CPI do DF sobre 8/1 propõe indiciar G Dias, mas poupa Bolsonaro, Anderson Torres e Ibaneis


Cúpula da PMDF também foi poupada pelo relator, que é subtenente da corporação; deputado da oposição tenta emplacar relatório paralelo, mas não vê sucesso

Por Tácio Lorran

BRASÍLIA - O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) sobre os ataques do dia 8 de janeiro pede o indiciamento de 136 pessoas, mas apenas quatro autoridades, entre elas o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Marco Edson Gonçalves Dias, o G Dias.

O texto do relator deputado Hermeto (MDB) poupou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus ex-ministros Anderson Torres, Braga Netto e Augusto Heleno – todos eles com pedidos de indiciamentos pela CPMI do Congresso que tratou do mesmo assunto. O governador Ibaneis Rocha (MDB), que foi alertado sobre risco de ataques também não foi indiciado. O relatório sequer se debruça sobre a conduta do gestor.

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) General Gonçalves Dias durante depoimento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos  Foto: WILTON JUNIOR
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O texto também poupa membros da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) que, inclusive, estão presos em razão dos ataques golpistas. Hermeto sugeriu o indiciamento apenas do coronel Marcelo Casimiro, que chefiava o 1º Comando de Policiamento Regional (CPR), além da coronel Cíntia Queiroz de Castro e do delegado Fernando de Souza Oliveira, que eram da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSPDF).

Hermeto é subtenente da PMDF e atuou para aliviar a culpa dos agentes. No próprio relatório, ele aproveita para pedir aumenta salarial dos policiais. “O salário do Policial Militar do Distrito Federal há anos vem sofrendo perda do poder de compra. Uma boa remuneração é fundamental para a motivação profissional”, afirma o relator, ao também pleitear a equiparação dos salários da Polícia Civil do DF com a Polícia Federal.

O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-comandante do Comando Militar do Planalto (CMP), e o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-braço direito de Bolsonaro, também se safaram.

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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), em depoimento na CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) Foto: Wilton Junior/Estadão

O relatório será votado nesta quarta-feira, 29. A CPI da CLDF é composta por sete membros, incluindo o relator, deputado Hermeto, e o presidente Chico Vigilante (PT), que demonstra apoio ao texto, mas tenta retirar o nome de G Dias dos pedidos de indiciamento. Para que o texto seja aprovado, é necessária o voto de pelo menos quatro integrantes.

A oposição já dá como certa a aprovação do relatório, uma vez que a CPI tem maioria governista. O deputado Fábio Felix (PSOL), contudo, elaborou um texto paralelo que pede o indiciamento de Bolsonaro, dos militares Mauro Cid, Jean Lawand Júnior, Gustavo Dutra, Augusto Heleno, Carlos José Penteado e Carlos Feitosa, e da cúpula da PMDF, como Fábio Augusto Vieira, Klepter Rosa Gonçalves, Jorge Eduardo Barreto Naime, Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, Flávio Silvestre de Alencar e Rafael Pereira Martins.

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“O relator deixou o andar de cima do bolsonarismo de fora do relatório. Lamento que ele não tenha tido a coragem de enfrentar os grandes interesses e que tenha fingido que o golpe não teve mentores intelectuais e estimuladores nas instituições brasileiras”, afirmou Felix.

O deputado distrital Gabriel Magno (PT) também criticou o texto final de Hermeto. Ele foi um integrante ativo na CPI, mas não faz parte do time titular e, pontato, não tem poder de voto sobre o relatório. “É inadmissível não constar o chefe da organização golpista, o ex-presidente Bolsonaro, os generais bolsonaristas que atacaram a democracia, o alto comando da PM e o governador que tirou uma soneca enquanto os golpistas atacavam os prédios da República”, disparou ele.

BRASÍLIA - O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) sobre os ataques do dia 8 de janeiro pede o indiciamento de 136 pessoas, mas apenas quatro autoridades, entre elas o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Marco Edson Gonçalves Dias, o G Dias.

O texto do relator deputado Hermeto (MDB) poupou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus ex-ministros Anderson Torres, Braga Netto e Augusto Heleno – todos eles com pedidos de indiciamentos pela CPMI do Congresso que tratou do mesmo assunto. O governador Ibaneis Rocha (MDB), que foi alertado sobre risco de ataques também não foi indiciado. O relatório sequer se debruça sobre a conduta do gestor.

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) General Gonçalves Dias durante depoimento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos  Foto: WILTON JUNIOR

O texto também poupa membros da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) que, inclusive, estão presos em razão dos ataques golpistas. Hermeto sugeriu o indiciamento apenas do coronel Marcelo Casimiro, que chefiava o 1º Comando de Policiamento Regional (CPR), além da coronel Cíntia Queiroz de Castro e do delegado Fernando de Souza Oliveira, que eram da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSPDF).

Hermeto é subtenente da PMDF e atuou para aliviar a culpa dos agentes. No próprio relatório, ele aproveita para pedir aumenta salarial dos policiais. “O salário do Policial Militar do Distrito Federal há anos vem sofrendo perda do poder de compra. Uma boa remuneração é fundamental para a motivação profissional”, afirma o relator, ao também pleitear a equiparação dos salários da Polícia Civil do DF com a Polícia Federal.

O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-comandante do Comando Militar do Planalto (CMP), e o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-braço direito de Bolsonaro, também se safaram.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), em depoimento na CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) Foto: Wilton Junior/Estadão

O relatório será votado nesta quarta-feira, 29. A CPI da CLDF é composta por sete membros, incluindo o relator, deputado Hermeto, e o presidente Chico Vigilante (PT), que demonstra apoio ao texto, mas tenta retirar o nome de G Dias dos pedidos de indiciamento. Para que o texto seja aprovado, é necessária o voto de pelo menos quatro integrantes.

A oposição já dá como certa a aprovação do relatório, uma vez que a CPI tem maioria governista. O deputado Fábio Felix (PSOL), contudo, elaborou um texto paralelo que pede o indiciamento de Bolsonaro, dos militares Mauro Cid, Jean Lawand Júnior, Gustavo Dutra, Augusto Heleno, Carlos José Penteado e Carlos Feitosa, e da cúpula da PMDF, como Fábio Augusto Vieira, Klepter Rosa Gonçalves, Jorge Eduardo Barreto Naime, Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, Flávio Silvestre de Alencar e Rafael Pereira Martins.

“O relator deixou o andar de cima do bolsonarismo de fora do relatório. Lamento que ele não tenha tido a coragem de enfrentar os grandes interesses e que tenha fingido que o golpe não teve mentores intelectuais e estimuladores nas instituições brasileiras”, afirmou Felix.

O deputado distrital Gabriel Magno (PT) também criticou o texto final de Hermeto. Ele foi um integrante ativo na CPI, mas não faz parte do time titular e, pontato, não tem poder de voto sobre o relatório. “É inadmissível não constar o chefe da organização golpista, o ex-presidente Bolsonaro, os generais bolsonaristas que atacaram a democracia, o alto comando da PM e o governador que tirou uma soneca enquanto os golpistas atacavam os prédios da República”, disparou ele.

BRASÍLIA - O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) sobre os ataques do dia 8 de janeiro pede o indiciamento de 136 pessoas, mas apenas quatro autoridades, entre elas o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Marco Edson Gonçalves Dias, o G Dias.

O texto do relator deputado Hermeto (MDB) poupou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus ex-ministros Anderson Torres, Braga Netto e Augusto Heleno – todos eles com pedidos de indiciamentos pela CPMI do Congresso que tratou do mesmo assunto. O governador Ibaneis Rocha (MDB), que foi alertado sobre risco de ataques também não foi indiciado. O relatório sequer se debruça sobre a conduta do gestor.

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) General Gonçalves Dias durante depoimento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos  Foto: WILTON JUNIOR

O texto também poupa membros da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) que, inclusive, estão presos em razão dos ataques golpistas. Hermeto sugeriu o indiciamento apenas do coronel Marcelo Casimiro, que chefiava o 1º Comando de Policiamento Regional (CPR), além da coronel Cíntia Queiroz de Castro e do delegado Fernando de Souza Oliveira, que eram da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSPDF).

Hermeto é subtenente da PMDF e atuou para aliviar a culpa dos agentes. No próprio relatório, ele aproveita para pedir aumenta salarial dos policiais. “O salário do Policial Militar do Distrito Federal há anos vem sofrendo perda do poder de compra. Uma boa remuneração é fundamental para a motivação profissional”, afirma o relator, ao também pleitear a equiparação dos salários da Polícia Civil do DF com a Polícia Federal.

O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-comandante do Comando Militar do Planalto (CMP), e o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-braço direito de Bolsonaro, também se safaram.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), em depoimento na CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) Foto: Wilton Junior/Estadão

O relatório será votado nesta quarta-feira, 29. A CPI da CLDF é composta por sete membros, incluindo o relator, deputado Hermeto, e o presidente Chico Vigilante (PT), que demonstra apoio ao texto, mas tenta retirar o nome de G Dias dos pedidos de indiciamento. Para que o texto seja aprovado, é necessária o voto de pelo menos quatro integrantes.

A oposição já dá como certa a aprovação do relatório, uma vez que a CPI tem maioria governista. O deputado Fábio Felix (PSOL), contudo, elaborou um texto paralelo que pede o indiciamento de Bolsonaro, dos militares Mauro Cid, Jean Lawand Júnior, Gustavo Dutra, Augusto Heleno, Carlos José Penteado e Carlos Feitosa, e da cúpula da PMDF, como Fábio Augusto Vieira, Klepter Rosa Gonçalves, Jorge Eduardo Barreto Naime, Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, Flávio Silvestre de Alencar e Rafael Pereira Martins.

“O relator deixou o andar de cima do bolsonarismo de fora do relatório. Lamento que ele não tenha tido a coragem de enfrentar os grandes interesses e que tenha fingido que o golpe não teve mentores intelectuais e estimuladores nas instituições brasileiras”, afirmou Felix.

O deputado distrital Gabriel Magno (PT) também criticou o texto final de Hermeto. Ele foi um integrante ativo na CPI, mas não faz parte do time titular e, pontato, não tem poder de voto sobre o relatório. “É inadmissível não constar o chefe da organização golpista, o ex-presidente Bolsonaro, os generais bolsonaristas que atacaram a democracia, o alto comando da PM e o governador que tirou uma soneca enquanto os golpistas atacavam os prédios da República”, disparou ele.

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