O vereador de Felício dos Santos (MG) Wladimir Canuto (Avante), acusado pela prefeitura da cidade de interromper na segunda-feira, 3, o atendimento a um paciente com risco de morte ao invadir a sala vermelha de uma Unidade de Saúde Básica (UBS), já confessou ter cometido o crime de porte ilegal de arma. Canuto foi réu no Tribunal de Justiça de Minas Gerais e fechou um acordo com o Ministério Público para encerrar o processo.
Procurada, a defesa de Canuto não comentou sobre o processo por porte de arma. A respeito da acusação atual de invasão ao posto, nas redes sociais o vereador alegou que estava “fiscalizando” o posto de saúde. O paciente de 93 anos em estado grave, que teve o atendimento interrompido, morreu.
Em setembro de 2022, a Justiça tornou o vereador réu pelo crime de porte ilegal de arma de fogo, cuja pena vai de dois a quatro anos de prisão, além de multa. O juiz Fabio Vieira considerou que a denúncia do Ministério Público mostrava “o fato criminoso e todas as suas circunstâncias”.
Em novembro passado, Canuto e o Ministério Público firmaram um acordo de não persecução penal. Além de confessar o crime, o parlamentar pagou uma multa de R$ 2 mil. O acordo é uma medida alternativa ao cumprimento de pena, válida para crimes sem violência e com baixa punição.
Wladimir Canuto foi acusado pela prefeitura de Felício dos Santos (MG) de invadir a sala vermelha da UBS, onde acontecem atendimentos a casos urgentes. Os médicos do posto de saúde registraram um boletim de ocorrência contra o vereador. A Polícia Militar de Minas Gerais investiga o caso.
A prefeitura apontou que Canuto agiu de forma “criminosa, vil e ardilosa” e fez agressões físicas e verbais aos profissionais de saúde do município. A Câmara Municipal, onde Canuto exerce mandato, disse que o episódio foi “no mínimo antiético”.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Wladimir Canuto disse que estava fiscalizando a suposta falta de atendimento na unidade de saúde e prometeu repetir a medida. Késia Costa, que se identificou na publicação como neta do paciente morto, disse: “Esperava um pedido de desculpas, não um vídeo cheio de arrogância. Deveria ser humano”.
Outro comentário no post foi da médica Larissa Vieira: “Como médica que estava realizando o atendimento de alta complexidade, tendo a sala invadida em um momento de um procedimento que exigia total atenção no meu paciente, expresso aqui a minha completa indignação. Lamentável, vergonhoso e desumano”.