BRASÍLIA - Em quatro anos, o presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir o comando da Casa Civil, passou de alguém que chamava o chefe do Executivo de “fascista” para, agora, ocupar uma sala ao lado dele, dentro do Palácio do Planalto.
Até 2018, o senador era ligado aos principais adversários de Bolsonaro. Nas eleições presidenciais, Nogueira apoiou Fernando Haddad (PT) desde o primeiro turno, inclusive com a participação de comícios do petista no Piauí. A decisão de apoiar o PT contrariou a própria legenda dirigida pelo parlamentar. Isso porque o Progressistas fez parte da coligação do então candidato Geraldo Alckmin (PSDB).
Apesar de ter apoiado Haddad, Nogueira participou das reuniões que sacramentaram o apoio ao tucano. Durante a eleição de 2018, após a candidatura de Lula ter sido barrada pela Justiça Eleitoral, o senador declarou que ficaria com o ex-presidente “até o fim”.
Críticas a Bolsonaro não faltaram. “O Bolsonaro, eu tenho muita restrição, porque é fascista, ele tem um caráter fascista, preconceituoso, é muito fácil ir para a televisão e dizer que vai matar bandido”, afirmou Nogueira em 2017, em entrevista à TV Meio Norte, emissora do Piauí, sobre o então presidenciável pelo PSL.
De uma família com forte presença na política, o novo ministro da Casa Civil herdou o nome do pai, Ciro Nogueira Lima, que foi deputado federal pelo Piauí nas décadas de 1980 e 1990. Etevaldo Nogueira Lima, tio do senador, foi deputado pelo Ceará no mesmo período. O avô Manuel Nogueira Lima foi prefeito da cidade piauiense de Pedro II.
Antes de ser filiado ao Progressistas, o parlamentar do Piauí foi do PFL (hoje DEM) e do PTB, tendo iniciado sua carreira política em 1994, ao ser eleito para uma vaga na Câmara dos Deputados. Em 2009, tentou ser presidente da Casa e ficou em segundo lugar, com 129 votos, atrás de Michel Temer (MDB), que foi eleito com 304 votos. Exerceu o cargo de deputado até 2010, quando foi eleito senador.
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