A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), reagiu à agressão verbal sofrida na quinta-feira, 01, após participar da reabertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Ela afirmou ser vítima de violência política, disse que sofre ataques por ser mulher e que não vai recuar na atividade política.
“Lamento porque o que aconteceu não está à altura de Pernambuco. Não baixarei a cabeça. Tudo que eu gostaria é que possamos ser respeitadas pelos cargos que ocupamos e que a população possa nos julgar pelas ações do nosso governo”, afirmou à Coluna do Estadão.
Como mostrou a Coluna, o presidente da Alepe, Álvaro Porto (PSDB) criticou o discurso da governadora com palavra de baixo calão, sem perceber que o áudio do microfone estava aberto: “E o discurso dela, eu entendi nada. Conversou m... demais e não disse nada”.
No dia do episódio, Porto disse que não comentaria o assunto. Após a ampla repercussão do caso na mídia e diante da reação do PSDB, que avalia abrir processo no comissão de ética, ele divulgou uma nota, mas sem pedir desculpas.
“O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto, esclarece que usou uma expressão não condizente com o contexto e local ao avaliar o discurso da governadora Raquel Lyra”, afirma a assessoria do deputado no texto.
Ele admite que não deveria ter usado o palavrão, mas reforça às críticas ao discurso e à gestão de Raquel. “Reafirma que considera o teor do discurso desconectado com a realidade vivida em Pernambuco. E acrescenta que sua reação é fruto de indignação em relação à falta de resultados do governo em questões sérias como saúde e segurança, por exemplo”, diz o texto.
Confira a íntegra da nota de Álvaro Porto
O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto, esclarece que usou uma expressão não condizente com o contexto e local ao avaliar o discurso da governadora Raquel Lyra após a sessão de abertura dos trabalhos legislativos de 2024.
Todavia, mesmo admitindo que não deveria ter usado a palavra que usou, reafirma que considera o teor do discurso desconectado com a realidade vivida em Pernambuco. E acrescenta que sua reação é fruto de indignação em relação à falta de resultados do governo em questões sérias como saúde e segurança, por exemplo.
Afirma ainda ter o direito e o dever de avaliar e criticar discursos que não correspondam à realidade observada. Por fim, enfatiza que em nenhum momento fez referência à pessoa da governadora, mas ao discurso proferido por ela e que o áudio que acabou vazado do canal de transmissão do evento, aconteceu durante conversa informal, já no final na sessão.
PSDB avalia processo contra presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco
O episódio gerou reação da executiva nacional do PSDB, que saiu em defesa de Raquel. Como adiantou a Coluna, o partido afirmou que o Conselho Nacional de Ética e Disciplina está pronto para avaliar eventuais medidas disciplinares contra Álvaro Porto e que deve apoiar a governadora em eventuais medidas jurídicas sobre o caso.