CPMI do 8 de Janeiro e o duelo entre Lula e Bolsonaro; entenda quem ganhou nas primeiras votações


Colegiado aprovou a convocação de aliados, servidores e ex-ministros do governo Bolsonaro; união da ala governista fez com que apoiadores de Lula escapassem

Por Natália Santos
Atualização:

As votações de requerimentos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nesta terça-feira, 13, marcaram uma vitória para os apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no duelo com a base do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O colegiado aprovou a convocação para depoimentos de integrantes do governo bolsonarista e o acesso a dados extraídos pela Polícia Federal (PF) de celular do ex-chefe do Executivo, ao mesmo tempo em que conseguiu impedir o ex-ministro do GSI de Lula, Gonçalves Dias, de ser convocado.

A série de derrotas da oposição começou com os requerimentos de convocação. O colegiado aprovou o depoimentos de oito pessoas ligadas ao ex-presidente – entre aliados, ministros e servidores de seu governo. Eles são Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Mauro Cid (ex-ajudante de ordens do ex-presidente), Ailton Barros (aliado), coronel Elcio Franco (“número 2″ na gestão de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde), Silvinei Vasques (ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal) e Wellington Macedo de Souza (ex-assessor no Ministério da Mulher).

Senadores e deputados durante CPMI do 8 de Janeiro, realizada na manhã desta terça-feira, 13, no Senado Federal em Brasília. Foto: Wilton Junior/Estadão
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A segunda derrota dos aliados de Bolsonaro foi a aprovação dos requerimentos do senador Rogério Carvalho (PT-SE), que solicitavam o compartilhamento, pela Polícia Federal, de informações e dados extraídos dos celulares de Bolsonaro, Mauro Cid e Ailton Barros. Durante a investigação da PF, foram descobertas mensagens dos dois últimos sobre a aplicação de um golpe.

A base de Lula, por sua vez, somou vitórias na sessão desta terça-feira. O grupo, composto por 20 membros, impediu que pessoas ligadas ao presidente fossem convocadas. O primeiro a escapar foi o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que pediu demissão do governo após aparecer em imagens do circuito interno do Palácio do Planalto sem confrontar invasores que depredaram o prédio nos ataques golpistas de 8 de janeiro. A união da ala governista também impediu a convocação do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, e o convite para depoimento do ministro da Justiça, Flávio Dino.

A base governista também evitou a aprovação de dois requerimentos de compartilhamento de imagens internas do Ministério da Justiça e Segurança Pública e do Palácio do Itamaraty. Além disso, também foi negado o acesso ao plano de escudo elaborado pelo GSI para defesa dos prédios presidenciais entre os dias 1º e 9 de janeiro.

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Por fim, o governo também frustrou a tentativa de divulgação dos dados sobre a viagem de Lula a Araraquara, onde o presidente estava no dia dos ataques à Brasília, como os planos de segurança da viagem feitos pela Presidência da República, Força Aérea Brasileira (FAB) e Comando da Aeronáutica.

Repercussão

Durante a sessão, opositores afirmaram que a ala governista veio para “blindar” os trabalhos do colegiado. Em resposta, a relatora Eliziane Gama (PSD-MA) rebateu. “O plenário é soberano. O que nós tivemos aqui foi a constatação de que o foco da CPMI não será desviado”, disse. “O que tem sido colocado aqui vez por outro é que haveria uma parcialidade que não se sustenta no mundo real, porque os fatos estão apresentado e estão aí para a sociedade brasileira”, completou.

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Após a sessão de análise dos requerimentos, o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), emitiu nota na qual diz considerar “ruim para a credibilidade dos trabalhos a rejeição de requerimentos para ouvir pessoas que estão no centro dos episódios de 8/1″. O parlamentar foi procurado pelo Estadão para explicar a declaração, mas não houve retorno.

Nesta quarta-feira, 14, Eliziane afirmou não concordar com a declaração de Maia. “Nós temos ritos para seguir. Só que você tem uma lógica para seguir e, nesse primeiro momento, nós entendemos que deveríamos aprovar requerimentos que se encaixem nessa primeira leva”, disse em entrevista à GloboNews. A senadora afirmou ainda que fará os chamamentos de membros do governo Lula no “momento certo”.

As votações de requerimentos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nesta terça-feira, 13, marcaram uma vitória para os apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no duelo com a base do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O colegiado aprovou a convocação para depoimentos de integrantes do governo bolsonarista e o acesso a dados extraídos pela Polícia Federal (PF) de celular do ex-chefe do Executivo, ao mesmo tempo em que conseguiu impedir o ex-ministro do GSI de Lula, Gonçalves Dias, de ser convocado.

A série de derrotas da oposição começou com os requerimentos de convocação. O colegiado aprovou o depoimentos de oito pessoas ligadas ao ex-presidente – entre aliados, ministros e servidores de seu governo. Eles são Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Mauro Cid (ex-ajudante de ordens do ex-presidente), Ailton Barros (aliado), coronel Elcio Franco (“número 2″ na gestão de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde), Silvinei Vasques (ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal) e Wellington Macedo de Souza (ex-assessor no Ministério da Mulher).

Senadores e deputados durante CPMI do 8 de Janeiro, realizada na manhã desta terça-feira, 13, no Senado Federal em Brasília. Foto: Wilton Junior/Estadão

A segunda derrota dos aliados de Bolsonaro foi a aprovação dos requerimentos do senador Rogério Carvalho (PT-SE), que solicitavam o compartilhamento, pela Polícia Federal, de informações e dados extraídos dos celulares de Bolsonaro, Mauro Cid e Ailton Barros. Durante a investigação da PF, foram descobertas mensagens dos dois últimos sobre a aplicação de um golpe.

A base de Lula, por sua vez, somou vitórias na sessão desta terça-feira. O grupo, composto por 20 membros, impediu que pessoas ligadas ao presidente fossem convocadas. O primeiro a escapar foi o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que pediu demissão do governo após aparecer em imagens do circuito interno do Palácio do Planalto sem confrontar invasores que depredaram o prédio nos ataques golpistas de 8 de janeiro. A união da ala governista também impediu a convocação do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, e o convite para depoimento do ministro da Justiça, Flávio Dino.

A base governista também evitou a aprovação de dois requerimentos de compartilhamento de imagens internas do Ministério da Justiça e Segurança Pública e do Palácio do Itamaraty. Além disso, também foi negado o acesso ao plano de escudo elaborado pelo GSI para defesa dos prédios presidenciais entre os dias 1º e 9 de janeiro.

Por fim, o governo também frustrou a tentativa de divulgação dos dados sobre a viagem de Lula a Araraquara, onde o presidente estava no dia dos ataques à Brasília, como os planos de segurança da viagem feitos pela Presidência da República, Força Aérea Brasileira (FAB) e Comando da Aeronáutica.

Repercussão

Durante a sessão, opositores afirmaram que a ala governista veio para “blindar” os trabalhos do colegiado. Em resposta, a relatora Eliziane Gama (PSD-MA) rebateu. “O plenário é soberano. O que nós tivemos aqui foi a constatação de que o foco da CPMI não será desviado”, disse. “O que tem sido colocado aqui vez por outro é que haveria uma parcialidade que não se sustenta no mundo real, porque os fatos estão apresentado e estão aí para a sociedade brasileira”, completou.

Após a sessão de análise dos requerimentos, o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), emitiu nota na qual diz considerar “ruim para a credibilidade dos trabalhos a rejeição de requerimentos para ouvir pessoas que estão no centro dos episódios de 8/1″. O parlamentar foi procurado pelo Estadão para explicar a declaração, mas não houve retorno.

Nesta quarta-feira, 14, Eliziane afirmou não concordar com a declaração de Maia. “Nós temos ritos para seguir. Só que você tem uma lógica para seguir e, nesse primeiro momento, nós entendemos que deveríamos aprovar requerimentos que se encaixem nessa primeira leva”, disse em entrevista à GloboNews. A senadora afirmou ainda que fará os chamamentos de membros do governo Lula no “momento certo”.

As votações de requerimentos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nesta terça-feira, 13, marcaram uma vitória para os apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no duelo com a base do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O colegiado aprovou a convocação para depoimentos de integrantes do governo bolsonarista e o acesso a dados extraídos pela Polícia Federal (PF) de celular do ex-chefe do Executivo, ao mesmo tempo em que conseguiu impedir o ex-ministro do GSI de Lula, Gonçalves Dias, de ser convocado.

A série de derrotas da oposição começou com os requerimentos de convocação. O colegiado aprovou o depoimentos de oito pessoas ligadas ao ex-presidente – entre aliados, ministros e servidores de seu governo. Eles são Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Mauro Cid (ex-ajudante de ordens do ex-presidente), Ailton Barros (aliado), coronel Elcio Franco (“número 2″ na gestão de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde), Silvinei Vasques (ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal) e Wellington Macedo de Souza (ex-assessor no Ministério da Mulher).

Senadores e deputados durante CPMI do 8 de Janeiro, realizada na manhã desta terça-feira, 13, no Senado Federal em Brasília. Foto: Wilton Junior/Estadão

A segunda derrota dos aliados de Bolsonaro foi a aprovação dos requerimentos do senador Rogério Carvalho (PT-SE), que solicitavam o compartilhamento, pela Polícia Federal, de informações e dados extraídos dos celulares de Bolsonaro, Mauro Cid e Ailton Barros. Durante a investigação da PF, foram descobertas mensagens dos dois últimos sobre a aplicação de um golpe.

A base de Lula, por sua vez, somou vitórias na sessão desta terça-feira. O grupo, composto por 20 membros, impediu que pessoas ligadas ao presidente fossem convocadas. O primeiro a escapar foi o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que pediu demissão do governo após aparecer em imagens do circuito interno do Palácio do Planalto sem confrontar invasores que depredaram o prédio nos ataques golpistas de 8 de janeiro. A união da ala governista também impediu a convocação do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, e o convite para depoimento do ministro da Justiça, Flávio Dino.

A base governista também evitou a aprovação de dois requerimentos de compartilhamento de imagens internas do Ministério da Justiça e Segurança Pública e do Palácio do Itamaraty. Além disso, também foi negado o acesso ao plano de escudo elaborado pelo GSI para defesa dos prédios presidenciais entre os dias 1º e 9 de janeiro.

Por fim, o governo também frustrou a tentativa de divulgação dos dados sobre a viagem de Lula a Araraquara, onde o presidente estava no dia dos ataques à Brasília, como os planos de segurança da viagem feitos pela Presidência da República, Força Aérea Brasileira (FAB) e Comando da Aeronáutica.

Repercussão

Durante a sessão, opositores afirmaram que a ala governista veio para “blindar” os trabalhos do colegiado. Em resposta, a relatora Eliziane Gama (PSD-MA) rebateu. “O plenário é soberano. O que nós tivemos aqui foi a constatação de que o foco da CPMI não será desviado”, disse. “O que tem sido colocado aqui vez por outro é que haveria uma parcialidade que não se sustenta no mundo real, porque os fatos estão apresentado e estão aí para a sociedade brasileira”, completou.

Após a sessão de análise dos requerimentos, o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), emitiu nota na qual diz considerar “ruim para a credibilidade dos trabalhos a rejeição de requerimentos para ouvir pessoas que estão no centro dos episódios de 8/1″. O parlamentar foi procurado pelo Estadão para explicar a declaração, mas não houve retorno.

Nesta quarta-feira, 14, Eliziane afirmou não concordar com a declaração de Maia. “Nós temos ritos para seguir. Só que você tem uma lógica para seguir e, nesse primeiro momento, nós entendemos que deveríamos aprovar requerimentos que se encaixem nessa primeira leva”, disse em entrevista à GloboNews. A senadora afirmou ainda que fará os chamamentos de membros do governo Lula no “momento certo”.

As votações de requerimentos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nesta terça-feira, 13, marcaram uma vitória para os apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no duelo com a base do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O colegiado aprovou a convocação para depoimentos de integrantes do governo bolsonarista e o acesso a dados extraídos pela Polícia Federal (PF) de celular do ex-chefe do Executivo, ao mesmo tempo em que conseguiu impedir o ex-ministro do GSI de Lula, Gonçalves Dias, de ser convocado.

A série de derrotas da oposição começou com os requerimentos de convocação. O colegiado aprovou o depoimentos de oito pessoas ligadas ao ex-presidente – entre aliados, ministros e servidores de seu governo. Eles são Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Mauro Cid (ex-ajudante de ordens do ex-presidente), Ailton Barros (aliado), coronel Elcio Franco (“número 2″ na gestão de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde), Silvinei Vasques (ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal) e Wellington Macedo de Souza (ex-assessor no Ministério da Mulher).

Senadores e deputados durante CPMI do 8 de Janeiro, realizada na manhã desta terça-feira, 13, no Senado Federal em Brasília. Foto: Wilton Junior/Estadão

A segunda derrota dos aliados de Bolsonaro foi a aprovação dos requerimentos do senador Rogério Carvalho (PT-SE), que solicitavam o compartilhamento, pela Polícia Federal, de informações e dados extraídos dos celulares de Bolsonaro, Mauro Cid e Ailton Barros. Durante a investigação da PF, foram descobertas mensagens dos dois últimos sobre a aplicação de um golpe.

A base de Lula, por sua vez, somou vitórias na sessão desta terça-feira. O grupo, composto por 20 membros, impediu que pessoas ligadas ao presidente fossem convocadas. O primeiro a escapar foi o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que pediu demissão do governo após aparecer em imagens do circuito interno do Palácio do Planalto sem confrontar invasores que depredaram o prédio nos ataques golpistas de 8 de janeiro. A união da ala governista também impediu a convocação do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, e o convite para depoimento do ministro da Justiça, Flávio Dino.

A base governista também evitou a aprovação de dois requerimentos de compartilhamento de imagens internas do Ministério da Justiça e Segurança Pública e do Palácio do Itamaraty. Além disso, também foi negado o acesso ao plano de escudo elaborado pelo GSI para defesa dos prédios presidenciais entre os dias 1º e 9 de janeiro.

Por fim, o governo também frustrou a tentativa de divulgação dos dados sobre a viagem de Lula a Araraquara, onde o presidente estava no dia dos ataques à Brasília, como os planos de segurança da viagem feitos pela Presidência da República, Força Aérea Brasileira (FAB) e Comando da Aeronáutica.

Repercussão

Durante a sessão, opositores afirmaram que a ala governista veio para “blindar” os trabalhos do colegiado. Em resposta, a relatora Eliziane Gama (PSD-MA) rebateu. “O plenário é soberano. O que nós tivemos aqui foi a constatação de que o foco da CPMI não será desviado”, disse. “O que tem sido colocado aqui vez por outro é que haveria uma parcialidade que não se sustenta no mundo real, porque os fatos estão apresentado e estão aí para a sociedade brasileira”, completou.

Após a sessão de análise dos requerimentos, o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), emitiu nota na qual diz considerar “ruim para a credibilidade dos trabalhos a rejeição de requerimentos para ouvir pessoas que estão no centro dos episódios de 8/1″. O parlamentar foi procurado pelo Estadão para explicar a declaração, mas não houve retorno.

Nesta quarta-feira, 14, Eliziane afirmou não concordar com a declaração de Maia. “Nós temos ritos para seguir. Só que você tem uma lógica para seguir e, nesse primeiro momento, nós entendemos que deveríamos aprovar requerimentos que se encaixem nessa primeira leva”, disse em entrevista à GloboNews. A senadora afirmou ainda que fará os chamamentos de membros do governo Lula no “momento certo”.

As votações de requerimentos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nesta terça-feira, 13, marcaram uma vitória para os apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no duelo com a base do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O colegiado aprovou a convocação para depoimentos de integrantes do governo bolsonarista e o acesso a dados extraídos pela Polícia Federal (PF) de celular do ex-chefe do Executivo, ao mesmo tempo em que conseguiu impedir o ex-ministro do GSI de Lula, Gonçalves Dias, de ser convocado.

A série de derrotas da oposição começou com os requerimentos de convocação. O colegiado aprovou o depoimentos de oito pessoas ligadas ao ex-presidente – entre aliados, ministros e servidores de seu governo. Eles são Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Mauro Cid (ex-ajudante de ordens do ex-presidente), Ailton Barros (aliado), coronel Elcio Franco (“número 2″ na gestão de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde), Silvinei Vasques (ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal) e Wellington Macedo de Souza (ex-assessor no Ministério da Mulher).

Senadores e deputados durante CPMI do 8 de Janeiro, realizada na manhã desta terça-feira, 13, no Senado Federal em Brasília. Foto: Wilton Junior/Estadão

A segunda derrota dos aliados de Bolsonaro foi a aprovação dos requerimentos do senador Rogério Carvalho (PT-SE), que solicitavam o compartilhamento, pela Polícia Federal, de informações e dados extraídos dos celulares de Bolsonaro, Mauro Cid e Ailton Barros. Durante a investigação da PF, foram descobertas mensagens dos dois últimos sobre a aplicação de um golpe.

A base de Lula, por sua vez, somou vitórias na sessão desta terça-feira. O grupo, composto por 20 membros, impediu que pessoas ligadas ao presidente fossem convocadas. O primeiro a escapar foi o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que pediu demissão do governo após aparecer em imagens do circuito interno do Palácio do Planalto sem confrontar invasores que depredaram o prédio nos ataques golpistas de 8 de janeiro. A união da ala governista também impediu a convocação do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, e o convite para depoimento do ministro da Justiça, Flávio Dino.

A base governista também evitou a aprovação de dois requerimentos de compartilhamento de imagens internas do Ministério da Justiça e Segurança Pública e do Palácio do Itamaraty. Além disso, também foi negado o acesso ao plano de escudo elaborado pelo GSI para defesa dos prédios presidenciais entre os dias 1º e 9 de janeiro.

Por fim, o governo também frustrou a tentativa de divulgação dos dados sobre a viagem de Lula a Araraquara, onde o presidente estava no dia dos ataques à Brasília, como os planos de segurança da viagem feitos pela Presidência da República, Força Aérea Brasileira (FAB) e Comando da Aeronáutica.

Repercussão

Durante a sessão, opositores afirmaram que a ala governista veio para “blindar” os trabalhos do colegiado. Em resposta, a relatora Eliziane Gama (PSD-MA) rebateu. “O plenário é soberano. O que nós tivemos aqui foi a constatação de que o foco da CPMI não será desviado”, disse. “O que tem sido colocado aqui vez por outro é que haveria uma parcialidade que não se sustenta no mundo real, porque os fatos estão apresentado e estão aí para a sociedade brasileira”, completou.

Após a sessão de análise dos requerimentos, o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), emitiu nota na qual diz considerar “ruim para a credibilidade dos trabalhos a rejeição de requerimentos para ouvir pessoas que estão no centro dos episódios de 8/1″. O parlamentar foi procurado pelo Estadão para explicar a declaração, mas não houve retorno.

Nesta quarta-feira, 14, Eliziane afirmou não concordar com a declaração de Maia. “Nós temos ritos para seguir. Só que você tem uma lógica para seguir e, nesse primeiro momento, nós entendemos que deveríamos aprovar requerimentos que se encaixem nessa primeira leva”, disse em entrevista à GloboNews. A senadora afirmou ainda que fará os chamamentos de membros do governo Lula no “momento certo”.

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