CPMI do 8/1: Coronel que clamou por golpe de Bolsonaro diz que queria ‘apaziguar’ o País; assista


Coronel Jean Lawand pediu a Mauro Cid para pressionar o ex-presidente Jair Bolsonaro a dar um golpe de Estado

Por Weslley Galzo
Atualização:

BRASÍLIA - O coronel de artilharia do Exército Jean Lawand Júnior disse nesta terça-feira, 27, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro que jamais pediu por ruptura institucional, mas, sim, por uma ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para “apaziguar” o País após as eleições do ano passado. O militar teve suas conversas com o ex-ajudante de ordens da Presidência sob Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, interceptadas pela Polícia Federal (PF). Os agentes federais investigavam o envolvimento de oficiais do alto escalão das Forças Armadas em tentativas de golpe na esteira do resultado eleitoral de 2022.

Mensagens coletadas pela PF mostram Lawand pedindo a Mauro Cid que fizesse chegar a Bolsonaro seus apelos pela aplicação de um golpe de Estado para evitar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O material apreendido pela expõe um plano, em oito etapas, elaborado pelo coronel para que as Forças Armadas tomassem o comando do País antes da sucessão presidencial.

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“Cidão, pelo amor de Deus, cara. Ele (Bolsonaro) dê a ordem, que o povo está com ele (...) Acaba com o Exército Brasileiro se esses caras não cumprirem a ordem do Comandante Supremo”, afirmou Lewand na troca de mensagens com Cid.

Coronel do Exército, Jean Lawand Junior, prresta depoimento na CPMI de 8 de janeiro Foto: Edilson Rodrigues

Apesar do teor enfático das mensagens, Lawand disse na CPMI que “em nenhum momento” falou sobre golpe. Ele justificou que o material coletado pela PF é objeto de “conversas privadas” e que a “ordem” cobrada era para que Bolsonaro “apaziguasse” a situação nas ruas do País. “Em nenhum momento atentei contra a democracia brasileira, em nenhum momento quis atentar ou agredir as instituições”, afirmou.

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“A ideia minha desde o começo era que viesse alguma manifestação para poder apaziguar aquilo, as pessoas voltarem às suas casas e seguirem a vida normal”, prosseguiu.

Em outras conversas interceptadas pela PF, Lawand dizia a Cid que se Bolsonaro encontrava resistência no alto comando do Exército haveria adesão total nas patentes mais baixas, caso ele desse a “ordem”.

“Se a cúpula do Exército não está com ele (Bolsonaro), da Divisão para baixo está. Assessore e dê-lhe coragem”, escreveu a Cid. O ajudante de ordens respondeu: “Muita coisa acontecendo...passo a passo....”.

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Ao ser confrontado pela relatora Eliziane Gama (PSD-MA) sobre qual dos dois grupos militares estaria do lado da legalidade, o coronel disse que foi infeliz em suas falas e que não deveria ter falado sobre o alto escalão por ser um “simples” oficial sem acesso a informações.

“Essa colocação minha foi muito infeliz. Eu sou um simples coronel conversando em um grupo de WhatsApp com um amigo, não tinha comandamento, não tinha condições, não tinha motivação para qualquer tipo de golpe. Essa observação minha foi muito infeliz porque eu não tenho contato com ninguém do Alto Comando. Fui infeliz, me arrependo”, disse.

A relatora se incomodou com as respostas do coronel e pediu para ele não “infantilizar a comissão” e chegou a dizer no jargão maranhense que o “mais besta” dos presentes se elegeu parlamentares, o que exigia respeito. “As colocações que vossa excelência coloca aqui são totalmente incompatíveis om o conteúdo de mensagem que o senhor próprio escreveu”, destacou Eliziane.

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Lawand pediu para ficar em silêncio em três momentos. Dois deles foi ao ser questionado pela senadora Soraya Thornickie sobre os pedidos feitos a Cid para Bolsonaro “não recuar” e, dias depois, ter dito estar “decepcionado” por nenhuma medida ter sido tomada.

O coronel Jean Lawand Junior, um dos apoiadores mais ferrenhos do golpe, trocou diversas mensagens com Mauro Cid após a derrota de Bolsonaro nas eleições. Foto: Reprodução

O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), disse que a sessão com Lawand foi a mais difícil até o momento por ter a convicção de que o convocado mentiu, mas que não poderia provar. Maia ainda se disse incomodado com o depoimento do coronel.

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“Tive hoje um dia muito difícil porque o tempo eu inteiro eu acreditei que o senhor estava faltando com a verdade, mas mantive o meu espirito legalista”, disse Maia. “Eu tenho a convicção em nome do povo brasileiro que esse comportamento que envergonha as Forças Armadas não é a imagem do Exército brasileiro”, completou.

As trocas de mensagens entre Lawand e Cid duraram do início de 27 novembro de 2022 até o dia 4 de janeiro, quando o coronel enfim reconheceu que não haveria quaisquer ordens de Bolsonaro e demonstrou frustração. Nas conversas, Lawand disse que “entregamos o País aos bandidos”, mas não soube explicar quem seriam os criminosos ao ser questionado pela deputada Jandira Feghali (PCdo-B). O oficial se limitou a dizer que não faltou desrespeitou autoridades.

Lawand é formada na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman, no Sul do Estado do Rio de Janeiro, a mesma frequentada por Bolsonaro antes de entrar na política. O coronel se graduou em ciências militares. Durante o governo Bolsonaro, ele chegou a ser condecorado no Quadro Ordinário do Corpor de Graduados Efetivos da Ordem do Mérito Militar.

BRASÍLIA - O coronel de artilharia do Exército Jean Lawand Júnior disse nesta terça-feira, 27, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro que jamais pediu por ruptura institucional, mas, sim, por uma ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para “apaziguar” o País após as eleições do ano passado. O militar teve suas conversas com o ex-ajudante de ordens da Presidência sob Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, interceptadas pela Polícia Federal (PF). Os agentes federais investigavam o envolvimento de oficiais do alto escalão das Forças Armadas em tentativas de golpe na esteira do resultado eleitoral de 2022.

Mensagens coletadas pela PF mostram Lawand pedindo a Mauro Cid que fizesse chegar a Bolsonaro seus apelos pela aplicação de um golpe de Estado para evitar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O material apreendido pela expõe um plano, em oito etapas, elaborado pelo coronel para que as Forças Armadas tomassem o comando do País antes da sucessão presidencial.

“Cidão, pelo amor de Deus, cara. Ele (Bolsonaro) dê a ordem, que o povo está com ele (...) Acaba com o Exército Brasileiro se esses caras não cumprirem a ordem do Comandante Supremo”, afirmou Lewand na troca de mensagens com Cid.

Coronel do Exército, Jean Lawand Junior, prresta depoimento na CPMI de 8 de janeiro Foto: Edilson Rodrigues

Apesar do teor enfático das mensagens, Lawand disse na CPMI que “em nenhum momento” falou sobre golpe. Ele justificou que o material coletado pela PF é objeto de “conversas privadas” e que a “ordem” cobrada era para que Bolsonaro “apaziguasse” a situação nas ruas do País. “Em nenhum momento atentei contra a democracia brasileira, em nenhum momento quis atentar ou agredir as instituições”, afirmou.

“A ideia minha desde o começo era que viesse alguma manifestação para poder apaziguar aquilo, as pessoas voltarem às suas casas e seguirem a vida normal”, prosseguiu.

Em outras conversas interceptadas pela PF, Lawand dizia a Cid que se Bolsonaro encontrava resistência no alto comando do Exército haveria adesão total nas patentes mais baixas, caso ele desse a “ordem”.

“Se a cúpula do Exército não está com ele (Bolsonaro), da Divisão para baixo está. Assessore e dê-lhe coragem”, escreveu a Cid. O ajudante de ordens respondeu: “Muita coisa acontecendo...passo a passo....”.

Ao ser confrontado pela relatora Eliziane Gama (PSD-MA) sobre qual dos dois grupos militares estaria do lado da legalidade, o coronel disse que foi infeliz em suas falas e que não deveria ter falado sobre o alto escalão por ser um “simples” oficial sem acesso a informações.

“Essa colocação minha foi muito infeliz. Eu sou um simples coronel conversando em um grupo de WhatsApp com um amigo, não tinha comandamento, não tinha condições, não tinha motivação para qualquer tipo de golpe. Essa observação minha foi muito infeliz porque eu não tenho contato com ninguém do Alto Comando. Fui infeliz, me arrependo”, disse.

A relatora se incomodou com as respostas do coronel e pediu para ele não “infantilizar a comissão” e chegou a dizer no jargão maranhense que o “mais besta” dos presentes se elegeu parlamentares, o que exigia respeito. “As colocações que vossa excelência coloca aqui são totalmente incompatíveis om o conteúdo de mensagem que o senhor próprio escreveu”, destacou Eliziane.

Lawand pediu para ficar em silêncio em três momentos. Dois deles foi ao ser questionado pela senadora Soraya Thornickie sobre os pedidos feitos a Cid para Bolsonaro “não recuar” e, dias depois, ter dito estar “decepcionado” por nenhuma medida ter sido tomada.

O coronel Jean Lawand Junior, um dos apoiadores mais ferrenhos do golpe, trocou diversas mensagens com Mauro Cid após a derrota de Bolsonaro nas eleições. Foto: Reprodução

O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), disse que a sessão com Lawand foi a mais difícil até o momento por ter a convicção de que o convocado mentiu, mas que não poderia provar. Maia ainda se disse incomodado com o depoimento do coronel.

“Tive hoje um dia muito difícil porque o tempo eu inteiro eu acreditei que o senhor estava faltando com a verdade, mas mantive o meu espirito legalista”, disse Maia. “Eu tenho a convicção em nome do povo brasileiro que esse comportamento que envergonha as Forças Armadas não é a imagem do Exército brasileiro”, completou.

As trocas de mensagens entre Lawand e Cid duraram do início de 27 novembro de 2022 até o dia 4 de janeiro, quando o coronel enfim reconheceu que não haveria quaisquer ordens de Bolsonaro e demonstrou frustração. Nas conversas, Lawand disse que “entregamos o País aos bandidos”, mas não soube explicar quem seriam os criminosos ao ser questionado pela deputada Jandira Feghali (PCdo-B). O oficial se limitou a dizer que não faltou desrespeitou autoridades.

Lawand é formada na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman, no Sul do Estado do Rio de Janeiro, a mesma frequentada por Bolsonaro antes de entrar na política. O coronel se graduou em ciências militares. Durante o governo Bolsonaro, ele chegou a ser condecorado no Quadro Ordinário do Corpor de Graduados Efetivos da Ordem do Mérito Militar.

BRASÍLIA - O coronel de artilharia do Exército Jean Lawand Júnior disse nesta terça-feira, 27, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro que jamais pediu por ruptura institucional, mas, sim, por uma ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para “apaziguar” o País após as eleições do ano passado. O militar teve suas conversas com o ex-ajudante de ordens da Presidência sob Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, interceptadas pela Polícia Federal (PF). Os agentes federais investigavam o envolvimento de oficiais do alto escalão das Forças Armadas em tentativas de golpe na esteira do resultado eleitoral de 2022.

Mensagens coletadas pela PF mostram Lawand pedindo a Mauro Cid que fizesse chegar a Bolsonaro seus apelos pela aplicação de um golpe de Estado para evitar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O material apreendido pela expõe um plano, em oito etapas, elaborado pelo coronel para que as Forças Armadas tomassem o comando do País antes da sucessão presidencial.

“Cidão, pelo amor de Deus, cara. Ele (Bolsonaro) dê a ordem, que o povo está com ele (...) Acaba com o Exército Brasileiro se esses caras não cumprirem a ordem do Comandante Supremo”, afirmou Lewand na troca de mensagens com Cid.

Coronel do Exército, Jean Lawand Junior, prresta depoimento na CPMI de 8 de janeiro Foto: Edilson Rodrigues

Apesar do teor enfático das mensagens, Lawand disse na CPMI que “em nenhum momento” falou sobre golpe. Ele justificou que o material coletado pela PF é objeto de “conversas privadas” e que a “ordem” cobrada era para que Bolsonaro “apaziguasse” a situação nas ruas do País. “Em nenhum momento atentei contra a democracia brasileira, em nenhum momento quis atentar ou agredir as instituições”, afirmou.

“A ideia minha desde o começo era que viesse alguma manifestação para poder apaziguar aquilo, as pessoas voltarem às suas casas e seguirem a vida normal”, prosseguiu.

Em outras conversas interceptadas pela PF, Lawand dizia a Cid que se Bolsonaro encontrava resistência no alto comando do Exército haveria adesão total nas patentes mais baixas, caso ele desse a “ordem”.

“Se a cúpula do Exército não está com ele (Bolsonaro), da Divisão para baixo está. Assessore e dê-lhe coragem”, escreveu a Cid. O ajudante de ordens respondeu: “Muita coisa acontecendo...passo a passo....”.

Ao ser confrontado pela relatora Eliziane Gama (PSD-MA) sobre qual dos dois grupos militares estaria do lado da legalidade, o coronel disse que foi infeliz em suas falas e que não deveria ter falado sobre o alto escalão por ser um “simples” oficial sem acesso a informações.

“Essa colocação minha foi muito infeliz. Eu sou um simples coronel conversando em um grupo de WhatsApp com um amigo, não tinha comandamento, não tinha condições, não tinha motivação para qualquer tipo de golpe. Essa observação minha foi muito infeliz porque eu não tenho contato com ninguém do Alto Comando. Fui infeliz, me arrependo”, disse.

A relatora se incomodou com as respostas do coronel e pediu para ele não “infantilizar a comissão” e chegou a dizer no jargão maranhense que o “mais besta” dos presentes se elegeu parlamentares, o que exigia respeito. “As colocações que vossa excelência coloca aqui são totalmente incompatíveis om o conteúdo de mensagem que o senhor próprio escreveu”, destacou Eliziane.

Lawand pediu para ficar em silêncio em três momentos. Dois deles foi ao ser questionado pela senadora Soraya Thornickie sobre os pedidos feitos a Cid para Bolsonaro “não recuar” e, dias depois, ter dito estar “decepcionado” por nenhuma medida ter sido tomada.

O coronel Jean Lawand Junior, um dos apoiadores mais ferrenhos do golpe, trocou diversas mensagens com Mauro Cid após a derrota de Bolsonaro nas eleições. Foto: Reprodução

O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), disse que a sessão com Lawand foi a mais difícil até o momento por ter a convicção de que o convocado mentiu, mas que não poderia provar. Maia ainda se disse incomodado com o depoimento do coronel.

“Tive hoje um dia muito difícil porque o tempo eu inteiro eu acreditei que o senhor estava faltando com a verdade, mas mantive o meu espirito legalista”, disse Maia. “Eu tenho a convicção em nome do povo brasileiro que esse comportamento que envergonha as Forças Armadas não é a imagem do Exército brasileiro”, completou.

As trocas de mensagens entre Lawand e Cid duraram do início de 27 novembro de 2022 até o dia 4 de janeiro, quando o coronel enfim reconheceu que não haveria quaisquer ordens de Bolsonaro e demonstrou frustração. Nas conversas, Lawand disse que “entregamos o País aos bandidos”, mas não soube explicar quem seriam os criminosos ao ser questionado pela deputada Jandira Feghali (PCdo-B). O oficial se limitou a dizer que não faltou desrespeitou autoridades.

Lawand é formada na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman, no Sul do Estado do Rio de Janeiro, a mesma frequentada por Bolsonaro antes de entrar na política. O coronel se graduou em ciências militares. Durante o governo Bolsonaro, ele chegou a ser condecorado no Quadro Ordinário do Corpor de Graduados Efetivos da Ordem do Mérito Militar.

BRASÍLIA - O coronel de artilharia do Exército Jean Lawand Júnior disse nesta terça-feira, 27, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro que jamais pediu por ruptura institucional, mas, sim, por uma ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para “apaziguar” o País após as eleições do ano passado. O militar teve suas conversas com o ex-ajudante de ordens da Presidência sob Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, interceptadas pela Polícia Federal (PF). Os agentes federais investigavam o envolvimento de oficiais do alto escalão das Forças Armadas em tentativas de golpe na esteira do resultado eleitoral de 2022.

Mensagens coletadas pela PF mostram Lawand pedindo a Mauro Cid que fizesse chegar a Bolsonaro seus apelos pela aplicação de um golpe de Estado para evitar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O material apreendido pela expõe um plano, em oito etapas, elaborado pelo coronel para que as Forças Armadas tomassem o comando do País antes da sucessão presidencial.

“Cidão, pelo amor de Deus, cara. Ele (Bolsonaro) dê a ordem, que o povo está com ele (...) Acaba com o Exército Brasileiro se esses caras não cumprirem a ordem do Comandante Supremo”, afirmou Lewand na troca de mensagens com Cid.

Coronel do Exército, Jean Lawand Junior, prresta depoimento na CPMI de 8 de janeiro Foto: Edilson Rodrigues

Apesar do teor enfático das mensagens, Lawand disse na CPMI que “em nenhum momento” falou sobre golpe. Ele justificou que o material coletado pela PF é objeto de “conversas privadas” e que a “ordem” cobrada era para que Bolsonaro “apaziguasse” a situação nas ruas do País. “Em nenhum momento atentei contra a democracia brasileira, em nenhum momento quis atentar ou agredir as instituições”, afirmou.

“A ideia minha desde o começo era que viesse alguma manifestação para poder apaziguar aquilo, as pessoas voltarem às suas casas e seguirem a vida normal”, prosseguiu.

Em outras conversas interceptadas pela PF, Lawand dizia a Cid que se Bolsonaro encontrava resistência no alto comando do Exército haveria adesão total nas patentes mais baixas, caso ele desse a “ordem”.

“Se a cúpula do Exército não está com ele (Bolsonaro), da Divisão para baixo está. Assessore e dê-lhe coragem”, escreveu a Cid. O ajudante de ordens respondeu: “Muita coisa acontecendo...passo a passo....”.

Ao ser confrontado pela relatora Eliziane Gama (PSD-MA) sobre qual dos dois grupos militares estaria do lado da legalidade, o coronel disse que foi infeliz em suas falas e que não deveria ter falado sobre o alto escalão por ser um “simples” oficial sem acesso a informações.

“Essa colocação minha foi muito infeliz. Eu sou um simples coronel conversando em um grupo de WhatsApp com um amigo, não tinha comandamento, não tinha condições, não tinha motivação para qualquer tipo de golpe. Essa observação minha foi muito infeliz porque eu não tenho contato com ninguém do Alto Comando. Fui infeliz, me arrependo”, disse.

A relatora se incomodou com as respostas do coronel e pediu para ele não “infantilizar a comissão” e chegou a dizer no jargão maranhense que o “mais besta” dos presentes se elegeu parlamentares, o que exigia respeito. “As colocações que vossa excelência coloca aqui são totalmente incompatíveis om o conteúdo de mensagem que o senhor próprio escreveu”, destacou Eliziane.

Lawand pediu para ficar em silêncio em três momentos. Dois deles foi ao ser questionado pela senadora Soraya Thornickie sobre os pedidos feitos a Cid para Bolsonaro “não recuar” e, dias depois, ter dito estar “decepcionado” por nenhuma medida ter sido tomada.

O coronel Jean Lawand Junior, um dos apoiadores mais ferrenhos do golpe, trocou diversas mensagens com Mauro Cid após a derrota de Bolsonaro nas eleições. Foto: Reprodução

O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), disse que a sessão com Lawand foi a mais difícil até o momento por ter a convicção de que o convocado mentiu, mas que não poderia provar. Maia ainda se disse incomodado com o depoimento do coronel.

“Tive hoje um dia muito difícil porque o tempo eu inteiro eu acreditei que o senhor estava faltando com a verdade, mas mantive o meu espirito legalista”, disse Maia. “Eu tenho a convicção em nome do povo brasileiro que esse comportamento que envergonha as Forças Armadas não é a imagem do Exército brasileiro”, completou.

As trocas de mensagens entre Lawand e Cid duraram do início de 27 novembro de 2022 até o dia 4 de janeiro, quando o coronel enfim reconheceu que não haveria quaisquer ordens de Bolsonaro e demonstrou frustração. Nas conversas, Lawand disse que “entregamos o País aos bandidos”, mas não soube explicar quem seriam os criminosos ao ser questionado pela deputada Jandira Feghali (PCdo-B). O oficial se limitou a dizer que não faltou desrespeitou autoridades.

Lawand é formada na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman, no Sul do Estado do Rio de Janeiro, a mesma frequentada por Bolsonaro antes de entrar na política. O coronel se graduou em ciências militares. Durante o governo Bolsonaro, ele chegou a ser condecorado no Quadro Ordinário do Corpor de Graduados Efetivos da Ordem do Mérito Militar.

BRASÍLIA - O coronel de artilharia do Exército Jean Lawand Júnior disse nesta terça-feira, 27, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro que jamais pediu por ruptura institucional, mas, sim, por uma ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para “apaziguar” o País após as eleições do ano passado. O militar teve suas conversas com o ex-ajudante de ordens da Presidência sob Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, interceptadas pela Polícia Federal (PF). Os agentes federais investigavam o envolvimento de oficiais do alto escalão das Forças Armadas em tentativas de golpe na esteira do resultado eleitoral de 2022.

Mensagens coletadas pela PF mostram Lawand pedindo a Mauro Cid que fizesse chegar a Bolsonaro seus apelos pela aplicação de um golpe de Estado para evitar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O material apreendido pela expõe um plano, em oito etapas, elaborado pelo coronel para que as Forças Armadas tomassem o comando do País antes da sucessão presidencial.

“Cidão, pelo amor de Deus, cara. Ele (Bolsonaro) dê a ordem, que o povo está com ele (...) Acaba com o Exército Brasileiro se esses caras não cumprirem a ordem do Comandante Supremo”, afirmou Lewand na troca de mensagens com Cid.

Coronel do Exército, Jean Lawand Junior, prresta depoimento na CPMI de 8 de janeiro Foto: Edilson Rodrigues

Apesar do teor enfático das mensagens, Lawand disse na CPMI que “em nenhum momento” falou sobre golpe. Ele justificou que o material coletado pela PF é objeto de “conversas privadas” e que a “ordem” cobrada era para que Bolsonaro “apaziguasse” a situação nas ruas do País. “Em nenhum momento atentei contra a democracia brasileira, em nenhum momento quis atentar ou agredir as instituições”, afirmou.

“A ideia minha desde o começo era que viesse alguma manifestação para poder apaziguar aquilo, as pessoas voltarem às suas casas e seguirem a vida normal”, prosseguiu.

Em outras conversas interceptadas pela PF, Lawand dizia a Cid que se Bolsonaro encontrava resistência no alto comando do Exército haveria adesão total nas patentes mais baixas, caso ele desse a “ordem”.

“Se a cúpula do Exército não está com ele (Bolsonaro), da Divisão para baixo está. Assessore e dê-lhe coragem”, escreveu a Cid. O ajudante de ordens respondeu: “Muita coisa acontecendo...passo a passo....”.

Ao ser confrontado pela relatora Eliziane Gama (PSD-MA) sobre qual dos dois grupos militares estaria do lado da legalidade, o coronel disse que foi infeliz em suas falas e que não deveria ter falado sobre o alto escalão por ser um “simples” oficial sem acesso a informações.

“Essa colocação minha foi muito infeliz. Eu sou um simples coronel conversando em um grupo de WhatsApp com um amigo, não tinha comandamento, não tinha condições, não tinha motivação para qualquer tipo de golpe. Essa observação minha foi muito infeliz porque eu não tenho contato com ninguém do Alto Comando. Fui infeliz, me arrependo”, disse.

A relatora se incomodou com as respostas do coronel e pediu para ele não “infantilizar a comissão” e chegou a dizer no jargão maranhense que o “mais besta” dos presentes se elegeu parlamentares, o que exigia respeito. “As colocações que vossa excelência coloca aqui são totalmente incompatíveis om o conteúdo de mensagem que o senhor próprio escreveu”, destacou Eliziane.

Lawand pediu para ficar em silêncio em três momentos. Dois deles foi ao ser questionado pela senadora Soraya Thornickie sobre os pedidos feitos a Cid para Bolsonaro “não recuar” e, dias depois, ter dito estar “decepcionado” por nenhuma medida ter sido tomada.

O coronel Jean Lawand Junior, um dos apoiadores mais ferrenhos do golpe, trocou diversas mensagens com Mauro Cid após a derrota de Bolsonaro nas eleições. Foto: Reprodução

O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), disse que a sessão com Lawand foi a mais difícil até o momento por ter a convicção de que o convocado mentiu, mas que não poderia provar. Maia ainda se disse incomodado com o depoimento do coronel.

“Tive hoje um dia muito difícil porque o tempo eu inteiro eu acreditei que o senhor estava faltando com a verdade, mas mantive o meu espirito legalista”, disse Maia. “Eu tenho a convicção em nome do povo brasileiro que esse comportamento que envergonha as Forças Armadas não é a imagem do Exército brasileiro”, completou.

As trocas de mensagens entre Lawand e Cid duraram do início de 27 novembro de 2022 até o dia 4 de janeiro, quando o coronel enfim reconheceu que não haveria quaisquer ordens de Bolsonaro e demonstrou frustração. Nas conversas, Lawand disse que “entregamos o País aos bandidos”, mas não soube explicar quem seriam os criminosos ao ser questionado pela deputada Jandira Feghali (PCdo-B). O oficial se limitou a dizer que não faltou desrespeitou autoridades.

Lawand é formada na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman, no Sul do Estado do Rio de Janeiro, a mesma frequentada por Bolsonaro antes de entrar na política. O coronel se graduou em ciências militares. Durante o governo Bolsonaro, ele chegou a ser condecorado no Quadro Ordinário do Corpor de Graduados Efetivos da Ordem do Mérito Militar.

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