Conversa entre Lula e Almeida foi dura e marcada por reclamações dos dois lados; leia bastidores


Presidente se queixou com o então ministro do fato de ele ter usado a máquina pública para se defender; Anielle se emocionou em reunião com petista

Por Vera Rosa e Eduardo Gayer
Atualização:

BRASÍLIA – Foi dura a conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o então ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, que acabou demitido após ser acusado de assediar sexualmente a titular da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Interlocutores do presidente relataram ao Estadão que Lula ofereceu a Almeida a possibilidade de ele mesmo entregar a carta de demissão, uma vez que sua situação era considerada insustentável. O então ministro recusou. Afirmou que não pediria para sair porque isso seria uma confissão de culpa. Disse a Lula que ele, sim, era a verdadeira vítima.

“Em conversa com o Presidente Lula, pedi para que ele me demitisse a fim de conceder liberdade e isenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário e que possam respaldar e acolher toda e qualquer vítima de violência. Será uma oportunidade para que eu prove a minha inocência e me reconstrua”, declarou mais tarde, em nota, o já ex-ministro.

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Mas o tom da conversa, que durou cerca de meia hora, foi outro. O presidente classificou as denúncias contra Almeida como “muito graves”. Além disso, deixou claro que não gostou do fato de o então titular de Direitos Humanos ter usado a estrutura do governo para se defender.

Advogado, Almeida acusou a organização não-governamental (ONG) Me Too Brasil – que confirmou ter recebido várias denúncias de assédio contra ele – de ter interesse em licitações do ministério.

Lula perguntou a Silvio Almeida se ele não preferia se demitir, mas a oferta foi recusada. Na foto, o então ministro com o presidente em ato do 1.º de Maio. Foto: Taba Benedicto/Taba Benedicto/Estadão
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Lula disse a Almeida que ele deveria se defender fora do governo, e não fazer uso da máquina pública para esse fim. O então ministro discordou e argumentou que estava sendo alvo de perseguição de quem queria derrubá-lo. Em nenhum momento mostrou abatimento e afirmou que lutaria até o fim para provar sua inocência e defender sua honra.

Como mostrou o Estadão, desde a noite de quinta-feira, 5, quando o escândalo veio à tona, os ministros Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Vinícius Carvalho (Controladoria-Geral da União) e Paulo Pimenta, que retomará nos próximos dias o comando da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, tentavam convencer Almeida a entregar o cargo. Mas ele já resistia.

O presidente também conversou com Anielle Franco, que se emocionou. Antes, ela havia confirmado a portas fechadas, em reunião da qual também participaram as ministras Cida Gonçalves (Mulheres) e Esther Dweck (Gestão), que sofreu importunação sexual por parte de Almeida.

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Ficou combinado naquele encontro que Anielle não daria entrevistas, mas apenas divulgaria uma nota, como de fato o fez. “Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada”, escreveu a ministra, em comunicado divulgado após a demissão de Almeida.

Auxiliares do presidente pediram que, por enquanto, ela só fale nos autos do processo, conduzido pela Comissão de Ética Pública da Presidência, e no inquérito da Polícia Federal.

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BRASÍLIA – Foi dura a conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o então ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, que acabou demitido após ser acusado de assediar sexualmente a titular da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Interlocutores do presidente relataram ao Estadão que Lula ofereceu a Almeida a possibilidade de ele mesmo entregar a carta de demissão, uma vez que sua situação era considerada insustentável. O então ministro recusou. Afirmou que não pediria para sair porque isso seria uma confissão de culpa. Disse a Lula que ele, sim, era a verdadeira vítima.

“Em conversa com o Presidente Lula, pedi para que ele me demitisse a fim de conceder liberdade e isenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário e que possam respaldar e acolher toda e qualquer vítima de violência. Será uma oportunidade para que eu prove a minha inocência e me reconstrua”, declarou mais tarde, em nota, o já ex-ministro.

Mas o tom da conversa, que durou cerca de meia hora, foi outro. O presidente classificou as denúncias contra Almeida como “muito graves”. Além disso, deixou claro que não gostou do fato de o então titular de Direitos Humanos ter usado a estrutura do governo para se defender.

Advogado, Almeida acusou a organização não-governamental (ONG) Me Too Brasil – que confirmou ter recebido várias denúncias de assédio contra ele – de ter interesse em licitações do ministério.

Lula perguntou a Silvio Almeida se ele não preferia se demitir, mas a oferta foi recusada. Na foto, o então ministro com o presidente em ato do 1.º de Maio. Foto: Taba Benedicto/Taba Benedicto/Estadão

Lula disse a Almeida que ele deveria se defender fora do governo, e não fazer uso da máquina pública para esse fim. O então ministro discordou e argumentou que estava sendo alvo de perseguição de quem queria derrubá-lo. Em nenhum momento mostrou abatimento e afirmou que lutaria até o fim para provar sua inocência e defender sua honra.

Como mostrou o Estadão, desde a noite de quinta-feira, 5, quando o escândalo veio à tona, os ministros Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Vinícius Carvalho (Controladoria-Geral da União) e Paulo Pimenta, que retomará nos próximos dias o comando da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, tentavam convencer Almeida a entregar o cargo. Mas ele já resistia.

O presidente também conversou com Anielle Franco, que se emocionou. Antes, ela havia confirmado a portas fechadas, em reunião da qual também participaram as ministras Cida Gonçalves (Mulheres) e Esther Dweck (Gestão), que sofreu importunação sexual por parte de Almeida.

Ficou combinado naquele encontro que Anielle não daria entrevistas, mas apenas divulgaria uma nota, como de fato o fez. “Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada”, escreveu a ministra, em comunicado divulgado após a demissão de Almeida.

Auxiliares do presidente pediram que, por enquanto, ela só fale nos autos do processo, conduzido pela Comissão de Ética Pública da Presidência, e no inquérito da Polícia Federal.

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Interlocutores do presidente relataram ao Estadão que Lula ofereceu a Almeida a possibilidade de ele mesmo entregar a carta de demissão, uma vez que sua situação era considerada insustentável. O então ministro recusou. Afirmou que não pediria para sair porque isso seria uma confissão de culpa. Disse a Lula que ele, sim, era a verdadeira vítima.

“Em conversa com o Presidente Lula, pedi para que ele me demitisse a fim de conceder liberdade e isenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário e que possam respaldar e acolher toda e qualquer vítima de violência. Será uma oportunidade para que eu prove a minha inocência e me reconstrua”, declarou mais tarde, em nota, o já ex-ministro.

Mas o tom da conversa, que durou cerca de meia hora, foi outro. O presidente classificou as denúncias contra Almeida como “muito graves”. Além disso, deixou claro que não gostou do fato de o então titular de Direitos Humanos ter usado a estrutura do governo para se defender.

Advogado, Almeida acusou a organização não-governamental (ONG) Me Too Brasil – que confirmou ter recebido várias denúncias de assédio contra ele – de ter interesse em licitações do ministério.

Lula perguntou a Silvio Almeida se ele não preferia se demitir, mas a oferta foi recusada. Na foto, o então ministro com o presidente em ato do 1.º de Maio. Foto: Taba Benedicto/Taba Benedicto/Estadão

Lula disse a Almeida que ele deveria se defender fora do governo, e não fazer uso da máquina pública para esse fim. O então ministro discordou e argumentou que estava sendo alvo de perseguição de quem queria derrubá-lo. Em nenhum momento mostrou abatimento e afirmou que lutaria até o fim para provar sua inocência e defender sua honra.

Como mostrou o Estadão, desde a noite de quinta-feira, 5, quando o escândalo veio à tona, os ministros Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Vinícius Carvalho (Controladoria-Geral da União) e Paulo Pimenta, que retomará nos próximos dias o comando da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, tentavam convencer Almeida a entregar o cargo. Mas ele já resistia.

O presidente também conversou com Anielle Franco, que se emocionou. Antes, ela havia confirmado a portas fechadas, em reunião da qual também participaram as ministras Cida Gonçalves (Mulheres) e Esther Dweck (Gestão), que sofreu importunação sexual por parte de Almeida.

Ficou combinado naquele encontro que Anielle não daria entrevistas, mas apenas divulgaria uma nota, como de fato o fez. “Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada”, escreveu a ministra, em comunicado divulgado após a demissão de Almeida.

Auxiliares do presidente pediram que, por enquanto, ela só fale nos autos do processo, conduzido pela Comissão de Ética Pública da Presidência, e no inquérito da Polícia Federal.

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Interlocutores do presidente relataram ao Estadão que Lula ofereceu a Almeida a possibilidade de ele mesmo entregar a carta de demissão, uma vez que sua situação era considerada insustentável. O então ministro recusou. Afirmou que não pediria para sair porque isso seria uma confissão de culpa. Disse a Lula que ele, sim, era a verdadeira vítima.

“Em conversa com o Presidente Lula, pedi para que ele me demitisse a fim de conceder liberdade e isenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário e que possam respaldar e acolher toda e qualquer vítima de violência. Será uma oportunidade para que eu prove a minha inocência e me reconstrua”, declarou mais tarde, em nota, o já ex-ministro.

Mas o tom da conversa, que durou cerca de meia hora, foi outro. O presidente classificou as denúncias contra Almeida como “muito graves”. Além disso, deixou claro que não gostou do fato de o então titular de Direitos Humanos ter usado a estrutura do governo para se defender.

Advogado, Almeida acusou a organização não-governamental (ONG) Me Too Brasil – que confirmou ter recebido várias denúncias de assédio contra ele – de ter interesse em licitações do ministério.

Lula perguntou a Silvio Almeida se ele não preferia se demitir, mas a oferta foi recusada. Na foto, o então ministro com o presidente em ato do 1.º de Maio. Foto: Taba Benedicto/Taba Benedicto/Estadão

Lula disse a Almeida que ele deveria se defender fora do governo, e não fazer uso da máquina pública para esse fim. O então ministro discordou e argumentou que estava sendo alvo de perseguição de quem queria derrubá-lo. Em nenhum momento mostrou abatimento e afirmou que lutaria até o fim para provar sua inocência e defender sua honra.

Como mostrou o Estadão, desde a noite de quinta-feira, 5, quando o escândalo veio à tona, os ministros Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Vinícius Carvalho (Controladoria-Geral da União) e Paulo Pimenta, que retomará nos próximos dias o comando da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, tentavam convencer Almeida a entregar o cargo. Mas ele já resistia.

O presidente também conversou com Anielle Franco, que se emocionou. Antes, ela havia confirmado a portas fechadas, em reunião da qual também participaram as ministras Cida Gonçalves (Mulheres) e Esther Dweck (Gestão), que sofreu importunação sexual por parte de Almeida.

Ficou combinado naquele encontro que Anielle não daria entrevistas, mas apenas divulgaria uma nota, como de fato o fez. “Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada”, escreveu a ministra, em comunicado divulgado após a demissão de Almeida.

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