O candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) voltou a falar sobre o ataque do deputado Douglas Garcia (Republicanos) à jornalista Vera Magalhães, durante o debate na TV Cultura, na última terça-feira, 13. Tarcísio, ex-ministro da Infraestrutura, afirma que não condenou o insulto do presidente Jair Bolsonaro (PL) à jornalista durante o debate da Band da mesma forma que recriminou a atitude do parlamentar porque os contextos eram “absolutamente diferentes”.
“O [Jair] Bolsonaro reagiu a uma pergunta e o deputado foi para o evento e não tinha nada a ver instigar uma jornalista que estava lá trabalhando, cumprindo seu papel. Desnecessário, né? Ele não tinha direito de fazer aquilo”, declarou Tarcísio. A afirmação foi feita em coletiva de imprensa antes de um encontro com lideranças empresariais de quatro associações de transporte de cargas e logística, em São Paulo, nesta quinta-feira, 15.
O candidato ao Palácio dos Bandeirantes disse que imaginava que o parlamentar iria “se comportar” no debate. “Eu podia imaginar que o cara vai abordar uma jornalista com celular no rosto dela? O parlamentar tem instrumentos para pedir esclarecimentos. A TV Cultura é uma empresa estatal, então ele pode entrar com um requerimento de informação, convocar uma CPI, pode convocar no parlamento para prestar esclarecimento. Tem muito instrumento que o mandato lhe oferece para fazer tipo de cobrança tipo questionamento não é lá não é daquela forma, totalmente inadequada”, opinou.
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Tarcísio também não quis dar mais declarações sobre os próximos passos do caso, apesar de questionado três vezes pela imprensa. “O partido já se manifestou, soltou uma nota, a gente já manifestou sobre o assunto e agora cabe às autoridades competentes cuidar”, responde o candidato.
Redução do ICMS e IPVA
Durante o evento, o ex-ministro ainda apresentou propostas para reduzir a carga tributária no Estado, o que impacta e foi uma reivindicação do setor de transportes. “São Paulo deve liderar a reforma tributária. Precisamos de um sistema menos oneroso e menos regressivo”, afirma. Dentre elas, estão a diminuição do ICMS para patamares anteriores à pandemia, alargamento do prazo de pagamento do imposto e redução também da alíquota do IPVA, de 4% para 3%.
O objetivo, segundo ele, é tornar o Estado mais competitivo e atrair investidores. “O ICMS em São Paulo per capita subiu 26% de 2019 até aqui. Houve uma asfixia do setor produtivo e a gente precisa equilibrar isso. No primeiro momento, iremos restituir as alíquotas que tínhamos no pré pandemia. Tudo aquilo que foi aumentado da pandemia para cá, e foram mais 3 mil itens, vamos reduzir. Vamos desfazer aquilo que foi feito pelo governo que está aí”, prometeu Tarcísio.
Depois de reestabelecer esses patamares, o candidato disse que vai verificar como fazer reduções específicas para cada setor.
Em relação ao IPVA, Tarcísio planeja desmobilizar o pagamento do tributo de 20 para 15 anos. “São Paulo é o estado que demora mais tempo para desmobilizar o pagamento de IPVA. Começa a liberar o pagamento com veículos a partir de 20 anos. Nossa ideia é sair dos 20 para os 15 anos e conseguir reduzir a alíquota de 4% para 3%”, declara. A intenção é atrair empresas de veículos híbridos e elétricos.