BRASÍLIA - Uma longa fila de ônibus circulou na manhã desta segunda-feira, 9, na proximidades do Quartel General do Exército. O comboio levou os 1,2 mil extremistas que ainda estavam acampados na área militar e foram detidos pela Polícia do Distrito Federal, após ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes para que fosse desmontado o acampamento dos golpistas.
Os presos foram levados para instalações da Polícia Federal onde estão sendo identificados. No pico da concentração no QG, antes dos atos extremistas de ataque aos três poderes no domingo, dia 8, os militares calculam em cerca de 4 mil a quantidade de pessoas concentradas no acampamento de viés golpista. Muitos saíram por meios próprios na madrugada, a pé ou em veículos particulares.
Segundo dados do Ministério da Justiça, ao menos 1,5 mil suspeitos já foram presos, incluindo os detidos na noite de domingo. Pelo menos 55 ônibus levaram os detidos.
Os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Defesa, José Múcio Monteiro, acompanharam pela manhã a operação de desmontagem do acampamento. Eles foram pessoalmente ao QG e visualizaram à distância a saída de bolsonaristas. Estavam acompanhados do comandante militar do Planalto, general Dutra de Menezes, e do interventor federal na segurança do Ricardo Capelli.
Segundo oficiais da PM e do Exército, não houve confronto direto com manifestantes, embora alguns tenham resistido a sair.
Depois de ter sido impedida na noite anterior de entrar no Setor Militar Urbano, por um barreira do Exército com uso de blindados, tropas da Polícia Militar retornaram ao QG por volta das 6h. Militares do Exército cercaram o acampamento, e a PM iniciou a condução dos bolsonaristas para os ônibus.
A operação de desmontagem foi coordenada em reunião dos ministros da Casa Civil, Defesa e Justiça (Flávio Dino) com o comandante-geral do Exército, general Júlio Cesar de Arruda.
O Exército, responsável pela desmontagem das barracas e varredura do local, não comunicou nenhum armamento apreendido.