Aliados do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), querem articular nos próximos dias um novo encontro entre ele e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para tentar desfazer o mal-estar em torno das emendas de relator. A ideia é que Lula diga a Lira pessoalmente que não interferiu no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o orçamento secreto.
Lira considera que, nos últimos dias, o presidente eleito deu sinais a ministros STF pelo fim dessas emendas, que fazem parte do orçamento secreto, revelado pelo Estadão. Pessoas próximas a Lula, no entanto, procuraram o presidente da Câmara nesta quarta para negar que isso tenha ocorrido. Há um receio de que a insatisfação do grupo de Lira prejudique a tramitação da PEC da Transição na Casa, que precisa ocorrer na próxima semana.
Durante a campanha, Lula criticou as emendas de relator diversas vezes, o que aumenta a desconfiança de congressistas. O então candidato chegou a dizer que o orçamento secreto representava a ‘maior bandidagem já feita em 200 anos’.
Petistas alegam que querem buscar uma saída política, no Congresso, para que as emendas passem por algumas modificações, entre elas ganhar mais transparência e ter a destinação direcionada a programas de governo, como o Minha Casa Minha Vida. Mas, ao mesmo tempo, tentam reforçar que não possuem poder sobre as decisões do Judiciário.