A Executiva nacional do PSDB determinou, durante reunião na noite da última sexta-feira, 8, intervir no diretório de São Paulo e anular a eleição que havia dado a Marco Vinholi o comando da sigla no Estado. É a segunda vez que Vinholi é destituído do cargo em um intervalo de quatro meses.
Procurados pela Coluna, Vinholi disse que ainda não teve “informação oficial” sobre o assunto, mas ressaltou que obteve 92% dos votos na eleição do diretório estadual. A Executiva nacional do partido ainda não confirmou a decisão.
Foi o ex-senador tucano José Anibal, presidente do diretório municipal de São Paulo, que enviou mensagem aos integrantes da sigla com informações sobre a intervenção. O comunicado classificou como “ilegal” a reunião do diretório paulista que reconduziu Vinholi ao cargo na última terça-feira, 6, e ainda informou que a decisão de destituir a executiva estadual recém-eleita foi tomada por unanimidade.
“Na noite de ontem o presidente nacional do partido submeteu a voto dos membros da executiva nacional, a anulação da reunião ilegal do diretório estadual do psdb de São Paulo dia 06/03 e a consequente anulação da e executiva eleita na ocasião. Todos os 30 membros da executiva nacional que se manifestaram por escrito apoiaram a decisão. Nova executiva será indicada no começo da semana que vem”, diz Anibal na mensagem, confirmada à Coluna pelo próprio ex-senador.
O ex-senador foi o autor de uma das duas representações que pediam a intervenção no diretório paulista. O outro pedido foi apresentado por José Cezar de Carvalho. As duas reinvindicações foram acolhidas pelo presidente nacional do PSDB, Marconi Perilo.
Os atritos de Vinholi com a Executiva nacional vinham desde o período em que o governo do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, comandava o partido. O ex-presidente do diretório de São Paulo foi destituído por Leite em novembro, após suspensão da convenção estadual do partido.
A volta de Vinholi ao cargo na última terça-feira foi marcada por uma guerra de versões nos bastidores. Um grupo afirmava que tucano estava intransigente e não abriria mão de voltar ao cargo. Já o outro argumentava que a ala ligada ao governador gaúcho era autoritária, impondo Paulo Serra mesmo sem votos para elegê-lo.
Como revelou o Estadão, as brigas internas a nível estadual já impactam os diretórios municípios e devem provocar uma debanda de vereadores na capital paulista a sete meses das eleições municipais. Ao menos quatro dos oito parlamentares do PSDB em São Paulo já decidiram abandonar o partido antes da disputa de outubro.
A bancada tucana na capital reclama da falta de diálogo com a Executiva nacional, chefiada por Perillo, e da demora na montagem da chapa para o Legislativo. Outra crítica é sobre a indefinição a respeito do apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) na disputa pela reeleição.
As queixas relacionadas à demora para fechar alianças com Nunes também são feitas em relação a Vinholi. O seu retorno ao diretório estadual na última terça-feira foi visto internamente no PSDB como uma tendência de afastamento da gestão do atual prefeito.
Confira a nota de Marco Vinholi
No dia 18 de fevereiro foi realizada a convenção do PSDB-SP, oportunidade que contou com a presença de lideranças de todo o país seguindo o regramento estatutário. A reunião para eleição da executiva estadual do PSDB que estava agendada para a mesma data, foi adiada para o dia 25 de fevereiro e depois mais uma vez adiada para o dia 06 de março (abertura da janela partidária). Na data prevista foi então realizada a reunião que elegeu a executiva estadual do partido com 97 votantes de um diretório com 105 membros, mais de 92%. O resultado fala por si só, representa a vontade da imensa maioria do partido em SP, onde a democracia partidária é um dos pilares fundamentais estabelecidos desde Mario Covas na construção do partido que se tornou um dos mais importantes partidos da história do estado de SP