Conselho da Câmara do Rio discutirá caso de vereador youtuber acusado de assédio sexual


Político teria assediado funcionários, estuprado mulher e fraudado vídeo, segundo o ‘Fantástico’; parlamentar nega acusações, que atribui a ‘mais uma tentativa de acabar com Gabriel Monteiro’

Por Fabio Grellet

RIO - Influenciador digital com quase 7 milhões de seguidores no Facebook, 6,2 milhões no YouTube e 5 milhões no TikTok, o ex-policial militar e vereador do Rio Gabriel Monteiro (sem partido) é acusado de estupro, assédio sexual e moral e de manipular vídeos que fazem sucesso nas redes sociais. A denúncia foi veiculada no domingo, 27, pelo programa “Fantástico”, da TV Globo, que ouviu ex-funcionários do parlamentar, uma mulher que manteve relação sexual com ele e uma especialista em produção de vídeos. Nesta terça-feira, 29, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal do Rio vai se reunir para debater as denúncias e decidir se abre um processo contra o vereador por quebra de decoro parlamentar.

Monteiro tem 27 anos e foi eleito vereador pela primeira vez em 2020, pelo PSD. Teve a terceira maior votação: 60.326 votos. Foram cerca de 5 mil a mais que o experiente Cesar Maia (DEM), que já foi prefeito do Rio por três mandatos. Monteiro teve apenas 11 mil votos a menos que Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL). Recentemente, o ex-PM deixou o PSD e negocia sua filiação ao PL.

Monteiro se tornou conhecido porque desde 2018 divulga nas redes sociais vídeos mostrando suas atividades como policial militar. Também veicula supostas denúncias sobre serviços públicos e cobranças de autoridades. No Facebook, onde detém o maior número de seguidores, se apresenta como “apaixonado por seu país, pelo direito, sempre em busca da paz social e da justiça”. Um especialista entrevistado pelo “Fantástico” estimou que apenas no YouTube a visualização de seus vídeos renda ao vereador até R$ 230 mil por mês.

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Em entrevista ao “Fantástico”, Gabriel Monteiro negou todas as acusações e disse que adversáriosse uniram para tentar destruir sua reputação Foto: Reprodução/Youtube Gabriel Monteiro

Durante a campanha para vereador, Monteiro foi alvo de um processo de deserção da Polícia Militar. Foi acusado de faltar ao trabalho. Chegou a ser excluído da corporação, mas recorreu à Justiça. Alegou que tinha tirado uma licença médica e foi reconduzido ao cargo. Depois, ao ser eleito, pediu exoneração e deixou a PM.

Gabriel Monteiro foi acusado de assédio sexual por ex-funcionários

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A reportagem do “Fantástico” exibiu entrevistas de quatro pessoas – três ex-funcionários e uma mulher com quem o vereador manteve relação sexual – que fizeram as acusações.

"Ele me abraçava assim por trás, 'te amo' e não sei o que, 'você é minha amiga'. Beijava o meu rosto, saía de pênis ereto e ia mostrar para o segurança", relatou Luiza Batista, que trabalhou na produção de vídeos de Monteiro. "Dá pra ver que ele chegava a passar (a mão). Eu falava: Gabriel, não gosto de gravar esses vídeos, você sabe. E toda vez ele ficava descendo a mão. Cansou de passar a mão na minha bunda. E eu segurando a mão dele. Pedindo e pedindo", completou Luiza, que chegou a cogitar o suicídio e precisou de atendimento médico.

Outra mulher, que não trabalhou para o vereador e manteve relação sexual inicialmente consentida com ele, o acusou de desrespeitar seu pedido para que parasse. “Teve um momento que ele usou força. Me segurou e foi com tudo. Me deixou sem saída. Eu pedindo para ele parar, ele não respeitou o momento em que eu pedi para ele parar. E ele rindo, 'é uma brincadeira. Não leva a sério, não. Não fica chateada.’ Ele me machucou, agiu com agressão e força física", disse ao “Fantástico”.

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Dois ex-funcionários de Gabriel, Mateus Souza e Heitor Monteiro, também fazem acusações de assédio moral e até sexual. “Inúmeras vezes ele começava a fazer alguns atos, eu pedia para parar e ele não parava. (Atos) de mandar eu ficar fazendo carinho nele”, contou Souza. “Carinho em todas as regiões do corpo. (Na região genital) Já chegou a pedir também”, completou Heitor.

A perita judicial Valéria Leal identificou indícios de manipulação em um vídeo que mostra um suposto confronto de Monteiro com criminosos numa favela. “Elementos presentes no vídeo bruto são incompatíveis com a situação de ameaça ou emboscada real. Há tiros, mas estão distantes dele (vereador). Várias vezes ele orienta como gravar, onde gravar, a posição das pessoas, não parece que ele está sob forte emoção ou numa determinada ação ameaçadora”, disse a perita ao “Fantástico”.

Vereador repudia acusações

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Em entrevista ao “Fantástico”, Monteiro negou todas as acusações. Ele também veiculou nas redes sociais acusações à TV Globo e críticas à reportagem. Segundo o vereador, adversários dele se uniram para tentar destruir sua reputação. “Eu não cometi estupro contra ninguém, é mais uma tentativa de acabar com Gabriel Monteiro”, afirmou. “A perícia da Polícia Civil já apurou e constatou (que houve vários tiros)”, seguiu.

O vereador já havia sido alvo de sete representações encaminhadas ao Conselho de Ética da Câmara. “Depois das primeiras reclamações, nós conversamos com ele, e o Gabriel foi humilde, disse que era inexperiente e que iria mudar o comportamento”, conta o também vereador Chico Alencar (PSOL), um dos sete integrantes do Conselho. “Depois disso foram apresentadas outras representações, e o presidente (do Conselho) Alexandre Isquierdo (DEM) decidiu submeter à Procuradoria da Câmara. Então não se falou mais nisso”, completa.

Existem três formas de abrir um processo de cassação contra o vereador, por quebra de decoro parlamentar. São elas: por decisão do Conselho de Ética, por maioria simples dos votos; por decisão da Mesa Diretora; ou por iniciativa de partido político. Mas nesse caso é necessário o apoio de 22 vereadores.

RIO - Influenciador digital com quase 7 milhões de seguidores no Facebook, 6,2 milhões no YouTube e 5 milhões no TikTok, o ex-policial militar e vereador do Rio Gabriel Monteiro (sem partido) é acusado de estupro, assédio sexual e moral e de manipular vídeos que fazem sucesso nas redes sociais. A denúncia foi veiculada no domingo, 27, pelo programa “Fantástico”, da TV Globo, que ouviu ex-funcionários do parlamentar, uma mulher que manteve relação sexual com ele e uma especialista em produção de vídeos. Nesta terça-feira, 29, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal do Rio vai se reunir para debater as denúncias e decidir se abre um processo contra o vereador por quebra de decoro parlamentar.

Monteiro tem 27 anos e foi eleito vereador pela primeira vez em 2020, pelo PSD. Teve a terceira maior votação: 60.326 votos. Foram cerca de 5 mil a mais que o experiente Cesar Maia (DEM), que já foi prefeito do Rio por três mandatos. Monteiro teve apenas 11 mil votos a menos que Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL). Recentemente, o ex-PM deixou o PSD e negocia sua filiação ao PL.

Monteiro se tornou conhecido porque desde 2018 divulga nas redes sociais vídeos mostrando suas atividades como policial militar. Também veicula supostas denúncias sobre serviços públicos e cobranças de autoridades. No Facebook, onde detém o maior número de seguidores, se apresenta como “apaixonado por seu país, pelo direito, sempre em busca da paz social e da justiça”. Um especialista entrevistado pelo “Fantástico” estimou que apenas no YouTube a visualização de seus vídeos renda ao vereador até R$ 230 mil por mês.

Em entrevista ao “Fantástico”, Gabriel Monteiro negou todas as acusações e disse que adversáriosse uniram para tentar destruir sua reputação Foto: Reprodução/Youtube Gabriel Monteiro

Durante a campanha para vereador, Monteiro foi alvo de um processo de deserção da Polícia Militar. Foi acusado de faltar ao trabalho. Chegou a ser excluído da corporação, mas recorreu à Justiça. Alegou que tinha tirado uma licença médica e foi reconduzido ao cargo. Depois, ao ser eleito, pediu exoneração e deixou a PM.

Gabriel Monteiro foi acusado de assédio sexual por ex-funcionários

A reportagem do “Fantástico” exibiu entrevistas de quatro pessoas – três ex-funcionários e uma mulher com quem o vereador manteve relação sexual – que fizeram as acusações.

"Ele me abraçava assim por trás, 'te amo' e não sei o que, 'você é minha amiga'. Beijava o meu rosto, saía de pênis ereto e ia mostrar para o segurança", relatou Luiza Batista, que trabalhou na produção de vídeos de Monteiro. "Dá pra ver que ele chegava a passar (a mão). Eu falava: Gabriel, não gosto de gravar esses vídeos, você sabe. E toda vez ele ficava descendo a mão. Cansou de passar a mão na minha bunda. E eu segurando a mão dele. Pedindo e pedindo", completou Luiza, que chegou a cogitar o suicídio e precisou de atendimento médico.

Outra mulher, que não trabalhou para o vereador e manteve relação sexual inicialmente consentida com ele, o acusou de desrespeitar seu pedido para que parasse. “Teve um momento que ele usou força. Me segurou e foi com tudo. Me deixou sem saída. Eu pedindo para ele parar, ele não respeitou o momento em que eu pedi para ele parar. E ele rindo, 'é uma brincadeira. Não leva a sério, não. Não fica chateada.’ Ele me machucou, agiu com agressão e força física", disse ao “Fantástico”.

Dois ex-funcionários de Gabriel, Mateus Souza e Heitor Monteiro, também fazem acusações de assédio moral e até sexual. “Inúmeras vezes ele começava a fazer alguns atos, eu pedia para parar e ele não parava. (Atos) de mandar eu ficar fazendo carinho nele”, contou Souza. “Carinho em todas as regiões do corpo. (Na região genital) Já chegou a pedir também”, completou Heitor.

A perita judicial Valéria Leal identificou indícios de manipulação em um vídeo que mostra um suposto confronto de Monteiro com criminosos numa favela. “Elementos presentes no vídeo bruto são incompatíveis com a situação de ameaça ou emboscada real. Há tiros, mas estão distantes dele (vereador). Várias vezes ele orienta como gravar, onde gravar, a posição das pessoas, não parece que ele está sob forte emoção ou numa determinada ação ameaçadora”, disse a perita ao “Fantástico”.

Vereador repudia acusações

Em entrevista ao “Fantástico”, Monteiro negou todas as acusações. Ele também veiculou nas redes sociais acusações à TV Globo e críticas à reportagem. Segundo o vereador, adversários dele se uniram para tentar destruir sua reputação. “Eu não cometi estupro contra ninguém, é mais uma tentativa de acabar com Gabriel Monteiro”, afirmou. “A perícia da Polícia Civil já apurou e constatou (que houve vários tiros)”, seguiu.

O vereador já havia sido alvo de sete representações encaminhadas ao Conselho de Ética da Câmara. “Depois das primeiras reclamações, nós conversamos com ele, e o Gabriel foi humilde, disse que era inexperiente e que iria mudar o comportamento”, conta o também vereador Chico Alencar (PSOL), um dos sete integrantes do Conselho. “Depois disso foram apresentadas outras representações, e o presidente (do Conselho) Alexandre Isquierdo (DEM) decidiu submeter à Procuradoria da Câmara. Então não se falou mais nisso”, completa.

Existem três formas de abrir um processo de cassação contra o vereador, por quebra de decoro parlamentar. São elas: por decisão do Conselho de Ética, por maioria simples dos votos; por decisão da Mesa Diretora; ou por iniciativa de partido político. Mas nesse caso é necessário o apoio de 22 vereadores.

RIO - Influenciador digital com quase 7 milhões de seguidores no Facebook, 6,2 milhões no YouTube e 5 milhões no TikTok, o ex-policial militar e vereador do Rio Gabriel Monteiro (sem partido) é acusado de estupro, assédio sexual e moral e de manipular vídeos que fazem sucesso nas redes sociais. A denúncia foi veiculada no domingo, 27, pelo programa “Fantástico”, da TV Globo, que ouviu ex-funcionários do parlamentar, uma mulher que manteve relação sexual com ele e uma especialista em produção de vídeos. Nesta terça-feira, 29, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal do Rio vai se reunir para debater as denúncias e decidir se abre um processo contra o vereador por quebra de decoro parlamentar.

Monteiro tem 27 anos e foi eleito vereador pela primeira vez em 2020, pelo PSD. Teve a terceira maior votação: 60.326 votos. Foram cerca de 5 mil a mais que o experiente Cesar Maia (DEM), que já foi prefeito do Rio por três mandatos. Monteiro teve apenas 11 mil votos a menos que Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL). Recentemente, o ex-PM deixou o PSD e negocia sua filiação ao PL.

Monteiro se tornou conhecido porque desde 2018 divulga nas redes sociais vídeos mostrando suas atividades como policial militar. Também veicula supostas denúncias sobre serviços públicos e cobranças de autoridades. No Facebook, onde detém o maior número de seguidores, se apresenta como “apaixonado por seu país, pelo direito, sempre em busca da paz social e da justiça”. Um especialista entrevistado pelo “Fantástico” estimou que apenas no YouTube a visualização de seus vídeos renda ao vereador até R$ 230 mil por mês.

Em entrevista ao “Fantástico”, Gabriel Monteiro negou todas as acusações e disse que adversáriosse uniram para tentar destruir sua reputação Foto: Reprodução/Youtube Gabriel Monteiro

Durante a campanha para vereador, Monteiro foi alvo de um processo de deserção da Polícia Militar. Foi acusado de faltar ao trabalho. Chegou a ser excluído da corporação, mas recorreu à Justiça. Alegou que tinha tirado uma licença médica e foi reconduzido ao cargo. Depois, ao ser eleito, pediu exoneração e deixou a PM.

Gabriel Monteiro foi acusado de assédio sexual por ex-funcionários

A reportagem do “Fantástico” exibiu entrevistas de quatro pessoas – três ex-funcionários e uma mulher com quem o vereador manteve relação sexual – que fizeram as acusações.

"Ele me abraçava assim por trás, 'te amo' e não sei o que, 'você é minha amiga'. Beijava o meu rosto, saía de pênis ereto e ia mostrar para o segurança", relatou Luiza Batista, que trabalhou na produção de vídeos de Monteiro. "Dá pra ver que ele chegava a passar (a mão). Eu falava: Gabriel, não gosto de gravar esses vídeos, você sabe. E toda vez ele ficava descendo a mão. Cansou de passar a mão na minha bunda. E eu segurando a mão dele. Pedindo e pedindo", completou Luiza, que chegou a cogitar o suicídio e precisou de atendimento médico.

Outra mulher, que não trabalhou para o vereador e manteve relação sexual inicialmente consentida com ele, o acusou de desrespeitar seu pedido para que parasse. “Teve um momento que ele usou força. Me segurou e foi com tudo. Me deixou sem saída. Eu pedindo para ele parar, ele não respeitou o momento em que eu pedi para ele parar. E ele rindo, 'é uma brincadeira. Não leva a sério, não. Não fica chateada.’ Ele me machucou, agiu com agressão e força física", disse ao “Fantástico”.

Dois ex-funcionários de Gabriel, Mateus Souza e Heitor Monteiro, também fazem acusações de assédio moral e até sexual. “Inúmeras vezes ele começava a fazer alguns atos, eu pedia para parar e ele não parava. (Atos) de mandar eu ficar fazendo carinho nele”, contou Souza. “Carinho em todas as regiões do corpo. (Na região genital) Já chegou a pedir também”, completou Heitor.

A perita judicial Valéria Leal identificou indícios de manipulação em um vídeo que mostra um suposto confronto de Monteiro com criminosos numa favela. “Elementos presentes no vídeo bruto são incompatíveis com a situação de ameaça ou emboscada real. Há tiros, mas estão distantes dele (vereador). Várias vezes ele orienta como gravar, onde gravar, a posição das pessoas, não parece que ele está sob forte emoção ou numa determinada ação ameaçadora”, disse a perita ao “Fantástico”.

Vereador repudia acusações

Em entrevista ao “Fantástico”, Monteiro negou todas as acusações. Ele também veiculou nas redes sociais acusações à TV Globo e críticas à reportagem. Segundo o vereador, adversários dele se uniram para tentar destruir sua reputação. “Eu não cometi estupro contra ninguém, é mais uma tentativa de acabar com Gabriel Monteiro”, afirmou. “A perícia da Polícia Civil já apurou e constatou (que houve vários tiros)”, seguiu.

O vereador já havia sido alvo de sete representações encaminhadas ao Conselho de Ética da Câmara. “Depois das primeiras reclamações, nós conversamos com ele, e o Gabriel foi humilde, disse que era inexperiente e que iria mudar o comportamento”, conta o também vereador Chico Alencar (PSOL), um dos sete integrantes do Conselho. “Depois disso foram apresentadas outras representações, e o presidente (do Conselho) Alexandre Isquierdo (DEM) decidiu submeter à Procuradoria da Câmara. Então não se falou mais nisso”, completa.

Existem três formas de abrir um processo de cassação contra o vereador, por quebra de decoro parlamentar. São elas: por decisão do Conselho de Ética, por maioria simples dos votos; por decisão da Mesa Diretora; ou por iniciativa de partido político. Mas nesse caso é necessário o apoio de 22 vereadores.

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