suposta democracia interna meramente formal e cartorial nos levou. Não há mais espaço para repetirmos velhos erros”, alerta.

Ele observa que cidades como São Paulo, Guarulhos, Suzano, Bauru, Santana do Parnaíba e Diadema, estariam alijadas ou subrepresentadas na escolha do próximo diretório estadual. “Não é possível estabelecer representação estadual sem antes definir o que será feito politicamente na capital”, analisa.

A proposta de Paulo Serra é realizar as convenções municipais na primeira quinzena de fevereiro e a estadual na primeira quinzena de março.

“Não nos honra estarmos em uma comissão provisória. Melhor seria que o partido ainda estivesse em pleno vigor político, disputando a hegemonia no Estado de SP e no Brasil. Mas assumimos a tarefa de administrar o partido em sua fase mais difícil da história e, entregá-lo menor do que se encontra, não nos passa na cabeça”, enfatiza.

Mas ele também diz que se Marconi Perillo determinar a realização antecipada fará todos os esforços para cumprir ”em nome da lealdade e fidelidade partidária”.

Perillo vai marcar reunião para encontrar meio termo

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, está tentando um acordo entre os dois grupos e programa uma reunião para a próxima semana, segundo interlocutores.

A intriga no PSDB de São Paulo envolve as feridas deixadas desde as prévias para a escolha do presidenciável em 2022. Foi tanta confusão que o partido nem sequer teve candidato e o ex-governador João Doria deixou a sigla e a política.

O grupo ligado a ele na legenda reclama de retaliação e não aceita o comando provisório de Paulo Serra, alçado ao posto como um dos últimos atos do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, quando estava na presidência nacional do partido. Paulo Serra assumiu provisoriamente o comando da executiva estadual paulista, no final de outubro, e poderia ficar no cargo até 15 de abril.

Mas, a disputa atual também envolve decisões sobre lançar mais candidaturas ou se agarrar aos acordos de composições de palanques e manutenção de cargos nas gestões atuais. O grupo de Serra defende lançar candidatos, inclusive na capital onde o outro lado apoia a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Perillo cobra bom senso e quer convenção do PSDB de São Paulo em fevereiro

Como revelou a Coluna do Estadão, na semana passada, Perillo enviou carta a Paulo Serra. No texto ele pediu bom senso à comissão provisória do partido em São Paulo, disse que a sigla precisa se reorganizar sem retaliações ou perseguições. Também cobrou que a convenção estadual tucana fosse marcada para a primeira semana de fevereiro.

O presidente nacional do PSDB apelou pela superação das divergências internas iniciadas nas prévias para a eleição presidencial de 2022. “Uma vez que os princípios ideológicos estejam alinhados, divergências sobre os caminhos a seguir para a efetivação dos objetivos partidários devem ser debatidas dentro do espírito democrático que rege o nosso partido, sem perseguições, sem retaliações, com respeito à ética”, afirmou na carta.

Sem conseguir superar as desavenças internas que impedem reestruturar o partido em sua principal base, o Estado de São Paulo, o PSDB avança numa lavação de roupa suja por meio de cartas. Em resposta ao presidente nacional da sigla, Marconi Perillo, o presidente da Comissão Provisória Estadual, prefeito de Santo André, Paulo Serra, rejeitou antecipar para o início de fevereiro a convenção tucana e expôs a “lamentável” situação da sigla.

No texto, ao qual a Coluna do Estadão teve acesso, Serra revela as entranhas partidárias no Estado. Ressalta que o PSDB já perdeu quase todos os prefeitos em São Paulo e que, além da crise política, também enfrenta problemas administrativos.

“De 189 prefeitos filiados ao PSDB passamos para menos de 30... Não há mais nenhum funcionário registrado no partido, as contas bancárias estão bloqueadas por dívidas de campanhas eleitorais passadas, as prestações de contas partidárias foram sistematicamente desaprovadas pela justiça eleitoral e o contrato de aluguel da modesta sede partidária está vencido”, aponta.

Presidente da Comissão Provisória Estadual do PSDB de São Paulo, prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB). Foto: Helber Aggio / Prefeitura de Santo André

O presidente da Comissão Provisória Estadual diz que haveria prazo legal para realizar a convenção no início de fevereiro, mas que não há estrutura nem representatividade garantidas, porque dos 645 municípios aptos a realizar suas convenções municipais no ano passado somente 22% estão regularizados e que isso entregaria o comando do partido a decisão de uma minoria.

“Já sabemos onde uma suposta democracia interna meramente formal e cartorial nos levou. Não há mais espaço para repetirmos velhos erros”, alerta.

Ele observa que cidades como São Paulo, Guarulhos, Suzano, Bauru, Santana do Parnaíba e Diadema, estariam alijadas ou subrepresentadas na escolha do próximo diretório estadual. “Não é possível estabelecer representação estadual sem antes definir o que será feito politicamente na capital”, analisa.

A proposta de Paulo Serra é realizar as convenções municipais na primeira quinzena de fevereiro e a estadual na primeira quinzena de março.

“Não nos honra estarmos em uma comissão provisória. Melhor seria que o partido ainda estivesse em pleno vigor político, disputando a hegemonia no Estado de SP e no Brasil. Mas assumimos a tarefa de administrar o partido em sua fase mais difícil da história e, entregá-lo menor do que se encontra, não nos passa na cabeça”, enfatiza.

Mas ele também diz que se Marconi Perillo determinar a realização antecipada fará todos os esforços para cumprir ”em nome da lealdade e fidelidade partidária”.

Perillo vai marcar reunião para encontrar meio termo

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, está tentando um acordo entre os dois grupos e programa uma reunião para a próxima semana, segundo interlocutores.

A intriga no PSDB de São Paulo envolve as feridas deixadas desde as prévias para a escolha do presidenciável em 2022. Foi tanta confusão que o partido nem sequer teve candidato e o ex-governador João Doria deixou a sigla e a política.

O grupo ligado a ele na legenda reclama de retaliação e não aceita o comando provisório de Paulo Serra, alçado ao posto como um dos últimos atos do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, quando estava na presidência nacional do partido. Paulo Serra assumiu provisoriamente o comando da executiva estadual paulista, no final de outubro, e poderia ficar no cargo até 15 de abril.

Mas, a disputa atual também envolve decisões sobre lançar mais candidaturas ou se agarrar aos acordos de composições de palanques e manutenção de cargos nas gestões atuais. O grupo de Serra defende lançar candidatos, inclusive na capital onde o outro lado apoia a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Perillo cobra bom senso e quer convenção do PSDB de São Paulo em fevereiro

Como revelou a Coluna do Estadão, na semana passada, Perillo enviou carta a Paulo Serra. No texto ele pediu bom senso à comissão provisória do partido em São Paulo, disse que a sigla precisa se reorganizar sem retaliações ou perseguições. Também cobrou que a convenção estadual tucana fosse marcada para a primeira semana de fevereiro.

O presidente nacional do PSDB apelou pela superação das divergências internas iniciadas nas prévias para a eleição presidencial de 2022. “Uma vez que os princípios ideológicos estejam alinhados, divergências sobre os caminhos a seguir para a efetivação dos objetivos partidários devem ser debatidas dentro do espírito democrático que rege o nosso partido, sem perseguições, sem retaliações, com respeito à ética”, afirmou na carta.

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