BRASÍLIA - O conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), Paulo Tadeu, preza por seu sorriso. Ex-presidente da Corte, o ex-deputado pelo PT do Distrito Federal apresentou uma conta ao tribunal de R$ 21 mil, pedindo ressarcimento por despesas com o dentista. O salário como conselheiro é de R$ 35 mil, sem contar os adicionais.
O documento que embasa o pedido para que o Tribunal reembolse o conselheiro explica que ele precisa usar uma “placa de mordida miorrelaxante”. Esse apetrecho serve para quem durante a noite fica forçando a mandíbula ou batendo os dentes involuntariamente ao dormir.
No pedido de ressarcimento, o conselheiro informa que o valor se refere ainda ao tratamento dos dentes “21, 25 e 35″. O primeiro é o incisivo frontal superior, o segundo um pré-molar também da parte superior da mandíbula e o terceiro outro incisivo superior.
Ao solicitar que recursos públicos do tribunal banquem seu tratamento, o conselheiro anexou um relatório e o orçamento da clínica odontológica contratada por ele, além do recibo do cirurgião-dentista. O tribunal tem até 30 dias para fazer o ressarcimento pelos três dentes e pela placa.
“O plano Rubi da Assefaz não contempla tratamentos odontológicos de quaisquer espécie”, justificou o conselheiro no pedido.
Paulo Tadeu tomou posse no Tribunal de Contas em outubro de 2012. Foi deputado distrital e se elegeu deputado federal, além de ter sido secretário de Governo do Distrito Federal.
Tadeu era, até dezembro do ano passado, o presidente da Corte de Contas. Naquele mês, o rendimento bruto do conselheiro chegou a R$ 51.420,22. Foram incluídos neste valor, “vantagens pessoais” de R$ 8.865,56 e outros R$ 7.092,44 pelo “cargo de natureza especial”, por exemplo. Do montante bruto, houve descontos de imposto de renda (R$ 6.888,70) e contribuição previdenciária (R$ 5.501,06). Procurado, o Tribunal de Contas ainda não se manifestou.